sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pedofilia

XXXV
PEDOFILIA, CONSPIRAÇÕES E RENOVAÇÕES

4. Por tudo isto, é muito estranho o escândalo que se levantou, contra a Igreja,  porque foram  detectados casos de pedofilia, entre uns poucos padres da Igreja. Não foi levado em conta que a Igreja  vive a crise  e as dores e horrores de nosso mundo  desconcertado e às vezes  desconcertante.  
A Igreja é vítima e não culpada, nos casos de pedofilia que vitimou alguns de seus pastores.
Não é a Igreja que está em crise, no caso da insólita  pedofilia. Quem está em crise  é o mundo onde está a Igreja. A crise não está vegetando na igreja. Está vegetando no mundo  e por tabela, atingindo também alguns, muito poucos, membros frágeis da hierarquia da Igreja, em meia dúzia de países.  Uma parte mínima do clero... Mas um só caso já merece toque de alarme e tomada de decisões preventivas.
Num mundo onde se registram mais de quinhentos (500) casos de queixas de agressões pedófilas, por dia, os casos que atingiram a Igreja são, estatisticamente de valor nulo. Nem por isso a Igreja pode deixar de corrigi-los e puni-los.
A pedofilia é hoje uma praga social, atingindo centenas de  meninos e meninas, diariamente, por todo o mundo.
Em alguns países árabes, a prática é socialmente aceita, havendo “casamento” de adultos com meninas de 4 a 10 anos (?!).
Moralmente a sociedade, nos últimos 50 anos, foi atingida por “doenças” anômalas.
Corrijam-se os casos ocorridos na Igreja, mas sabendo que a Igreja é vítima de uma sociedade que vai perdendo princípios norteadores e se desgovernando. A sociedade, hoje,  já pede socorro, por tantos desmandos...

5. Mais grave ainda do que os casos eventuais de pedofilia, é o tratamento que a imprensa “sensacionalista” deu ao caso, agredindo escandalosamente a Igreja Católica, com insultos e injúrias, numa atitude persecutória  e discriminatória, que alguns classificaram como conspiração.
A notícia dos casos raros de pedofilia, na Igreja, foi trombeteada pelos quatro cantos do mundo, 24 horas por dia, em milhões de meios de comunicação. Uma verdadeira campanha de desacreditação: claramente uma conspiração muito bem articulada, em alguns centros de elaboração e seleção de notícias e de orquestração de pauta.
Certamente abalou a credibilidade da Igreja  em milhões de ouvintes. Quase uma chacina moral...
Não menos grave foi o tratamento  inábil que a Hierarquia Superior da Igreja deu aos fatos. Deixou-se acuar, por falta de visão de conjunto, contaminada por ideologias políticas espúrias, que não respeitam a presença da Igreja na Civilização e aproveitaram o ensejo para  tentar desmoralizá-la.
Não é a primeira vez que a vítima é julgada culpada.

6. No entanto, eu considero que mais importante do que as ocorrências da deplorável pedofilia, é que a Igreja aproveite o momento de “crise”, que a Providência lhe oferece, para repensar sua mensagem, suas estratégias e sua atuação, no nosso mundo atual, sem máscara  e sem retoque.
Nunca o mundo precisou tanto da Igreja, do Evangelho, como em nossos dias.

No trabalho citado no início do texto, enviado aos diversos  departamentos da CNBB, no dia 06.05.2010, faço umas dez propostas formais de revitalização da Igreja. Confira. Posicione-se.
A Igreja precisa aproveitar o grande abalo que acaba de receber, para rever sua estratégia  de Evangelização. Terá muita, muita coisa, para reconsiderar. A Providência convoca. Dizer não é deserção... “Por uma omissão perde-se uma nação”, diz o Grande Vieira.
A Igreja não pode se perder em questiúnculas. Precisa ir ao essencial: Mudar o que deve ser mudado... Já.
Convido a todos  a rezar, com S. Francisco de Assis, em texto adaptado:

Senhor, dai-me perspicácia
para distinguir o essencial, do circunstancial,
e o eterno,  do provisório.
Dai-me força para mudar
O que pode ser mudado...
Resignação para aceitar
O que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir
Uma coisa da outra”.

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