quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um Pacto Mundial - Mudança e Reconciliação

II
MUDANÇA E RECONCILIAÇÃO


1. Renovação do que está Superado
Certas linhas ideológicas e dogmáticas de um passado recente, começam a ir para o cesto de descarte. Alguns ainda tentam preservá-los, embalsamados, porque tais princípios lhe trazem algumas vantagens, embora venham poluindo e embaçando o ar que todos respiram. Mas, apesar dos esforços de alguns, tudo vai entrando no lixo da História, donde nunca deveriam ter emergido.
O Educando precisa adquirir a competência da auto-avaliação, detectando seus valores e carências e desenvolver motivação para progredir sempre.
Estamos num mundo onde vai se impondo o Espírito Reconciliador Dinâmico e de tolerância, o espírito que assume a diferença em todos os níveis e em todos os setores das sociedades, respeitando aqueles que são e pensam diferente, desde que não sejam predadores mas construtores de uma sociedade mais solidária.

2. Mudar o que deve ser mudado

Assim, há muito está superada a questão da luta de classe. Não tem mais sentido, a não ser para os retardatários, fora dos eixos da civilização, mas interessados nas batalhas inúteis que lhes dão eventual projeção ainda que seja negativa.
Os retardatários da história sempre existirão até acabarem os últimos despojos do último botim do último motim.
Questões de esquerda, direita, “história dos oprimidos”, e outros chavões, já são assuntos que provocam bocejos, e que alguns ainda preservam porque tiveram sua função na História. Hoje já não têm mais nada a dizer.
Por suas análises enviesadas, sem apreciação do outro lado, ficou uma história injusta de perna quebrada. Tornou-se deletéria. Hoje são entulho que, onde quer que se descarte, incomodam.
A História deve ser vista em suas diversas perspectivas e circunstâncias e em suas múltiplas dimensões. Só assim ela é a mestra da vida. A História sem o outro lado, é falsa.
Sair de suas reais e múltiplas dimensões é falsear a verdade para enganar os incautos. Quem sonega um dos lados constitutivos de uma realidade é falsário e perde a credibilidade. Não tem lugar entre os construtores mas entre os demolidores.

3. Olhar para a Frente
A escola deve ensinar o educando a olhar para frente e seguir o percurso da história, estamos dispostos a ajudar a melhorá-la sempre. Olhar para trás só pelo retrovisor. Fazer piadinha ou deboche de personagens históricos em sala de aula é abuso de autoridade. A liberdade de cátedra existe responsabilidade funcional; não libera a injustiça.
A nossa e as futuras gerações não podem ser reféns de eventuais ou presumíveis “erros” do passado, quando as leis eram outras e as circunstâncias também. Atribuir a alguém presumíveis “erros” de seus antepassados é injúria fascista e farisaica e afronta à dignidade humana. É um grave erro de estratégia educacional, pois prejudica e deforma a mente dos educandos. Alguém deveria zelar por isto.
O professor não deve se arrogar o papel de juiz da história, injuriando atores do passado de que não participou.
Não podemos, sem grave desvio de caráter e inaceitáveis injúrias, julgar ou tentar condenar o passado pelas leis e modos de pensar do nosso tempo. Cada tempo tem o seu cuidado.
É notório que, muitos que condenam erros do passado, agem com o inacreditável farisaísmo.
Na nossa sociedade cometem-se atrocidades, condenando pessoas inocentes ao “desemprego”, à desonra, à miséria (os condenados e suas famílias), por crimes que não cometeram, às vezes por sentenças negociadas de onde alguém tira torpes vantagens.
Em que muitas das atrocidades de nossa sociedade diferem, de fato, das atrocidades da Inquisição de passado trágico? Em que diferem estas sentenças, da ação de grupos de assaltantes armados que roubam e injuriam e sentenciam à morte inocentes de todos os níveis sociais?
E que diríamos dos corruptos e corruptores, dos achacadores, dos perdulários e de todas as castas de maus-caráter que infestam as sociedades, como os piratas do passado?
É tempo de reconciliação e de exame de consciência. Rememorar misérias da sociedade não leva a soluções.
Enquanto nos perdermos nos chamados erros do passado perdemos ótimas oportunidades de construir um mundo melhor para nós e para as futuras gerações.
(Continua)
[Texto em Construção]
Luciano Reis

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