quarta-feira, 29 de abril de 2009

Perspectivas do Pacto Humanista Vivencial




PERSPECTIVAS DO

DECÁLOGO HUMANISTA

- A Prática e a Gramática da Tetralogia Analítica –
José Jorge Peralta
I
UM NOVO PARADIGMA HUMANISTA - VIVENCIAL
1. O Decálogo Humanista, transcrito adiante, propõe-se com um despertador das consciências vivas da nossa sociedade. Quer chamar a atenção para valores perenes, que muito vão soterrando num mar de desinformação desestruturante, que já abala a sadia convivência humana,  a integridade das pessoas e a harmonia universal de todas as espécies.
No Decálogo, temos em vista as Duas Cidades: a que temos, a Megalópolis e a que queremos, a Macrópolis. A Macrópolis é a humanização da Megalópolis. É um paradigma e um ideal a perseguir: um estado de espírito.
A Macrópolis será sempre uma bela utopia. Estará nas dimensões de um ideal que podemos alcançar paulatinamente. É algo que, se quisermos, será possível.
A cidade é feita de pessoas. Para estas se preparam equipamentos urbanos. Não o inverso, como muitas vezes acontece. É questão de conseguir ver e apreciar valores superiores,   além dos circunstanciais.
O Decálogo Humanista propõe alguns parâmetros de atuação e convivência social, como garantia da prioridade da pessoa humana, onde deve mirar o enfoque do gestor.
O Decálogo acredita que a consciência, a competência e a solidariedade poderão superar a mediocridade que se alastra, como pandemia, em nosso tempo.

2. Os parâmetros do Decálogo partem da consciência da pessoa; não lhe são impostos de fora. A pessoa consciente, procura estar ciente de como deve agir; como ser alguém de compromisso humano e social, sem imposições externas. Gente que não se omite nem segue a filosofia dos quatro macaquinhos: não vejo, não ouço, não falo, e não faço. Gente que faz e vê, ouve e fala. A Lei mais eficaz é a da consciência. Não precisa de imposição nem de repressão. Não está escrita em Códigos, mas no coração e no pensamento.
O Decálogo está vinculado à Filosofia Tetralógica e ao Pacto Humanista Global, uma entidade humanista, sem organização social.  Um pólo de reflexão, abrindo novas fronteiras, na consciência de cada um. São princípios que as pessoas vivenciam, onde quer que estejam, em sua consciência humanística e cívica.
O Pacto cabe em qualquer linha filosófica, espiritualista ou sociológica. São princípios norteadores de uma vida melhor, comprometida com o bem comum, e com a prosperidade solidária e altruísta.
O Decálogo Humanista está escrito em tábuas da lei, guardadas no coração, na mente e no psiquismo das pessoas.  Aqui apenas o lembramos, para que não caia no esquecimento. Não substitui o Decálogo bíblico; antes lhe dá novas dimensões e o pressupõe. Aqui damos as mãos a muitos milhares de pessoas que, pelos quatro cantos  do mundo, trabalham na mesma messe, com idênticos propósitos.

3. O Decálogo é feito para gente e não para vestais, gente que sente, sofre e ama; gente que ouve, vê e fala; gente de pés no chão e cabeça no alto; gente que trabalha sofre, se alegra e resolve; gente que sabe o que é adversidade; gente que vê e sente para além dos fatos materiais; gente para quem  a vida não é apenas uma aventura circunstancial, que, como o vento, se esvai; gente que não se omite e nem desiste; gente que não brinca com palavras vazias; gente de grandes ou pequenos ideais; gente real; gente de sucesso e gente sofrida; gente competente e consciente, dedicada e ousada... Gente, gente como toda a gente que vive e sente... Gente precária, com deficiências naturais, mas também com valores e talentos excepcionais.
Esta gente  forma a base de uma sociedade mais eficiente, próspera e consciente. Gente que não fica fechada em gabinetes, distribuindo oráculos inquietantes, ou soluções mirabolantes, sem compartilhar emoções e vivências, sem escutar e sem observar o mundo ao seu redor, sem escutar o clamor das ruas, das praças e dos becos, onde o povo está.

4. O Decálogo é feito para gente que considera que as instituições devem ser espaços estimulantes, agradáveis, acolhedores e produtivos;
Que considera que nesta obra devem estar comprometidos todos os agentes da instituição, em todos os setores de atuação;
Que considera que o desenvolvimento é obra coletiva que deve ser construído com qualidade, eficiência  e persistência.
Gente que sabe que a cidade deve ser amada e não apenas usada; Gente que sabe que a cidade se faz mais com pessoas educadas do que com grandes prédios, grandes viadutos e grandes empreendimentos, por mais belos que sejam. É questão de prioridade existencial.
Gente que sabe que a falta de uma educação séria e solidária põe a perder a paz, a justiça e o bem-querer.
Gente que está convicta  de que cada um precisa saber fazer o seu projeto de vida, com ciência, sabedoria, liberdade e responsabilidade social e pessoal.
O projeto Macrópolis, pensa a cidade que queremos, para a atual e para as próximas gerações; para o próximo centenário e não apenas a cidade que queremos para as próximas eleições.
Precisamos pensar em escala planetária e existencial.
Num mundo real sabemos que o paradoxo nos surpreende, por toda a parte.
Sabemos, em contraponto, que a cada ação responde uma reação, em busca do equilíbrio possível.
II
UMA NOVA TRINCHEIRA E UM DESPERTADOR
5. O Decálogo Humanista surge como uma reação a um certo farisaísmo disfarçado que se alastra, em alguns setores da sociedade contemporânea, em escala global.
Há um fascismo latente entrincheirado, em um discurso do agrado da platéia, Tais discursos servem para levantar uma bandeira “de justiça social”, que é usada como viseira..., condicionante do ponto de vista das pessoas e manipulando-as.
Defende-se a humanidade, em termos abstratos e distantes, mas não se dá o mínimo respeito à Ética e às pessoas que cercam os pretensos defensores, como se fala em proteger  a Amazônia, mas não se protege o verde das praças e avenidas, ao nosso lado. Dizem amar os distantes, mas rejeitam os próximos...
Falam de caridade, em abstrato, mas são calculistas gananciosos, que fecham os caminhos para os excluídos...
Prometem dias melhores para o mundo, agindo como teóricos privilegiados, estatelados em fofas poltronas, em gabinetes acarpetados, à prova do ar e do som que vem das ruas e dos espaços  que ocupam os excluídos e humilhados, sem direito a uma educação de qualidade, deserdados...

6. O Decálogo propõe-se como uma trincheira, que possa dar às coisas o devido nome, rasgando máscaras e abalando o grande estelionato educacional e político que  compromete a nossa sociedade, a partir de concretos grupos sociais: aqueles com quem cruzamos dia-a-dia.
O Decálogo, como já afirmamos, propõe-se como um despertador, que quer chamar a atenção das pessoas para certos valores essenciais, que vão sendo esquecidos em muitos meios, ou que já têm espaço restrito, neste mundo de super-informação que já leva à desinformação.
Queremos extirpar os eufemismos manipuladores.
Queremos dar à justiça, o nome de justiça e à injustiça, o nome de injustiça; à ganância, o nome de ganância; à violência, o nome de violência; à falsidade, o nome de falsidade; ao farisaísmo e à  hipocrisia , o nome de farisaísmo e hipocrisia; ao fascismo, o nome de fascismo; à teoria, o nome teoria e à prática o nome de prática; à solidariedade,  o nome solidariedade, e à opressão o nome de opressão; ao respeito, o nome respeito e à cooptação, o nome de cooptação; à cumplicidade, o nome de cumplicidade e à omissão, o nome de omissão; à soberania, o nome de soberania e á subjugação, o nome de subjugação. E muito mais.
O fascista típico apela para algo “belo”, abstrato, como a “humanidade”, que deve substituir as pessoas reais, sempre incômodas, que vivem ao seu lado. Estas devem ser dizimadas, em favor do modelo teórico “politicamente correto”, autômato, forjado em algum gabinete anômalo.
Diziam os antigos romanos que “o povo quer ser enganado”. Pois a Macrópolis afirma que o povo está cansado de ser enganado.

III
MACRÓPOLIS, A CIDADE LUZ
Focar as Causas com Lealdade
7. Visando fornecer elementos de reflexão, e auto-consciência, resumimos neste DECÁLOGO, as normas que norteiam a vida pessoal e social e a formação de uma cidade de pessoas, com boa educação e altos princípios éticos e humanísticos. Cada um precisa fazer sua parte, com  qualidade e competência, dedicação e persistência, para o bem próprio, de todos  e de toda a nação. Cada um aja pelas forças que lhe vêem do seu interior, pela consciência.
A cidade é uma questão social e não uma questão policial. A polícia entra apenas para coibir atos anti-sociais, quando a educação não soube ser eficiente para todos.
Os parâmetros aqui expostos precisam ser procurados, em toda a parte onde a pessoa atua. São um rol dinâmico e nunca fechado ou exaustivo.
A cidade não é um espaço de demagogos,  de populistas ou de aventureiros golpistas. É antes espaço de estadistas e de educadores. Isto na teoria. Na prática se inverte. Os demagogos roubam a cena.
Devemos chamar a atenção, de novo, para não confundirmos nomes e coisas ou sujeitos.
Para ser educador não basta apenas ter o nome de educador; é antes, pensar, agir, saber e sentir como tal.
Educadores de nome, temos muitos; EDUCADORES de fato temos muito poucos. Saibamos então valorizá-los e multuplicá-los.

8. Não podemos continuar a enganar as pessoas, com uma pseudo-liberdade, que antes é subjugação.
A educação na Macrópolis é atribuição de uma cidade de educadores: os professores, os comunicadores, os sociólogos, psicólogos, arquitetos, engenheiros, advogados e administradores. É feita na família, na escola e em toda a sociedade. É uma cidade educativa.
O Pacto Humanista sabe que os Demagogos, populistas e corruptos vão ocupando o lugar dos educadores, dos políticos, dos estadistas e dos que têm um ideal que prioriza as pessoas, a dignidade, a honra, a competência, cooperação e a persistência.
A Macrópolis é a cidade dos humanos; a cidade que eles são capazes de sonhar e, aos poucos, querem e podem implantar, se os  demagogos deixarem a consciência coletiva do povo falar, reagir e atuar.
A Macrópolis é a Cidade Luz, sem becos morais infétidos que podem contaminar as pessoas.
Precisamos saber promover humanamente as pessoas excluídas, que vivem em becos de pobreza. Mas só o conseguiremos, se extinguirmos os “becos” da falta de ética dos exploradores venais.
Precisamos extinguir os problemas, primeiro nas suas causas; os efeitos logo se diluirão.
A Macrópolis quer recuperar e revigorar as forças matriciais da Nação e da cidade.

9. O Decálogo está vinculado à Filosofia Tetralógica e ao texto: “Paradoxos e Paradigmas” da vida contemporânea. São pontos para discutir, em situações específicas. Quer ir muito além de certa mediocridade que vai se disseminando por toda a parte.
O Decálogo prioriza a formação do caráter e da consciência  das pessoas, como base de toda a revitalização da cidade, criando um mundo solidário, de paz e de justiça, onde, cada um poderá ter condições de ganhar o próprio sustento e dos seus, sem dependência nem cabresto. O contrário disto é o mundo tutelado, por aproveitadores, sem escrúpulos e sem ética, que também existem.
O Decálogo é um espaço aberto, com amplas portas e janelas. Mostra caminhos sem os impor. Atende  a perguntas; esclarece. O Decálogo pensa que impedir  as perguntas é marca do obscurantismo, indigna de pessoas inteligentes. O Decálogo busca a claridade para as pessoas que cultivam a auto-consciência.
O Decálogo dissipa o obscurantismo e a mediocridade daí decorrente, como o sol dissipa a escuridão da noite.

O Decálogo Humanista tem, como suporte, dez palavras-chave:
1- Participação; 2- Urbanidade; 3- Ética; 4- Motivação; 5- Aprimoramento; 6- Produtividade; 7- Reforço; 8- Economia; 9- Espírito Democrático; 10- Qualidade.
Cada princípio do Decálogo é desdobrado em outros tópicos correlatos.

10. Precisamos pensar nas pessoas e nas instituições, quando pensamos na revitalização da cidade. Em função destas são pensadas as praças, avenidas e viadutos; a arborização e preservação do meio ambiente, no solo, no ar e nas águas, e tudo o  mais que forma a estrutura funcional da cidade.
O Decálogo Humanista, ao desenvolver a consciência cidadã, vai afastando as sombras  da mediocridade e da arrogância que tanto mal trazem a convivência humana, como o sol dissipa a escuridão da noite, saudando um novo dia. O decálogo propõe-se  revitalizar a pessoa, como alguém dotado de pensamento, sentimento, atuação e alteridade, alguém que pensa o ser humano em sua totalidade... o ser Humano Integral; a Pessoa Tetralógica.













































DECÁLOGO HUMANISTA VIVENCIAL
Elementos para um Código de  Ética Multi-Cultural

APRESENTAÇÃO
J. Jorge Peralta

O presente texto, Decálogo Humanista, nasceu em 2003, como Decálogo do Educador. Quisemos formular uma série de princípios que todo o educador precisa ter em mente, subjacente à sua atuação no magistério.  
Todo os profissional precisa saber que tipo de ser humano e profissional a instituição se propõe a formar. Precisa saber qual a Missão, a Finalidade e os Objetivos institucionais, para saber se posicionar e qual é o seu lugar nesse espaço em construção. Precisa saber o  que se espera  de seu trabalho, no espaço em que se engaja.
Quando uma pessoa entra numa instituição, ou empresa para trabalhar, para estudar, para fruir arte ou para se divertir, ele precisa saber quais são as perspectivas do lugar, em termos humanos e profissionais.
O Decálogo levou a novas Reflexões que nos levaram ao Pacto Humanista e à Tetralogia Analítica.
Inicialmente, o Decálogo tomou o aspecto de uma sineta que convoca para o início de nova jornada de trabalho, ou como um despertador que lembra  alguns princípios  e atitudes de que todos têm conhecimento, mas que a complexidade de nosso mundo, tecnicizado e desumanizado, começou a esquecer, já no final do século passado.
Nosso mundo vive aturdido, desnorteado, com rumos indefinidos. As pessoas não têm formação holística. Cada uma se fecha num restrito nicho de ideias e competências, sem perspectivas humanísticas universais.
Daí vem o grande drama de nosso tempo: o grande apagão de talentos e de profissionais e pensadores que saibam pensar na unidade da vida, na sua natural diversidade; que saibam conviver e respeitar a diferença de competências e de ideias; Que saibam respeitar as convergências e as  divergências, na dinâmica social, com suas forças centrípetas e centrífugas; que saibam articular a diversidade de talentos e de filosofias de vida.
Para esclarecer as ideias do Pacto e da Tetralogia Analítica, novas reflexões nos levaram a produzir outros textos, pelos quais as novas formulações de princípios e atitudes se tornassem exequíveis.
Ao ler o Decálogo Humanista Vivencial, que a seguir apresentamos ao leitor, será fácil entender todo o arcabouço de ideias que desenvolvemos, na linha da Tetralogia, do Pacto e da Macrópolis.
O texto, que dá saída imediata para o Decálogo, é “Perspectivas do Decálogo Humanista”.
De antemão esclareço que os textos da série Tetralogia têm como foco, uma prática transformadora.

São Paulo, setembro de 2010


1. PARTICIPAÇÃO:

1.1. Cooperar e manter espírito de solidariedade, cooperação, produtividade e harmonia no espaço de sua atuação, na sociedade humana.
1.2. Dar efetiva colaboração para que as Instituições e as pessoas cumpram, com maior eficiência, sua “Missão Humana”, em função da melhoria das condições de vida de cada um, do país e da humanidade.
1.3. Zelar pelo bom nome da Instituição comprometidas com o bem-comum, e cooperar para o bom desempenho de todos os setores a que estiver relacionado.
1.4. Ser aberto ao Diálogo, leal e sincero, como o caminho mais eficiente de uma convivência harmônica e produtiva.
1.5. Ser assíduo e dedicado nos compromissos que assume.
1.6. Respeitar e atender às normas pertinentes ao seu ofício.
1.7. Procurar conhecer, respeitar e cultivar os grandes valores humanos, culturais e naturais de sua região.
1.8. Não ser conivente com atos ou manifestações desleais que possam perturbar a ordem, o respeito, a dignidade, a eficiência e o desenvolvimento normal das atividades da Instituições ou dos espaços onde atua.
1.9. Ser atento e pugnar pela solução dos problemas que levam à violência, à corrupção e à decadência da educação, que leva à decadência social da cidade.

2. URBANIDADE / SEGURANÇA:

2.1. Ser cordial. Tratar com urbanidade e respeito todo o pessoal com quem se relaciona e com o público em geral, conhecidos e desconhecidos;
2.2. Ser atencioso. Atender a todos, com satisfação, atenção, benevolência e bem-querença, sem enfado ou má-vontade. Saber sorrir discretamente, com sorriso humano e não com sorriso de plástico: sorriso de manual de vendedor.
2.3. Ser altruísta, ajudando as pessoas a terem a própria identidade.
2.4. Respeitar a privacidade das pessoas e a identidade de cada um.
2.5. Zelar pelo bom nome próprio, das outras pessoas e das Instituições dignas, abstendo-se de práticas que possam ofender ou magoar pessoas ou prejudicar instituições.

3. ÉTICA:

3.1. Agir de forma compatível com a ética e a moral social, procedendo com lealdade e boa-fé, em todos os seus atos.
3.2. Ser consciente e firme em suas decisões justas, e até nas indecisões, nos parâmetros dos objetivos das instituições.
3.3. Colaborar para que  a  Ética  seja acatada, em função do bem comum e do melhor desempenho e bem-estar de todos.
3.4. Promover a paz e a harmonia na comunidade, promovendo o respeito à verdade, à justiça, à dignidade de cada um, na convivência produtiva de todos os seres humanos, sem injustas discriminações. Promover a cultura da paz. Rejeitar a violência. Nunca ser apático, nem indiferente, nem cara-de-pau, simulador.
3.5. Não ceder a prejudiciais concessões e transigências que possam comprometer objetivos maiores. Agir com suavidade, com firmeza e persistência.
3.6. Considerar o espírito permissivo e atos contra a verdade e a justiça, como atitude deletéria no processo de convivência.

4. MOTIVAÇÃO/ENTUSIASMO:

4.1. Colaborar para que as pessoas atuem com entusiasmo e sólida motivação, buscando sempre o próprio aperfeiçoamento e auto-estima e o bem-estar social.
4.2. Contribuir para que nas organizações haja um efetivo espírito de bem-estar, produtividade e aperfeiçoamento continuado.
4.3. Contribuir para que a Instituições sociais sejam sempre um espaço estimulante, agradável e acolhedor para quantos nele vivem e atuam.
4.4. Contribuir para que as Instituições sociais sejam um espaço atraente, acolhedor e de nível excelente. Que seja um espaço onde as pessoas  possam se sentir bem e alcancem a auto-realização, numa sociedade atuante, em mútua cooperação.
4.5. Contribuir para que as pessoas tenham motivos reais que façam a diferença para estimarem e se dedicarem à vida, ao bem-comum, na cidade em que vivem e convivem.
4.6. Zelar por uma educação de qualidade para todos, sem fantasias demagógicas.

5. APRIMORAMENTO:

5.1. Aperfeiçoar e atualizar continuamente seus conhecimentos, em função da maior competência e do melhor desempenho de suas atribuições, na sociedade. Procurar desenvolver, permanentemente, suas habilidades e competências.
5.2. Estar sempre atento a novas idéias criativas, às práticas inovadoras mas consistentes, e a novas tecnologias que possam contribuir para maior eficiência e bem-estar social.
5.3.  Zelar pelo efetivo aprimoramento da formação dos professores e do trabalho nas escolas, formando gente consciente e competente. Que as escolas ajudem a consolidar pessoas de caráter; que não se atenha apenas a transmitir  conhecimentos teóricos.
5.4.  Procurar implantar melhorias contínuas, em todos os seus ideais e ações.

6. PRODUTIVIDADE:

6.1. Promover a dedicação ao estudo, à pesquisa e à produção intelectual, buscando eficiência e resultados verificáveis, na consolidação de um cidadão competente.
6.2. Estudar sempre, tendo em vista a aquisição de competências e habilidades próprias da sua profissão, em perspectiva holística.
6.3. Promover o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da cultura e das artes, como elemento de melhoria da dignidade das pessoas e do bem-estar social.
6.4. Participar de atividades de prestação de serviços à comunidade, com destaque para o terceiro setor, visando dar contribuição pessoal e efetiva para melhorar as condições de vida também dos menos favorecidos, e estimular, nas pessoas,  o espírito de solidariedade.
6.5. Não estudar apenas para saber; estudar para saber transformar e saber viver.
6.6. Considerar a produtividade em duas dimensões: a dimensão interior, matricial, e a dimensão exterior, social.

7.  REFORÇO - AVALIAÇÃO:

7.1. Avaliar adequadamente o desempenho das pessoas, nas tarefas a que se dedicam, atribuindo com justiça, a cada um, o mérito que realmente merece, cobrando e estimulando o bom desempenho de todos e tendo em conta mais o esforço, o crescimento interior e dedicação, do que resultado exterior.
7.2. Ter consciência de que a pessoa não vence na vida com elogios e agrados mas com os conhecimentos, habilidades e competências adquiridas. Não camuflar vazios...
7.3. Fazer da avaliação um estímulo à dedicação e busca de qualidade das pessoas: um estímulo ao aprendizado permanente.
7.4. Levar em conta a seriedade objetiva do esforço de cada um, sem deixar se pressionar pelos vícios do princípio do “politicamente correto”.

8. ECONOMIA:

8.1. Zelar pela economia de material, energia, água, etc, e pela conservação dos espaços e equipamentos das instituições.
8.2. Zelar pela preservação e cultivo do meio ambiente, terra, ar e água e o mundo animal, vegetal e mineral e a mente das pessoas.
8.3. Zelar pela implantação de um desenvolvimento sustentável, com respeito às pessoas, às coisas, aos animais e a toda natureza.

9. ESPÍRITO DEMOCRÁTICO:

9.1. Possibilitar, a cada um, condições de desenvolver suas potencialidades e incutir nele o espírito de cooperação, participação, ética e responsabilidade social, como garantia da liberdade e do bem comum.
9.2. Considerar toda a pessoa como sujeito de direitos e correspondentes deveres, sem injustas discriminações.
9.3. Contribuir para que seja feita justiça eqüitativa, rejeitando a impunidade, como um mal social.
9.4. Deixar claro que democracia é igualdade de condições e corresponsabilidades e não “procurar levar vantagem em tudo”, em detrimento dos demais ou em prejuízo da verdade e da convivência produtiva, e que o egoísmo e o individualismo, sempre envoltos na arrogância e na ganância, são os terríveis parasitas que degeneram a sociedade.
9.5. Levar o altruísmo e a alteridade muito a sério, sabendo que este é um dos princípios  que os tempos modernos vão descartando, num processo de esfacelamento altamente deletério.

10. QUALIDADE:

10.1. Desempenhar com zelo, dedicação, presteza e qualidade suas atribuições.
10.2. Não fazer concessões à falta de dedicação e conseqüente desempenho deficiente de alguém. Motivar a todos a fazerem a sua parte, com dedicação e persistência. Estimular nas pessoas o esforço de aperfeiçoamento constante. Rejeitar falcatruas.
10.3. Fazer sua parte para que toda a ação da Instituição alcance a Qualidade esperada.
10.4. Dar às pessoas condições de trabalho, de motivação. Procurar garantir o direito das pessoas à tranqüilidade e à produtividade. Ninguém pode incomodar ou perturbar o trabalho dos demais, no cumprimento do próprio dever.
10.5. Manter sempre bem acesa a chama de um grande ideal que alicerce seu projeto de vida e lhe dará força para vencer inevitáveis adversidades.
10.6. Ter compromisso real, permanente e inalienável com a ética e com a verdade; com o diálogo, com a tolerância, com a solidariedade; com a justiça real; com a produtividade, com a eficiência, com a qualidade; com o respeito à dignidade humana, com a cultura da paz, com o bem-estar social e qualidade de vida do povo.
10.7. Cultivar os grandes valores da cultura humana: ser altruísta, generoso e leal.
10.8. Ter compromisso com a busca permanente de maior competência, com o aprender a sempre aprender, com a aquisição de novas competências e habilidades; com o progresso social, científico e tecnológico.
10.9. Buscar os bons resultados. Pensar sempre que “nem só do pão vive o homem”; que os resultados financeiros, só, não fazem as pessoas felizes, nem a paz social. Cooperar para que as outras também tenham uma vida melhor.
10.10. Ter compromisso com o desenvolvimento artístico e cultural; com a cultura e preservação da qualidade das águas e do meio ambiente; com uma avaliação séria e consistente em vista do aperfeiçoamento de todos; com a liberdade e a responsabilidade social e profissional.
10.11. Ter compromisso com a tolerância zero em tudo o que perturba a qualidade do processo educativo; com a vontade de fazer sua parte, antes de exigir que os outros o façam.
10.12. Ter compromisso para que, em todos os espaços e ações da Instituição, estejam sendo promovidos a Missão  que se propõe.

Considerações Finais

Neste inventário propomos um rol de atitudes recomendáveis, quase como um manual de escoteiro ou manual da Macrópolis. São elementos a serem discutidos, com base nos grandes princípios da Ética que aqui estão pressupostos.
O presente Decálogo quer dizer apenas que precisamos de parâmetros para levar a vida e as instituições muito a sério, na medida do possível. Reafirma, no entanto, que os princípios aqui formulados não são limites, mas parâmetros dinâmicos ou rumos possíveis para construirmos a nova cidade dos humanos,  onde a parte mais  sadia da sociedade não seja garroteada e amordaçada em seus ideais de grandeza, justiça, de solidariedade e de bem-estar; onde cada um  saiba e queira cumprir sua parte, por um mundo melhor; onde o altruísmo e o sentido da alteridade possam ser foco de renovação da sociedade tetralógica que quer levar  ciência ,  consciência e sabedoria às pessoas, num meio sócio-cultural em que cada um saiba e queira fazer a sua parte , compartilhando seus talentos, por uma vida melhor.

São Paulo, fevereiro de 2003
Última Revisão: setembro de 2010

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