sábado, 31 de maio de 2003

Anexos




Anexo 2:

UM SABER VIVENCIADO
O Saber, o Refletir, o Fazer, o Interagir

1. Desde a década de 60, venho desenvolvendo ideias articuladas, em quatro pilares básicos: a ciência, a filosofia, a ética e a interatividade, ancoradas no saber, no pensar, no fazer acontecer e no compartilhar, da Tetralogia Prática.
Na perspectiva existencial, vejo a pessoa humana, em suas quatro faces: o físico, o psíquico, o racional e o interacional.
Como cientista da linguagem, como semioticista, como filósofo e como educador, sempre procurei superar o espírito acadêmico. Procuro o sentido de tudo. Vejo as coisas simples, em sua complexidade. No meu magistério, que exerci em diversas dimensões da vida social moderna, procurei mostrar como a ciência e o saber tem um real  compromisso com a transformação da sociedade, levando a todos  mais saber e bem estar. No saber Teórico, sempre quis mostrar como ele pode ser uma força motriz, para abrir novos caminhos, com mais prosperidade, para as pessoas e para a humanidade.
Mesmo nos temas mais teóricos de que trato, sempre procuro enquadrá-los em temas atuais, da vida comum.
Naturalmente procuro mostrar os paradoxos da vida real. Provoco o leitor para o debate construtivo e responsável.
Aprendi com Camões, que fala do “saber só de experiências feito”.

2. Enfim, procuro aliar o saber ao saber fazer. Procuro difundir um saber sólido e consistentes e um fazer, uma prática transformadora, responsável e eficiente. O saber que não transforma é estéril
Procuro uma prática transformadora responsável e eficiente. Mas quem decide e quem age é o leitor.
Procuro fazer,  de um texto, uma seção onde se aprende a pensar a ciência, o mundo e a vida.
Sempre acreditei que o aluno é o  sujeito e não o objeto de aprendizagem. É um espaço de saber, de vivenciar e de compartilhar. Por isso penso que um bom texto precisa ser inquietante e provocativo, prolongando seus efeitos, muito além da leitura.
Um bom texto nunca deixa o leitor indiferente.

3. Como sei que, muitas vezes, “na prática a teoria é outra” ou que na “teoria a prática é outra”, nunca podemos perder de vista o mundo em que agimos e  interagimos, por meio da Palavra ou por ações.
Foi neste rumo que foi sendo forjada a Filosofia Tetralógica Prática. Foi uma longa gestação mental. Valeu a pena tentar.
Em torno da Tetralogia, as ideias saem naturalmente harmonizadas e dinâmicas. É uma Filosofia jovem, versátil e dinâmica, na sua concepção.

TEXTOS PARADIGMÁTICOS
            A Tetralogia Prática está ancorada nos seguintes textos, que reforçam seus paradigmas:

Grandes Textos Mundiais
O Pacto Humanista Global - GLOBIPACTO elege, como parâmetros, os seguintes documentos da UNESCO/ONU:
a) As Propostas da Educação para o Século XXI – UNESCO/Paris, 1998;
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos; (Proclamada em Paris Assembléia Geral da ONU – 10/12/1948);
c) Declaração de Princípios sobre a Tolerância (16/11/1995);
d) Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Proclamado em 16/12/1966 – Assembléia Geral da ONU);
e) Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, adotada em 02/11/2002;


terça-feira, 27 de maio de 2003

Desafio a quem decide

XXII
DESAFIO A QUEM DECIDE
- POSFÁCIO -

PROSPERIDADE, PAZ E DIGNIDADE DOS POVOS
- Uma Carta de Intenções -
“Mais vale acender uma vela
do que maldizer a escuridão”
(R. Tagore)
109

Dizer  que o estudo “Abalos na Igreja, Crise na Humanidade” aborda as forças e fraquezas da Igreja a partir da  conspiração armada no bojo dos casos de Pedofilia é uma afirmação parcial. Aí abordamos questões de estratégia  e renovação.
O texto é, fundamentalmente, uma proposta de reflexão e de   mudança.
Queremos dizer a cada pessoa que ela pode  mudar e ajudar  a fazer um mundo muito melhor, em condições mais propícias para criar o bem estar  humano e a prosperidade material e espiritual, nas  condições necessárias ao bem viver e a vida, com qualidade.
Vamos muito além da abordagem das fraquezas e tropeços . Querems sanar as causas.
Queremos dizer que “Mais vale acender uma vela do que maldizer a escuridão”.

Este não é um texto popular. É um texto  instigante e provocativo,  para quem tem competência de sonhar que é possível ir, muito além do trivial. É um texto para pessoas inquietas, ante os rumos da humanidade. Um texto para pessoas criativas e ousadas.
Não é um texto para os três macaquinhos. Não é um texto para pusilânimes. A pusilanimia é a grande praga do nosso tempo.
É um texto para os amantes da vida, do saber e da sabedoria. É um texto que convida você a pensar, meditar compartilhar. Convida as pessoas de boa vontade a porem a mão no arado para ararem a terra para a semeadura.
É um texto preocupado com os problemas e rumos das pessoas e do seu universo; com o sentido da presença de Deus no mundo.
Penso que a pessoa humana consciente é aquela que, atenta aos sinais dos tempos, se previne,   antes de ser atropelada pelos fatos.
Acima de questões políticas partidárias e ideológicas, devemos construir a prosperidade e a paz com respeito à dignidade humana.
A missão das pessoas é mais harmonização e prevenção de conflitos, do que de buscar solução para os conflitos.
Esta é a visão de um cidadão gestor.

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Consciente é a pessoa que faz a história,  como  porta bandeira e não como o caudatário  dos acontecimentos.
A pessoa consciente é protagonista da história, faz a vida acontecer.  O inconsciente e o pusilânime ficam chorando, na beira da estrada, as mazelas dos novos tempos, enquanto a caravana passa!
Entende que a Igreja deve estar sempre preparada para ser  a Igreja do Futuro, como deve ser sempre a Igreja do Presente e como foi a  Igreja  do Passado. A Igreja vive um presente contínuo.
A Igreja  só pode ser o sal da terra e a luz do mundo,   se seguir as dinâmicas da vida e do mundo, com suas quatro estações e a natural mutação, sabendo que na vida nada se repete e que tudo caminha. Saber que quem pára fica para trás.
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A Igreja  Peregrina é aquela que caminha sempre, rumo a um futuro melhor, vivendo sempre o melhor do seu tempo, o tempo do seu povo, que sempre caminha.   Só pára para retemperar suas energias.
A Igreja não pode se homiziar no passado. Ela é o presente continuo. Nunca é o passado. Se for está doente.
A Igreja, como um barco, não fica parada no porto, a não ser o tempo necessário para  zarpar em nova viagem. Só ficam  no porto os barcos  avariados ou os descartados.
O barco que navega no mar profundo, está exposto a tempestades que podem danificar-lhe o leme ou as velas. Esta é a sua sina... A nau é uma bela alegoria  da Igreja.

A Igreja deveria se preparar  para ser a mais sólida âncora humanista da humanidade.
Com Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, estava bem nesse caminho. Bento XVI, ainda  não tem carisma de Pastor, mas pode aprender, como revelou na visita  a Portugal (maio/2010), onde soube cativar a todo, com sua simpatia e  simplicidade. O mundo descobriu nele um potencial que pode mudar os rumos emperrados da Instituição. O Papa precisa saber agir como pastor, mais do que como um grande teólogo.
O mundo precisa da Igreja e a Igreja precisa do mundo. Cada um mantendo a própria autonomia a própria soberania. Interagem sem se misturar. Cada um com suas competências.
A igreja precisa  manter o status de grande reserva moral do mundo.

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As instituições que prosperam  fazem a sua  “lição de casa”, todos os dias. A vida é uma grande mestra. Ela vai nos mostrando os novos rumos, para não  nos desviarmos do objeto de nossa caminhada. Até porque os caminhos da vida são sinuosos, com muitas alternativas.

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A Igreja precisa saber gerenciar seu potencial moral. Precisa saber ouvir a voz de Deus, no mundo.
Saber ouvir a voz de Deus, clamando também, em todos os descalabros, chacinas, desmandos e selvagerias econômicas, sociais, políticas, nas cidades e nos campos, na ética e na moral, na saúde e na doença. Clamando nas catástrofes que abalam a credibilidade no mundo.
É preciso saber  ouvir a voz de Deus, nas religiões do Oriente e do Ocidente: Na Índia, na China, na África, nas Américas, na Europa,  enfim, em todos os cantos e recantos da Terra. Por toda a parte.
Precisa ouvir a voz de Deus que fala e clama, em todas as  Igrejas cristãs, no Budismo, no Islamismo,  no Shintoismo, etc, etc.

Só é possível o diálogo, se aceitamos o interlocutor assim como ele é, com respeito, valorizando e aprendendo dele o que ele pode ensinar. O diálogo tem dois pólos positivos.
Deus não discrimina ninguém. Por que a Igreja discriminaria?
Para  manter o diálogo com o mundo, a Igreja precisa abrir as suas  portas para todos.  Até para os que se dizem ateus. A nossa Civilização Planetária exige que respeitemos a todos, sem discriminar ninguém, mesmo aqueles com quem podemos  não concordar.

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Partindo da premissa de respeito ao mundo e aos humanos, estabelecendo princípios  balizadores, está na hora de as religiões, onde há seriedade e boa vontade, se unirem em uma grande confederação para, juntos,  sem dependências, lutarem como grandes baluartes da humanidade,  no âmbito do denominador comum, entre todos, com respeito à diversidade e à identidade de cada um, distante de políticas partidárias.
Na vida e no nosso trabalho, somos muito mais eficientes, quando procuramos fazer amigos leais, do que quando estamos sempre criando antagonismos e inimizades, trombeteando dogmas ou interesses paroquiais.
Devemos unir-nos pela paz, pela justiça, pela solidariedade e pela prosperidade espiritual e material entre os povos, dando-nos as mãos, uns aos outros,  para minorar o sofrimento de tantas etnias, pelo mundo afora. 
Devemos unir-nos pelo bem-estar, com qualidade de vida, de todos os povos que sofrem, com fomes, guerras, pela falta de educação, de justiça social e de  entendimento e por interesses às vezes escusos.
Devemos ajudar a cultivar, por toda a parte, os valores que trazem solidariedade, unidade e prosperidade para todos, sem prejudicar o formato da cultura local.

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Escrevi este texto, sob o título: “DESAFIOS A QUEM DECIDE
Mas, antes que o título cause alguma estranheza, devo esclarecer: Quem decide são as pessoas conscientes e não apenas os detentores do poder formal. O Poder é sempre compartilhado, em diversas instâncias da sociedade local e mundial. Isto é o que nos garante a decantada liberdade.