sexta-feira, 26 de junho de 2009

Reflexão Preliminar

O GLOBIPACTO PROPÕE NOVOS RUMOS
Um Novo Paradigma  de Civilização
- Reflexão Preliminar - 

J. Jorge Peralta

1. Apresentamos à sociedade um projeto audacioso. Propomos “Novos Rumos para o Nosso Mundo”.
Se tantos propõem, sem receio, modelos deletérios, por que deixaríamos de propor um modelo construtivo que estimula a ação positiva das pessoas conscientes?! Precisamos ser prudentes e sábios para não demonizar ninguém.
Considero que as nações e as pessoas devam saber tomar, nas próprias mãos, o destino dos povos  e da humanidade.
Os governos, bem como os organismos internacionais, pouco conseguirão, se o povo não estiver motivado e não souber ir na frente. Tudo deve partir dos anseios do subconsciente coletivo das pessoas, sem  manipulação criminosa, como muitas vezes ocorre.
Impor uma autoridade despótica, sem levar em consideração os argumentos dos outros, é atitude arcaica,  deletéria.
Em cada caso, precisamos detectar as convergências e as divergências que envolve dada questão, para podermos ser razoáveis, respeitosos, generosos, firmes e eficientes.

2.  As ideias são a força motriz da humanidade. Para bem ou para o mal, esta é a realidade.
O diálogo não é, para mim, um museu onde se expõem ideias antigas, até porque  as ideias, se válidas, não têm idade; São válidas enquanto são  atuais. Por isso os  exemplos ilustrativos  precisam ter  sempre sabor atual.
A ciência e as ideias transformadoras, são sempre desafiantes. Não teme provocar reações paradoxais e até heterodoxas. O “debate” ainda que seja simulado, é sempre um momento rico de semeadura. Não pode descambar no trivial.
Os mais acalorados debates são os que se travam dentro de nós, a sós. Às vezes franzindo a testa e puxando os cabelos, num esforço interior para compreender melhor o mundo e a vida.
 Há diversos caminhos para atingir um objetivo. Só os proselitistas querem fazer crer o contrário.
Mas precisamos saber manter, no diálogo, um espaço criativo, motivante e inovador. Sem tapa-olhos.
Isto exige do Mestre muita atenção e muita agilidade, muita leitura e muito compromisso.
Precisamos mostrar que o conhecimento que transmitimos é relevante, no nosso mundo e na vida da sociedade.
Se for irrelevante, provoca desinteresse e compromete a credibilidade. Se os argumentos não forem convincentes, não adianta ter razões.
Por isso se diz: “o pior inimigo de uma causa justa é um mau advogado”.

3.  Neste trabalho, aponto, como sugestão, os rumos  a trilhar, para construir  uma nova Civilização, prefigurada no paradigma de Macrópolis. Esta propõe um novo modelo na Megalópolis, em que vai se transformando  o nosso mundo. O mundo não é mais uma aldeia Global, de Mcluhan, mas uma mega cidade, uma megalópolis, de crescimento desordenado, desumanizada e,  em alguns aspectos, selvagem.
A construção da Macrópolis, no modelo que propomos, é a humanização da cidade global: humanização da Megalópolis.
Macrópolis é a cidade ideal, que criamos dentro de nós, e que podemos e queremos exteriorizar: É um paradigma, uma cidade de paz, justiça, liberdade responsável, de bem estar, onde as pessoas compartilham e desenvolvem bens materiais e espirituais: uma sociedade de pessoas livres, sem o aguilhão monetarista  que desconhece e destrói tudo o que não é dinheiro.
A Macrópolis  é a cidade que queremos e que ainda não existe. Mas queremos fazer com que exista. Sabemos o que não queremos, na Megalópolis, mas nem sempre sabemos o que queremos. O modelo Macrópolis nos ajuda a pensar alternativas possíveis.
Macrópolis é uma sociedade de educação excelente e criativa onde a qualidade de vida humana e a espiritualidade  se completam.
Na modernidade, presos às sensações, vamos perdendo a capacidade de sonhar. Sem sonhos e sem utopias, nunca superamos o trivial.
A Macrópolis é o protótipo de uma nova cidade humanizada e próspera.

4. A Macrópolis é impulsionada pelas ideias matriciais do Pacto Humanista Global, o GlobiPacto, sob o espírito da Filosofia  Tetralógica.
No “Novos Rumos para Nosso Mundo”, propomos reflexões para mostrar a razão de ser e o modus operandi, para conseguirmos cooperar na construção de um mundo melhor para todos.
Neste texto dirigimo-nos aos seres humanos, dos quatro cantos do  mundo. Difundimos ideias. Esperamos resposta de cooperação e alianças.
Pensamos no mundo globalizado, reunido numa ainda precária e frágil solidariedade mundial.
No nosso mundo, para o bem ou para o mal, vivemos na mesma “canoa”, sujeitos aos mesmos riscos e aos mesmos benefícios. Compartilhamos benefícios e malefícios.
Por tudo isto, o que queremos propor ou preparar é o caminho de uma civilização cósmica que vai se delineando, talvez ainda em denso nevoeiro.
Precisamos saber quebrar os elos do círculo vicioso que nos travam o raciocínio e o crescimento...

5. No presente texto, apontamos a possibilidade de abrir novos  caminhos e atalhos, e de superar os paradoxos e os impasses, em que se debate a sociedade, em escala mundial.
Queremos ajudar a construir uma civilização, teoricamente, sem fronteiras: Uma civilização acolhedora, hospitaleira, sem discriminações e sem preconceitos, com real igualdade de direitos  essenciais, mas respeitando a diferença específicas das pessoas, dos povos  e das nações.
Queremos ajudar a traçar os rumos de uma civilização planetária solidária, que saiba respeitar a diferença, a individualidade e a unidade de espírito, para a busca  do bem-comum.
Uma civilização planetária, onde seja respeitada a cultura de cada povo, e que preserve a justiça e a liberdade de cada um.
Uma civilização que desista da ideia fascista e escravizadora de destruir culturas e individualidades, impondo a todas as nações o mesmo molde, o mesmo padrão... O mesmo diapasão.
Uma civilização onde cada um terá condição de, por próprio mérito, garantir  o bem estar próprio e dos seus, sem depender da esmola de ninguém.
Uma civilização sem parasitas, onde a solidariedade é responsável e não opressora. Uma sociedade que dá o anzol para a pessoa pescar o próprio peixe,  sem se humilhar a depender de esmola.
O GlobiPacto é uma cartilha indicativa que propõe os parâmetros da grande tarefa.
(Ver o poema: Dar é Humilhar)

6. Numa sociedade ainda eivada de preconceitos, injustiças,  discriminações e perseguições, o Pacto quer difundir e cultivar a Reconciliação e o Espírito de Restauração, a mútua cooperação, o espírito de inovação criativa, com respeito às diferenças e especificidades  de cada comunidade, deste mundo agigantado.
Abrimos espaço para pessoas de boa vontade de todas as correntes  de pensamentos. Postamo-nos na perspectiva do homem universal, que sonha  com um mundo melhor, para si e para os seus, e para todo o Globo, preservando a dignidade humana e a harmonia com a natureza.
O Pacto é um movimento multiforme e plural, com denominador comum no essencial. Há pontos que nos unem e pontos que nos distinguem, criando a individualidade própria, a diferença criativa.

7. O GlobiPacto é um movimento polifônico, democrático, aberto, multidisciplinar, tolerante e solidário,  mas firme, responsável e coerente, entre os princípios e a ação. Acredita que a sociedade  precisa mais de firmeza e respeito do que de complacência ou de tutores que impõem viseiras.
O Pacto é um movimento de esperança que acredita no potencial e no sonho das pessoas. Acredita  que as pessoas  são capazes  de mudar de rumo, e abrir novos caminhos. Juntos e solidários, seremos capazes de  contribuir, efetivamente, para a construção de um  mundo melhor para todos.
A Macrópolis precisa existir, no nosso subconsciente coletivo. Ela vai sendo criada  enquanto andamos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ÍNDICE - IDÉIAS MOVEM MUNDOS

IDÉIAS MOVEM MUNDOS
POEMAS FILOSÓFICOS
"Dê-me uma alavanca e um ponto
de apoio e eu moverei o mundo"
(Arquimedes)
Editora Eurobrás
São Paulo: 2009

Idéias são Bandeiras

IDÉIAS MOVEM MUNDOS

“Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio
e eu moverei o mundo" (Arquimedes)

1
IDÉIAS SÃO BANDEIRAS
Idéias, idéias, idéias...Vivemos de idéias
Consumimos idéias
Procuramos idéias
Construímos idéias
Corrigimos idéias.
Refutamos e rifamos idéias
Reformulamos idéias
Investimos em idéias
Adotamos idéias
Vestimos idéias.

Amamos e odiamos certas idéias.
Discutimos idéias.
Brigamos por idéias.
Unimo-nos ou separamo-nos
por idéias
ou por falta de idéias.
Por idéias vivemos ou nos imolamos.


União sem idéias não prospera.
Idéias são bandeiras desfraldadas
que guiam multidões exaltadas,
ou inspiram atos heróicos das pessoas.
Idéias harmoniosas, bem articuladas
completam a obra da Criação...
Idéias pérfidas, perdulárias,
desequilibradas
deletérias
alimentam as raízes do mal;
comprometem a vida
e o convívio das criaturas.
São maldição.
São perene ameaça
à paz universal

O Poder da Idéia

2
O PODER DA IDÉIA

As idéias movem mundos.
Com idéias alavancamos o universo.
A idéia adequada é o ponto de apoio
e a alavanca
que Arquimedes, na Grécia, procurava,
para o mundo mover.
As idéias solidamente consolidadas
são mais fortes que canhões
ou que exércitos numerosos
e fortemente armados.
São mais poderosas e destruidoras
que a bomba atômica,
mas também mais protetoras e seguras
do que o colo materno ou a mão do pai;
do que grandes castelos,
fortalezas,
ou abrigos inexpugnáveis.

Não nos entendemos
quando não sabemos corretamente
trabalhar as idéias...
ou idéias com idéias refutar.
Com uma boa idéia na cabeça
muito amor no coração,
esforço, coragem e dedicação
o homem muda o rumo da história
e garante mais bem-estar
ao seu povo e ao seu irmão.

Idéias são tesouros

3
IDÉIAS SÃO TESOUROS

As idéias criativas e originais,
para a vida social são guia e luz.
A algum problema dão adequada solução.
O progresso científico e tecnológico estimulam.
São a maior riqueza do homem.
Valem mais
que amplos territórios e pedras preciosas.

As boas idéias são o orgulho do ser humano.
Os exércitos passam,
as ideologias murcham
e se ultrapassamos regimes políticos se esfacelam
como as estações se sucedem,
mas as boas idéias permanecem.

As grandes idéias
pelos sábios da Humanidade produzidas,
através da história,
são os mais ricos tesouros
que dos humanos proclamam
a mais consistente glória.

Olhe! Veja aquele cidadão...
Não tem nada na mão,
nem dinheiro em seu gibão...
Mas tem boas idéias na cabeça
e muito amor, coragem e dedicação...
A história contará o final desta narração.
Seu nome tem lugar privilegiado
na humana memória.

O Homem sem idéias

4
O HOMEM SEM IDÉIAS
O homem de uma idéia só,
é perigoso, arrogante e truculento,
às vezes tenebroso.Tem tendências ditatoriais
e porte de chacal.
O homem com poder e pobre em idéias
é um risco mortal,
para toda a comunidade!
A idéia fixa é paralisia moral,
é prisão incondicional
ou algema sem chave e sem aval.

As idéias humanas são múltiplas,variadas.
Formam um arsenal,em sua diversidade,
harmoniosamente articuladas,
com sua natural relatividade.

O homem de um só livro
é um ser temível.
É ameaça permanente,
num mundo naturalmente múltiplo,
onde há aspectos semelhantes
e outros diferentes,
em todos os viventes.
A unidade na diversidade
é a marca da humanidade.

Idéias Matriciais

IDÉIAS MATRICIAIS

As idéias humanas são múltiplas,
como o reino da natureza,
na exuberante floresta tropical.

O homem de idéias bem estudadas
é enérgico e flexível, generoso e cordial.
Sabe o que quer,
ou ao menos sabe o que não quer.
Está sempre a procurar...
Não tem espaço para a presunção.

O homem de idéias consolidadas
não se precipita sem pensar;
sabe esperar
para ocupar o seu lugar
sem aos outros afrontar ou violentar.


Neste mundo fragmentado
as idéias fortes garantem alguma unidade
e a harmonia na diversidade.

O homem de idéias claras,
versáteis, articuladas,
pode o mundo transformar.
Idéias são sementes
que procuram germinar.

Somos o que pensamos

SOMOS O QUE PENSAMOS

As idéias, para serem eficazes,
precisam ser levadas à ação
com persistência, coragem e dedicação.
É preciso por elas se sacrificar.
Idéias sem açãos
ão como sementes que frustradas apodrecem
sem serem lançadas em fértil chão.
Ter idéias e segui-las
é desinstalar-se e arriscar-se,
em arena de leões.
É enfrentar oposições.
É comprometer-se com a vida,
com o futuro da nação,
seguindo a sã consciência,
sem vãs transigências.
Somos o que pensamos
o que sentimos
o que queremos
o que amamos.
Somos o que estimamos e o que fazemos.

As pessoas, como as coisas,
nem sempre são o que são,
na vida real.
São muito mais do que aparentam.
São o que o humano coração nelas se vê e faz.
A vida é muito mais impressionante
do que uma reportagem de jornal.

Orfãos de Idéias

ORFÃOS DE IDÉIAS

Quantas idéias geniais
não fenecem, guardadas, debaixo do colchão
ou em bela brochura guardadas
no fundo de um baú!

Quantas idéias de incrível potencial
não jazem ineficazes,
em livros de mestres luminares,
em nossas bibliotecas,
por muito poucos utilizadas,
ou simplesmente esquecidas!

As boas idéias precisam ser trabalhadas,
como faz o agricultor com a plantação,
com carinho, persistência e dedicação,
talvez seguindo no contra-fluxo,
na contramão.
Às vezes arriscando
a própria reputação.
Nosso mundo é órfão de idéias...
Na cabeça e no coração
de cada irmão
há um terrível vazio de idéias,
de idéias que se possam aproveitar...

Por um paradoxo lastimável,
as boas idéias, nem sempre encontram
gente capaz
de levá-las à ação.
Gente sem idéias cultiva a mediocridade.
Alguém precisa acordá-la
da sua ilusão
de principe falastrão.

O jovem moderno é consumidor contumaz
de eslogans pré-fabricados,
por propagandista sagaz
e pelos quatro cantos apregoados.

Tais postiços chavões
são inconscientemente assimilados,
por cidadãos menos preparados,
e maquinalmente repetidos,
à exaustão.

Os carentes de idéias

OS CARENTES DE IDÉIAS

A falta de idéias bem assimiladas
é a pior carência social;
Cria os excluídos da civilização,
os excluídos da cultura,
os excluídos da cidadania,
qualquer que seja
seu potencial econômico
ou político poderio!

A falta de idéias é a mãe da miséria,
da miséria moral e material.
É a mãe adulterina e desalmada
da pusilanimidade e da violência.
Põe em risco a vidae a humana consciência.


O humano sem idéias sólidas
hominizadas,
bem consolidadas ou em consolidação
e bem articuladas,
é um náufrago antecipado,
num mundo globalizado.


Para a sociedade,
este humano é um perigo.
É um exilado de si mesmo,
num convívio sem sentido.

O Sem-idéias, desastrado

O SEM-IDÉIAS, DESASTRADO

Um homem sem idéias
põe o mundo a perde.
É náufrago sem salva-vidas e sem bóia...
num mar de piranhas...
Age como um irracional condicionado
ou torpedo teleguiado,
apesar de seu imenso potencial.

Sua presença ou aproximação
é mais temível que a besta fera do Apocalípse;
mais perigosa e assustadora
que a água envenenada,
um terremoto, um maremoto ou um tufão.
Age por incontrolada paixão
e feroz compulsão,
para a própria e pessoal conveniência.
Não conhece a alteridade.
Desconhece a participação e a solidariedade.
Só conhece a auto-promoção...
É um tropeço
para o consciente cidadão...

O outro, se existe, para ele não vale nada,
nem é levado em conta
a não ser quando paga a conta.
Dissemina por onde passa
o terrível vírus da discórdia e da crueldade.
É escravo da própria ignorância e maldade.

A ganância em todas as dimensões
é a força propulsora,
de racional inconsciência na sua dimensão social
que rege a ação dos sem-razões,
dos sem-idéias.
Tristes tiranos!

O sem-idéias
jamais aceitaria a menor crítica
a seu agir desatinado.
É um déspota disfarçado,
um liberal mascarados!
Considera-se acima do bem e do mal,
alguém que não tem pecado
ainda que aja e pense
como perigoso malvado,
sem caráter,
e sem coração..

Tragédia da Falta de Idéias

TRAGÉDIA DA FALTA DE IDÉIAS

A falta de idéias é um deserto de Saara...
sem oásis.
Apenas miragens.
É ficar perdido em alto mar,
sem leme e sem bússola,
em meio a terrível tempestade.
É estar só, no meio da multidão.
É ficar perdido desnorteado
no meio de um tiroteio
sem armas, sem elmo e sem couraça,
de perna paralisada,
de boca amordaçada
e mãos algemadas...

A falta de idéias é uma tragédia.
O homem sem idéiasbem articuladas
amadurecidas
está na condição mais desgraçada,
ao sabor de forças destruidoras,
irracionais e incontroladas,
sem poder fazer nada...

Viver sem idéias
é ser levado pela enxurrada
no meio da escuridão
em plena florestas
em ver um galho de árvore ou uma raiz
ao alcance de sua mão.

Bandeira Desfraldada

BANDEIRA DESFRALDADA

A mais trágica e pavorosa situação
é encontrar alguém que se passa por sábio
e não passa de um ignorante...
De idéias está vazio, julgando-se delas abarrotado.
Pelos incautos é ovacionado.
Quando toma decisões
Só encontra o vazio e mais nada.

E as idéias?! Só eslogans decorados...
Sem possível assimilação.
Nada mais que lhes dê razão.
Hasteiam bandeiras esfarrapadas,
em mastros carcomidos, despedaçados.
Sua mente foi escravizada.
Se não refizer seu rumo, já está derrotado,
morto no anonimatosem ideal e sem identidade.
São um simples cadáver adiado...
impossibilitados de atuação.

As flores, o sol e as estrelas,
os rios, os mares e os lagos,
as montanhas, os planaltos e os vales,
os ares, as aves e os animais,
as plantas, as rochas e as areias do mar
todos têm sua beleza natural.
Têm impressionante harmonia
mas não são racionais.
São a fantástica realização
de uma eterna idéia do Senhor da Criação.

Idéias abrem caminhos

IDÉIAS ABREM CAMINHOS

Ao homem foi dada a razão,
a racionalidade.
Foi proclamado o Rei da Criação.
Se não agir de acordo com sua condição,
será destronado com humilhação.

O homem sem idéias é uma aberração,
um estorvo perigoso e humilhante,
no contexto da humana existência.
Compromete, com os demais, a convivência.

O homem de idéias
bem formadas,
consolidadas,
desenvolve a liberdade,
a criatividade e a inovação.
Vence a opressão.
Garante a perene vitalidade,
harmonia e solidariedade,
no mundo dos viventes.
Aponta as portas do bem-estar
para toda a gente.

Quando iremos desfraldar
a bandeira da libertação,
do poder das idéias,
da humana criatividade,
para abrir novos caminhos
às novas gerações?

domingo, 14 de junho de 2009

Macrópolis: Utopias

UTOPIAS
(O Poder da Criatividade)

As utopias são a alavanca
do progresso e da civilização.
São as vias da audácia
que levam a novas realizações.
Viver, ser e querer é a mais bela utopia
a que os humanos têm acesso.
A utopia é um sonho impossível
ou com alto nível de dificuldade
que alguém, com criatividade e dedicação,
faz realidade palpável!
Sem o sonho, lastreado na utopia,
o homem não poderia
ir além do trivial.
Quem não voa com imaginação e criatividade
ficará sempre no mesmo chão estacionado.
Quem apenas vegeta
não sabe sonhar...
O homem precisa sonhar...
sonhar e se dedicar
para o sonho e a vida viabilizar,
e novos rumos traçar.
Quantos sonhos dourados
talvez viáveis
são escondidos debaixo do colchão
por comodismo, covardia,
ou falta de imaginação?!...

Jorge Peralta

Textos Paradigmáticos

TEXTOS
PARADIGMÁTICOS

Macrópolis: Oração da Paz


Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:

consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Autor: S. Francisco de Assis


Textos Paradigmáticos

Macrópolis: Disparada

Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
A morte, o destino e tudo
Estava fora de lugar
Eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por Necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo
Laço Firme, Braço Forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
Que boiadeiro era um rei

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E os sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei

Então não pude seguir
Tenente Valente, lugar
De dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, fere, engorda e mata,
Mas com gente é diferente

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
E vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim, nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que Quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer mais longe que eu

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço Firme, Braço Forte
Num reino que não tem rei

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que Quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu,
Por qualquer coisa de seu
Querer mais longe que eu
(Composição: Geraldo Vandré e Theo de Barros / Interpretação: Jair Rodrigues)

Macrópolis: Prá não dizer que não falei das flores



Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

(REFRÃO) 2 vezes


Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo canhão
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

(REFRÃO)

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Macrópolis - Carta de Princípios do Pacto

MOVIMENTO PACTO MUNDIAL
– SÓCIO-CULTURAL
= Forças matriciais de novo amanhecer =

Luciano Reis

Nota Preliminar:
Com este texto da série MPM, fica instituído o Movimento Pacto Mundial como um Movimento Sócio-Cultural, pela Cooperação Universal.
A partir dos posicionamentos que propomos a seguir, temos os elementos básicos para a definição posterior, mais específica, dos Princípios e Diretrizes que orientam o movimento para possibilitar a cooperação e o espírito de compartilhar valores culturais transformadores. O Movimento Pacto Mundial é Plural em suas concepções e em sua atuação. Seu núcleo básico é a auto-consciência das pessoas.
Este Movimento procura criar um ambiente propício à descoberta de novos caminhos e novos talentos. Aqui esboçamos os parâmetros específicos do Movimento.

I
ESBOÇO DE PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

1. O Ponto de Mutação
Tudo leva a crer que o nosso mundo está chegando a um ponto de mudanças radicais articuladas pelo despertar das forças matriciais que sustentam a Vida no Globo. Sente-se no ar uma certa tensão que parece apontar uma virada de rumo nas forças dialéticas que regem os ciclos da vida, a que chamamos tese, antítese e síntese.
Depois de muito sofrer, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, o efeito de inúmeras crises que vão se sucedendo, parece que as pessoas vão caindo na real. Vão concluindo que o crime e corrupção não compensam; que não dá para todos levarem vantagem em tudo, pois esse princípio só beneficia os manipuladores de sempre, que atiram a pedra e escondem a mão.
Hoje sabemos que a arrogância, a ganância e a ignorância estão na base dos grandes males da sociedade. Este é o combustível que faz o mundo derrapar, as baterias descarregarem e a inquietação se espalhar.
Certas ocorrências de nosso mundo chegam ao cúmulo da insensatez e do farisaísmo. Ultrapassam os limites de todas as tolerâncias que permite a razão. Os crápulas sabem se disfarçar em qualquer ambiente, como o camaleão.
Na era do conhecimento, precisamos vencer avalanches de preconceitos sedimentados e recuperar valores essenciais à espécie humana que os complexos sociais e interesses políticos e/ou econômicos circunstanciais soterraram e tiraram de circulação. O único compromisso da nossa modernidade é com a verdade com responsabilidade, pelo bem-comum. Esta atitude faz parte da mística do Pacto.
Precisamos saber descartar armaduras há muito sucateadas e guardá-las em museus para a memória preservar. Hoje só atrapalham e fecham os caminhos.
As circunstâncias mudam inexoravelmente. No mundo, se forma ou de outra, tudo muda inexoravelmente, como o tempo.
É preciso descartar o que for entulho do passado e servirmo-nos de tudo o que é bom e útil que herdamos de nossos antepassados. A questão é saber separar o ouro do entulho: é saber estabelecer os critérios de decisão.
Cada pessoa que nasce tem uma missão a desempenhar, da qual não tem informação. Com o tempo seus passos o guiarão. É preciso saber implantar uma fraternidade sem fronteiras, físicas, econômicas, morais ou intelectuais reunindo pessoas de boa vontade, sem medo nem temor, mas com lucidez e consciência cidadã.
Quem é consciente, criativo e dedicado, nas circunstâncias mais difíceis, sempre encontra uma saída. Todo o artista preparado sabe que, dos cacos, pode fazer o mais belo mosaico.

2. Nova Equação de Princípios
Parece que chegou a hora de se propor um grande e responsável PACTO SOCIAL, nas dimensões dos pequenos, médios e grandes grupos humanos até à sociedade global.
Tal Pacto tem como objetivo estabelecer os princípios, diretrizes e práticas que deram suporte á construção de uma sociedade melhor para todos.
Sendo as religiões teístas, da estirpe de Abraão, o grupo mais denso, propomos o início do movimento à partir destas. Mas este seria um movimento sem fronteiras.
O gérmen matricial deste pacto já está em todas as religiões e em todas as pessoas de boa vontade, mas é preciso reativá-lo na dimensão universal, estabelecendo Alianças.
É preciso repensar juntos e reelaborar, para levar à prática, algumas convenções já firmadas:
1) Os grandes princípios de “Convivência e Tolerância”, de “não discriminação” injusta e de cooperação inter-classes e inter-étnica e entre grupos, países e blocos de influência internacionais;
2) O princípio de soberania e auto-determinação dos povos;
3) O princípio de liberdade, de crer e de pensar, com respeito ao outro e à dignidade humana e sem prejuízo à comunidade;
4) O Direito à Educação de Qualidade, em todos os níveis...
Tudo precisa ser reequacionado, pois, na prática, muitas vezes , a teoria é outra.

3. As pessoas desconcertadas, metem os pés pelas mãos e vão perdendo o rumo. A sociedade vai construindo um labirinto de que não tem saída. E a inquietação se espalha
Todos sabem que os parasitas e os falsários não cabem mais numa sociedade consciente, livre e responsável. Cada um deve fazer a sua parte.

II
COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO VITAL

1. Como Diretriz precisamos estabelecer algumas normas de convivência sadia e
eficaz:

1) Todos devem cuidar da sua saúde e da educação dos filhos. Devem cuidar que não seja apenas uma educação livresca, mas uma educação holística, comprometida com a vida do mundo, das pessoas e das sociedades. Uma educação de olhares positivos que não discrimine ninguém..., que crie harmonia e não constrangimentos. Devemos cuidar da saúde física, psíquica e mental de nossos filhos e das novas gerações.
2) As pessoas sadias devem trabalhar com dedicação e competência para ganhar o seu pão, em vez de, sorrateiramente, tomarem o dos outros ou buscarem esmola a que não fazem jus. Dar esmola a quem pode trabalhar é humilhar a pessoa e criar dependência.
3) A ninguém é permitido o desperdício; é preciso economizar, principalmente os elementos essenciais à vida: a Água e os Alimentos.
4) A ninguém é permitido poluir o solo, o ar e as águas; quem poluir está comprometendo a vida sobre a Terra. Toda a gente sabe isto.

Mais do que o patrimônio material amealhado, vale o patrimônio moral que queremos legar às futuras gerações.

2. Outras Diretrizes e Normas
5) Deve-se buscar sempre uma educação que leve à auto-realização pessoal e profissional e conduza ao bem-estar.
6) A educação deve ser baseada em alguns valores gerais básicos, perfeitamente identificáveis e comprometidos com a prática do dia-a-dia e que não sejam apenas belas intenções que ninguém sabe respeitar.
7) Deve-se educar as pessoas para a auto-consciência, para a liberdade com responsabilidade, para a solidariedade, para o respeito à dignidade humana, própria e dos outros. Deve-se formalizar o conceito pleno da justiça real e não venal, como algo sagrado para a paz social, sem máscaras.
8) Deve-se educar a pessoa para o mundo real e não para uma sociedade romântica imaginária. Educar a pessoa capaz de saber que tudo o que é humano tem limites. Que no mundo nada é absoluto. Educar para a sociedade real, onde todos precisam cooperar. O educador não pode enganar.
9) Educar as pessoas para a competência, solidariedade e responsabilidade social. Pessoas que trabalham por uma sociedade onde sejam suprimidas as grandes desigualdades, em todos os níveis, mas sempre respeitando as diferenças.
10) Deve-se educar o homem multidimensional, com as múltiplas inteligências constitutivas de sua personalidade.
11) As pessoas devem ser educadas para, sós e em grupo, terem mentalidade empreendedora que os induza à construção de mundo melhor para todos.
12) As pessoas devem ter uma educação baseada no respeito mútuo de todas as pessoas, de todos os países e de todos os grupos sociais, buscando compartilhar valores e interesses comuns e universais.
13) Deve-se ver e pensar a escola como instituição formadora de cidadãos conscientes, competentes, responsáveis e atuantes.
14) A educação deve ensinar o educando a entender o mundo, a ler os sinais da civilização e a aprender a aprender sempre.
15) Toda a Educação deve ter como base os quatro pilares básicos e os quatro pilares complementares, numa visão construtiva transformadora. O aluno deve ser educado para: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e a aprender a ser; complementarmente precisa aprender a querer, aprender a decidir, aprender a cooperar e aprender a compartilhar.
16) As Novas Gerações devem ser educadas para um mundo real, onde convivem a saúde e a doença, a esperança e o desespero, a alegria e a tristeza, o otimismo e o pessimismo, o sucesso e o fracasso. Devem saber que essas são, condições pelas quais passam todas as pessoas, em estágios mais ou menos passageiros. Devemos aprender que a vida não é fácil para ninguém. Que cada um deve aprender a buscar o melhor e superar as fases negativas. O mérito de cada um está em sua própria dedicação, competência e responsabilidade. Isto faz a pessoa cidadã.

3. Toda a educação deve levar à consciência do mundo, à auto-consciência, à auto-
realização e à transformação social, com justiça e liberdade. Este é o caminho da Paz.
Esta é a tendência do mundo globalizado, como uma Aldeia Global ou uma Praça Universal.
Precisamos saber ver a história, como um movimento ondular e não retilíneo. As idéias se sucedem, umas em alta, outras em baixa, sucessivamente, mas o mar é o mesmo e a água também. O que muda são as circunstâncias. O barco sobe e desce e pode até naufragar, se não for resistente ou se o piloto se descuidar ou se for incompetente, ou despreparado.

4. Hoje todos estamos no mesmo barco: todos somos solidários com todos, na
alegria e na dor.
É esta realidade o que demonstra a crise global que o mundo atravessa, provocada pela irresponsabilidade de alguns. Pensando levar vantagem, acabaram caindo no turbilhão geral que ajudaram a detonar.
A sociedade, desnorteada, está chegando a um colapso ético, por falhas na política de Educação das Novas Gerações.
O Pacto Mundial não se propõe atirar pedras em ninguém; propõe-se apenas como uma atitude construtiva. No entanto, quer ser um movimento de pessoas atentas ao que se passa em seu redor para poder superar os elementos viciados e deletérios da sociedade real.


III
MUDANÇA E RECONCILIAÇÃO

1. Renovação do que está Superado
Certas linhas ideológicas e dogmáticas de um passado recente, começam a ir para o cesto de descarte. Alguns ainda tentam preservá-los, embalsamados, porque tais princípios lhes trazem algumas vantagens, embora venham poluindo e embaçando o ar que todos respiram. Apesar dos esforços de alguns, muitas idéias superadas vão sendo soterradas por nova realidade. Ninguém consegue embargar o ciclo do sol. Quem o fizesse seria um desastrado. O ritmo de tentativa, acerto/erro e novo começo cria a dinâmica da história. A vida é assim. Às vezes, no que foi soterrado está a chave do novo rejuvenescer.
O Educando precisa adquirir a competência da auto-avaliação, detectando seus valores e carências e desenvolver motivação para progredir sempre.
Estamos num mundo onde vai se impondo o Espírito Reconciliador Dinâmico e de tolerância, o espírito que assume a diferença, em todos os níveis e em todos os setores das sociedades, respeitando aqueles que são e pensam diferente, desde que não sejam predadores mas construtores de uma sociedade mais solidária.

2. Mudar o que deve ser mudado
Os grandes pensamentos e ações da história sempre encontram opositores. Quando se luta pelo bem comum, sempre alguns se sentem incomodados. Quem está do lado do bem tem opção de se acovardar ou enfrentar as dificuldades que sabe que virão.
Diz Vieira que é melhor ter inimigos do que não os ter.
Nas grandes viagens, por alto mar, o barco encontra altas ondas que virão ameaçá-lo. A oposição, se lhe resistirmos, nos deixa mais fortes...
O ciclo natural do dia sempre tem diversas fases complementares: à noite sempre sucede outro dia, é a noite que sucede ao dia?
Por suas análises enviesadas, sem apreciação do outro lado, certas visões da história assumem contornos injustos e injuriosos.
A História deve ser vista em suas diversas perspectivas e circunstâncias e em suas múltiplas dimensões e por todos os ângulos, sem sonegar informações.... Só assim ela é a mestra da vida. A História sem o outro lado, é falsa, por ser parcial, escamoteada.
Omitir as reais e múltiplas dimensões da história é falsear a verdade e enganar os incautos. Quem sonega um dos lados constitutivos de uma realidade é falsário e perde a credibilidade. Não tem lugar entre os construtores mas entre os demolidores.
Em algumas associações, reza-se ainda hoje, uma bela oração de Espírito criador:
“Senhor,
ajudai-nos a mudar
o que pode e deve ser mudado
e a saber preservar
o que deve ser preservado.”
É a pessoa humana assumindo, consciente e dedicada, seu papel na dinâmica história da criação.

3. Olhar para a Frente
A escola deve ensinar o educando a olhar para frente e seguir o percurso da história, estamos dispostos a ajudar a melhorá-la sempre. Olhar para trás só pelo retrovisor. Fazer piadinha ou deboche de personagens históricos em sala de aula é abuso de autoridade. A liberdade de cátedra exige responsabilidade funcional; não libera a injustiça.
A nossa e as futuras gerações não podem ser reféns de eventuais ou presumíveis “erros” de gerações passadas, quando as leis eram outras e as circunstâncias também. Como incomodar ou acusar quem não estava lá e portanto, em nada interferiu.
Atribuir a alguém presumíveis “erros” de seus antepassados é injúria fascista e farisaica e afronta à dignidade humana. É um grave erro de estratégia educacional, pois prejudica e deforma a mente dos educandos. Alguém deveria zelar por isto.

Os grandes feitos da história, que têm o condão de iluminar e abrir novos caminhos, devemos registrá-los em granito, para que sejam lembrados. Os feitos degradantes da história devemos escrevê-los na areia da praia, para que o vento ou a próxima onda os apague para sempre.

Temos de agir e reagir sem culpa, pelo que não nos compete, para cumprir nossa missão e responder por nosso tempo, sem deixarmos ou cedermos a quem nos quer empurrar para a imobilidade dos atoleiros artificiais.
O professor não deve se arrogar o papel de juiz da história, injuriando atores do passado, sem dominar as circunstâncias dos fatos, apenas manipulando opiniões baseadas em preconceitos... Embora a maledicência atraia a atenção dos incautos, não é um recurso ético aceitável.
Não podemos, sem grave desvio de caráter e inaceitáveis injúrias, julgar ou tentar condenar o passado pelas leis e modos de pensar do nosso tempo. Cada tempo tem o seu cuidado. É tempo de estimular a harmonia construtiva e não de espalhar atitudes deletérias e deformadoras de caráter.
É notório que, muitos que condenam erros do passado, agem com o inacreditável farisaísmo.

4. Superando a Injustiça pela Reconciliação
Na nossa sociedade cometem-se atrocidades, condenando pessoas inocentes ao “desemprego”, à desonra, à miséria (os condenados e suas famílias), por crimes que não cometeram, às vezes por sentenças negociadas de onde alguém tira torpes vantagens.
É preciso convencer-se de que a “Inquisição” não acabou, ela resiste com novas roupagens.
Em que muitas das atrocidades de nossa sociedade diferem, de fato, das atrocidades da Inquisição de um passado trágico? Em que diferem estas sentenças, da ação de grupos de assaltantes armados que roubam e injuriam e sentenciam à morte inocentes de todos os níveis sociais?
E que diríamos dos corruptos e corruptores, dos achacadores, dos perdulários e de todas as castas de maus-caráter que infestam as sociedades, como os piratas do passado?
É tempo de reconciliação e de exame de consciência. Rememorar misérias da sociedade ou curtir complexos de culpa, às vezes artificiais, não leva a soluções.
Enquanto nos perdermos, nos chamados erros do passado, perdemos ótimas oportunidades de construir um mundo melhor para nós e para as futuras gerações.
O Movimento Pacto Mundial – MPM é independente em termos políticos e religiosos. O apoiador tem liberdade de opção. A união básica está nos Princípios adotados.


IV
RESGATANDO VALORES SEM FRONTEIRAS

1. Ver, Ouvir, Pensar e Agir
Então, é, preciso mudar de atitude e mudar de refrão.
É fácil criticar os outros sem se olhar no espelho. Todos têm de mudar algo, não só os outros.
Cada um comece a mudança no próprio espaço e todos teremos mudado.
Se cada um limpar a testeira de sua casa, toda a rua ficará limpa.
Somos todos responsáveis por um futuro melhor.
Se sabemos disto, porque não começamos nós mesmos a fazer a nossa parte?
Jogar a culpa nos outros é fácil, assumir a própria responsabilidade... preferimos adiar.
Ao criticar, com tanta liberalidade, desenvoltura e pseudo-revolta, os presumíveis erros dos outros, do passado e do presente, porque não olhar os erros certos que cometemos, embargando os rumos de uma sociedade melhor?! Lembremos o que disse o filósofo: “Eu sou eu e as minhas circunstâncias”. Nunca deixaremos de lado o passado que está em nós.
Vamos olhar para frente para não corrermos o risco de dar trombadas e de atropelar alguém. Mas não deixemos de usar o retrovisor.

2. O Mundo que queremos: Novo Pacto
É neste contexto de crise e de superação de muitas barreiras e de muitos complexos que consideramos a hora certa para elaborar um Pacto Social Mundial, por uma sociedade mais solidária e fraternal, que, com os pés firmes na terra, paire além das ideologias, das políticas, e das religiões; que envolva todos os políticos de todas os níveis, todas as escolas e todos os sistemas de educação, saúde, nutrição e meio-ambiente; que comprometa todas as pessoas de boa vontade, de todas as profissões e todos os trabalhadores.
O Pacto convida para aderirem todas as pessoas de boa vontade, conscientes, qualquer que seja o nível social, o nível de sua formação intelectual ou o nível de sua situação econômica. A única condição é ser uma pessoa de boa vontade, comprovada na ação. A adesão é livre e a nível de consciência cidadã. Manifestar-se adequadamente é um exercício de cidadania.
- O núcleo do Pacto é o desenvolvimento da auto-consciência da pessoa humana. É o “Nosce te ipsum” – (Conhece-te a ti mesmo) que prega Sócrates.
- Os quatro pilares do Pacto são: Solidariedade, Verdade, Justiça e Responsabilidade.
- Os grandes objetivos são: o desenvolvimento sustentável e solidário, educação responsável e a paz entre as pessoas e as nações. É um Pacto pela Vida, pisando em solo firme.
As religiões, igrejas e outras formas de espiritualidade poderiam buscar o que os une, mais do que, o que os separa.

3. Unindo Forças Dispersas
Sempre que houver ao menos cincoenta por cento (50%) de semelhanças vitais, as pessoas deveriam se unir para o bem da humanidade, naquilo que todos forem unânimes que é a melhor alternativa, o melhor caminho a seguir.
Precisamos saber o mundo que queremos construir, e o que, nele, é efetivamente contrário ao bem comum, para evitar, sem concessões...
Devemos considerar as divergências bem fundamentadas e responsáveis como manifestação de maturidade política das organizações.
A firmeza de convicções deve ser respeitada. Deve, no entanto, ser evitada a prática estéril do confronto que leva ao impasse e é contraproducente.

V
PACTO DE MÚTUO APOIO

1. Envolvimento de todos: Solidariedade
Todos, nos pontos teoricamente semelhantes, trabalhariam, com afinco, pelo bem da humanidade, sem preocupações de proselitismos.
Isto envolveria questões de assistência à saúde, à justiça, à alimentação e à educação e à vivência espiritual.
Com o desenvolvimento desta mentalidade de mútua cooperação, Igrejas diferentes poderiam chegar a se servir dos mesmos templos, em horários específicos, como já é feito em alguns países.
Muitas outras estruturas poderiam ser compartilhadas, sem exploração do outro, no princípio mútuo do “É dando que se recebe”, de que falou S. Francisco de Assis.
“Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”,
disse Cristo. Esta é a filosofia do grande Pacto Social.
Ao menos os Cristãos de verdade, deveriam se reunir num diálogo inter-religioso construtivo, nas condições que o pacto mútuo estabelecesse.
O judaísmo também está muito próximo dos cristãos... O Deus do Islã é o mesmo Deus de Abraão. Somos parentes espirituais.

2. Por Uma Espiritualidade Revitalizante e Transformadora
Pensamos a religião como agente do desenvolvimento e da promoção da ascensão da humanidade.
Por todos os meios queremos que os humanos superem uma certa alienação que os torna inertes e busquem a consciência para a sua plena realização, em todas as suas dimensões, materiais, psíquicas e espirituais. Pensamos na pessoa multidimensional.
Pensamos a religião como fazendo parte do ser humano, na busca das forças superiores e do sobrenatural: faz parte da auto-consciência, quando o humano se supera.
O sentido da religião está na competência de ouvir a voz de Deus em todas as manifestações da natureza e no mais profundo da essência humana.
Por isto cada um tem um caminho próprio para se encontrar com Deus, para além das próprias religiões. O essencial é descobrir alguma espiritualidade revitalizante e transformadora.
A Festa do Divino pode ser um de nossos paradigmas anuais pelas lições que nos traz.

3. Neste Pacto têm lugar os membros de todas as religiões e filosofias de vida.
Os Teístas ou Deístas são uma força imensa que poderia contribuir para criar
mais bem-estar para todos.
Em termos apenas estatísticos, vejamos: Cristianismo: 2,1 bilhões; Islamismo: 1,2 bilhões; Judaísmo: 15 milhões.
Estas três religiões são aparentadas e consideram Abraão como seu pai.
Lembramos ainda: O Shintoísmo (3 milhões), o Budismo (330 milhões), o hinduísmo (900 milhões), religiões africanas (20 milhões), religiões indígenas (190 milhões), religiões chinesas (225 milhões) (etc).
Ao Pacto Mundial são convidados todos, sem distinção de religião ou de filosofia de vida. Condição: Que sejam pessoas de vontade.
Sabemos que 90% dos habitantes humanos do Planeta Terra, bem ou mal, professam alguma religião. Assim sendo, o fundo religioso, sem discriminação nem preconceito, deve ser um dos Polos básicos de dinamização da Força Vital do Pacto Social Mundial.
(Nota: os dados desta pesquisa são compilados da Wikipédia).
4. Pactos Setoriais
É possível iniciar o Pacto, na prática? Lógico. Cada um sabe ou poderá saber como. Sua mente dirá.
O Pacto Mundial é, antes de tudo uma atitude cívica e espiritual pessoal que pode se tornar alguma organização social, mas sem estatuto. Tem apenas Princípios.
Para levar o Pacto Mundial às bases onde estão as pessoas, propomos a difusão dele,
caminhando livre, através das células em que se organizam as sociedades. Haveria um Pacto Lusófono Mundial, um Pacto Francófono, etc...um Pacto Cristão, um Pacto Supra-religioso, um Pacto Educacional, um Pacto Ecológico, etc, etc.
Única Base Comum: Formar grupos de pessoas de boa vontade para troca de mensagens estimulantes que façam algo por um mundo melhor, mais consciente e responsável, que valorize os valores superiores da vida e não se deixe iludir pela banalização da existência, superando as forças deletérias da sociedade consumista, e que saiba que “nem só de pão vive o homem”.
O Movimento Pacto Mundial posicionar-se-á sempre acima das categorias: esquerda/direita, conservador/liberal, ortodoxia/heterodoxia, teístas/ateu, pagão, gnóstico/agnóstico e de outras formas de carimbar as pessoas que se posicionam.
O MPM acredita que toda a pessoa por mais impotente e débil que se julgue, pode fazer algo por um mundo melhor para todos. Os pequenos gestos podem mudar vidas.

O MPM preza, acima de tudo, a liberdade responsável e a busca da auto-consciência.
O Pacto Mundial pode organizar núcleos de debates temáticos, centro de publicações, etc, em convênio com outras instituições especializadas.