quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Roda dos Expostos

A POLÊMICA DO ABORTO
E OS “FILHOS DA RODA”
QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS E DO DIREITO À VIDA
J. Jorge Peralta


1. Os Direitos Humanos nunca estiveram em tanta evidência. No entanto, os direitos humanos nunca foram tão desrespeitados.
Parece que os “direitos humanos” virou uma simples marca de prestígio; talvez uma máscara, atrás da qual se podem praticar os atos mais execrandos. Basta apelidá-los de “direitos humanos”. Ou talvez, hoje, seja uma arma política para satisfação dos companheiros, em seus sonhos de vingança ou revanchismo e para tirar vantagens. Talvez seja uma bandeira cromada que atrai votos eleitorais. Quem não pensa por essa cartilha furada leva a marca de retrógrado, e, quem sabe, será julgado pela plebe e liquidado politicamente.
É politicamente correto propalar certas frases feitas, quer sejam sustentáveis quer não. Quer levem à solidariedade, à fraternidade e à prosperidade, quer sigam rumo inverso. É falar e não pensar...
2. Efetivamente, os Direitos Humanos nunca poderiam ser separados do Direito à Vida.
O Direito à Vida é o Direito Humano fundamental. Os demais direitos decorrem deste.
Não se pode falar de ABORTO sem pensar em Direitos Humanos = Direito à Vida.
A criança no ventre da mãe, é uma vida humana, ainda indefesa que merece proteção e respeito. Não é um objeto descartável. É uma vida.
Falar em exterminar uma vida humana, só porque é indefesa, em nome dos direitos humanos, é uma extrema incoerência. É advogar o direito da força contra a força do direito.
Deve-se prevenir, sim, uma gravidez indesejável. Mas pregar o descarte do feto, em nome da liberdade é uma anomalia irracional.
3. Vamos reativar nossa criatividade em favor da vida.
Em vez de pregar o aborto, por que o Estado não restaura o costume da “roda”, em que as “Santas Casas de Misericórdia” e os conventos de freiras antigamente ofereciam às mães para resolver, em sigilo, a maternidade indesejada, preservando a vida da criança?
Em vez de “roda” tradicional, hoje há uma imensidade de outros recurso jurídicos e há muitos casais dispostos a adotar crianças. Por que alguém não cria uma Instituição voltada à solução desta questão, preservando o anonimato, da mãe quando necessário?
Na História do Brasil temos muitos e bons brasileiros, filhos da “Roda dos Expostos”, também chamadas “Roda da Misericórdia”.
Deixariam de ser ceifadas milhares de vidas inocentes todos os anos...
A primeira “Roda” foi implantada na Santa Casa de Misericórdia de Salvador, no século XVIII, e a última a ser extinta foi a da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo no dia 26.11.1960.
Vamos pensar juntos, até encontrar uma solução?
Falar de Direitos Humanos sem pensar em encontrar uma solução realista e digna para garantir a vida de tantas crianças, que não têm culpa de serem indesejadas, é sem dúvida em grande farisaísmo, como tantos outros. Vamos agir com mais dignidade e lealdade à vida.

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