sexta-feira, 23 de abril de 2010

Desafios a quem decide


XXXII
DESAFIO A QUEM DECIDE
- POSFÁCIO -

PROSPERIDADE, PAZ E DIGNIDADE DOS POVOS
- Uma Carta de Intenções -
“Mais vale acender uma vela
do que maldizer a escuridão”
(R. Tagore)
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Dizer  que o estudo “Abalos na Igreja, Crise na Humanidade” aborda as forças e fraquezas da Igreja a partir da  conspiração armada no bojo dos casos de Pedofilia é uma afirmação parcial. Aí abordamos questões de estratégia  e renovação.
O texto é, fundamentalmente, uma proposta de reflexão e de   mudança.
Queremos dizer a cada pessoa que ela pode  mudar e ajudar  a fazer um mundo muito melhor, em condições mais propícias para criar o bem estar  humano e a prosperidade material e espiritual, nas  condições necessárias ao bem viver e a vida, com qualidade.
Vamos muito além da abordagem das fraquezas e tropeços . Querems sanar as causas.
Queremos dizer que “Mais vale acender uma vela do que maldizer a escuridão”.

Este não é um texto popular. É um texto  instigante e provocativo,  para quem tem competência de sonhar que é possível ir, muito além do trivial. É um texto para pessoas inquietas, ante os rumos da humanidade. Um texto para pessoas criativas e ousadas.
Não é um texto para os três macaquinhos. Não é um texto para pusilânimes. A pusilanimia é a grande praga do nosso tempo.
É um texto para os amantes da vida, do saber e da sabedoria. É um texto que convida você a pensar, meditar compartilhar. Convida as pessoas de boa vontade a porem a mão no arado para ararem a terra para a semeadura.
É um texto preocupado com os problemas e rumos das pessoas e do seu universo; com o sentido da presença de Deus no mundo.
Penso que a pessoa humana consciente é aquela que, atenta aos sinais dos tempos, se previne,   antes de ser atropelada pelos fatos.
Acima de questões políticas partidárias e ideológicas, devemos construir a prosperidade e a paz com respeito à dignidade humana.
A missão das pessoas é mais harmonização e prevenção de conflitos, do que de buscar solução para os conflitos.
Esta é a visão de um cidadão gestor.

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Consciente é a pessoa que faz a história,  como  porta bandeira e não como o caudatário  dos acontecimentos.
A pessoa consciente é protagonista da história, faz a vida acontecer.  O inconsciente e o pusilânime ficam chorando, na beira da estrada, as mazelas dos novos tempos, enquanto a caravana passa!
Entende que a Igreja deve estar sempre preparada para ser  a Igreja do Futuro, como deve ser sempre a Igreja do Presente e como foi a  Igreja  do Passado. A Igreja vive um presente contínuo.
A Igreja  só pode ser o sal da terra e a luz do mundo,   se seguir as dinâmicas da vida e do mundo, com suas quatro estações e a natural mutação, sabendo que na vida nada se repete e que tudo caminha. Saber que quem pára fica para trás.
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A Igreja  Peregrina é aquela que caminha sempre, rumo a um futuro melhor, vivendo sempre o melhor do seu tempo, o tempo do seu povo, que sempre caminha.   Só pára para retemperar suas energias.
A Igreja não pode se homiziar no passado. Ela é o presente continuo. Nunca é o passado. Se for está doente.
A Igreja, como um barco, não fica parada no porto, a não ser o tempo necessário para  zarpar em nova viagem. Só ficam  no porto os barcos  avariados ou os descartados.
O barco que navega no mar profundo, está exposto a tempestades que podem danificar-lhe o leme ou as velas. Esta é a sua sina... A nau é uma bela alegoria  da Igreja.

A Igreja deveria se preparar  para ser a mais sólida âncora humanista da humanidade.
Com Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, estava bem nesse caminho. Bento XVI, ainda  não tem carisma de Pastor, mas pode aprender, como revelou na visita  a Portugal (maio/2010), onde soube cativar a todo, com sua simpatia e  simplicidade. O mundo descobriu nele um potencial que pode mudar os rumos emperrados da Instituição. O Papa precisa saber agir como pastor, mais do que como um grande teólogo.
O mundo precisa da Igreja e a Igreja precisa do mundo. Cada um mantendo a própria autonomia a própria soberania. Interagem sem se misturar. Cada um com suas competências.
A igreja precisa  manter o status de grande reserva moral do mundo.


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