UMA VIDA DEDICADA E COMPETENTE
PELOS DIREITOS HUMANOS
J. Jorge Peralta
Tinha sempre uma mensagem de esperança, na palavra e na ação.
Dona Zilda cuidava de um dos Direitos fundamentais da pessoa humana: O direito à vida e à saúde: o direito à vida com qualidade.
Zilda foi muito além dos Direito Humanos; pensou em criar uma sociedade solidária e fraterna, para ajudar a construir um mundo melhor.
2. Essa mulher acaba de morrer (12.01.2010), aos 75 anos, no terremoto que abalou o Haiti, país mártir da ganância e da arrogância do capital internacional e agora da fúria da natureza.
Este país é um dos espaços mais pobres e explorados das Américas.
Para milhares de pessoas necessitadas, Zilda era uma pessoa imprescindível. Para centenas de milhares de pessoas carenciadas ou doentes, Zilda fez a diferença, entre uma vida de sofrimento, dor e desespero, sempre espreitando a morte e uma vida sadia e cheia de esperança de melhores dias.
Foi uma mulher bem-aventurada.
Morreu como quis viver: trabalhando pela saúde e bem-estar dos mais necessitados e mais desprezados da sociedade.
No Discurso do Haiti, Zilda traça o próprio perfil básico. Leia
3. O segredo dessa mulher foram os princípios que adotou: fé em Deus inspirador e confiança na capacidade do povo. Trabalhou sempre com a comunidade – Nunca esteve só. Difundiu a consciência da dignidade humana, independentemente do status social.
O braço de apoio de Zilda foi a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que deixou sob sua responsabilidade a Pastoral da Criança e mais tarde a Pastoral do Idoso.
Sua ação está presente em 42 mil comunidades pobres e em 7 mil Paróquias do Brasil.
Zilda difundiu a solidariedade e a fraternidade.
Trabalhou com 260 mil voluntários e 141 mil líderes comunitários, das regiões mais pobres.
4. Em longínquos ou próximos rincões mais pobres, todos estavam fazendo a sua parte, solidariamente, pela construção de um mundo melhor. Todos tinham consciência de que estavam compartilhando o pão da fraternidade e gerando conhecimento para a transformação da sociedade,
Fez sempre um trabalho de formiguinha, competente, persistente e dedicado. Foi muito longe seu projeto, com restritos apoios.
Venceu os mais incríveis desafios. Mas foi. Difundiu sua metodologia e seus princípios fraternais em alguns dos mais miseráveis países da África e da América Latina.
5. Foi surpreendida pela morte, quando preparava a instalação da Pastoral da Criança no Haiti, que dela tanto precisava.
Morreu dando uma palestra de motivação e não mais será silenciada.
Zilda viveu e morreu como uma incansável agente pela VIDA. Foi uma incansável benfeitora da humanidade.
Será sempre um ícone de dignidade, solidariedade e fraternidade, com uma intensa espiritualidade cristã e franciscana.
6. Encontrou as soluções mais simples para sanar a fome e cuidar da saúde das comunidades.
Difundiu o soro caseiro para combater a desidratação, maior causadora da mortalidade infantil.
Uma solução simples:
Receita do soro caseiro
Misture
- Duas medidas (colheres rasas) de açúcar,
- Uma medida (colher rasa) de sal
- Um litro de água limpa.
Eis aí uma solução simples que funciona e salva milhões de vidas. Um verdadeiro achado salvador.
Qualquer um tem acesso a esta solução. Foi um imenso sucesso.
Criou muitas outras soluções simples que funcionam. Os viciados em só utilizar soluções patenteadas e caríssimas, deveriam despertar para as soluções da Pastoral da Criança.
7. Que ninguém tire nenhum dos princípios que moveram a ação desta mulher. Que ela seja de fato uma referência para as novas gerações.
Destaco, do texto de sua última palestra, que não pode terminar, uma frase apenas:
“É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo mais precisa para sobreviver e encontrar o caminho da paz”.
Para ler a última palestra integral de Zilda Arns, no Haiti (Clique)
http://alfa8omega.blogspot.com/2010/01/integra-do-discurso-zilda-arns.html
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