sexta-feira, 23 de abril de 2010

o Diálogo Abre Caminhos

 XXIV
O DIÁLOGO ABRE CAMINHOS

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O Papa é o Pontífice, mas não é a Igreja. É o que faz a Ponte. O Papa passa e a Igreja continua. O Papa, precisa ser mais cauteloso, escolher melhor seus conselheiros. Ser fiel. Ter cuidado com as armadilhas! Elas podem ser letais!
O Papado é mais um ônus do que uma honra.
O Papa (como todos os humanos), nem sempre acerta, mas precisa sempre dar testemunho da luz que brilha no seu coração, da luz que brilha no Evangelho e  na igreja. É preciso ter humildade para reconhecer os próprios erros e concertá-lo, deixando de lado a  arrogância do poder.

Não resolve “dizer” que “o Papa não está só”. Se ele errou está só. Os fiéis estão com ele, solidários, mas só ele pode sair do labirinto onde entrou. O erro é pessoal e intransferível. O amigo verdadeiro não é o que diz ao chefe o que ele quer ouvir, mas o que lhe diz o que ele precisa ouvir, serenamente...
O Papa, antes de ser Papa, é um ser humano, como todos os outros. Errar faz parte da condição humana. Não temos de nos escandalizar com os erros  do Papa. O Papa não pode agir como se fosse Deus. Não é.
Se o Papa não for capaz de cumprir a sua missão de união na diversidade, algo fica faltando na Instituição. E ele perde sua razão de ser.

Paulo VI foi fotografado fazendo ginástica de pijama. O mundo se escandalizou!! É pura ignorância. Quem desumanizou o Papa?!  O Papa fazer ginástica é uma mensagem de saúde. Um estímulo aos sedentários.
Li que “A verdade vos libertará”. Nunca li: “A verdade vos algemará”.
Alguém dirá que estou desconversando. Não, não estou. É que, na Igreja, como na vida, tudo se relaciona.

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Precisamos saber trocar a arrogância do poder, pela sabedoria...
Porque a Igreja vem perdendo o diálogo franco com o mundo, está sendo combatida, por interpretações falaciosas, dando aos fatos dimensões absurdas. Isto porque a Igreja vai perdendo o Diálogo. Então vai se perdendo num labirinto de sofismas...
Quem não dialoga com seu tempo, condena-se à solidão e ao ostracismo.
Homo sum, et quidquid humanus sit mei affert”.

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Está na hora de abdicar de toda essa arrogância e voltar à luz.
O Papa não pode perder a sua credibilidade, sem abalar a Igreja e o mundo...
O  mundo precisa da Igreja, fraternal, acolhedora, hospitaleira, mas forte e firme, sem abalos desse nível, sem se apequenar. A Igreja precisa ter credibilidade...
Precisa ser leal ao Evangelho, e não tropeçar os pés na burocracia. Precisa ser leal e prudente.
Parece que alguém não entendeu ainda as regras do jogo, nos meandros da política de controle global.
Sendo um cargo vitalício, o Papa tem uma responsabilidade imensa. Não pode pisar em falso. Se pisar, levante-se.
O Papa precisa atrair respeito; precisa ter credibilidade, para saber e poder gerir tão alto patrimônio imaterial que a Igreja representa no mundo de hoje. Precisa fazer-se respeitado por seus méritos e não só pela autoridade do cargo.
Se a voz do povo é a voz de Deus, o Papa precisa saber ouvir mais a voz de Deus e menos o eco da própria voz.

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Em assuntos confinados, “Roma”, quanto mais fala, mais se complica. É um diálogo com armas  desiguais. Pior é ficar batendo boca, numa questão tão abjeta.

“Roma” sai mal quando quer “dialogar”, de igual para igual, com interlocutores sem nome, a imprensa internacional. Esta tem outros valores,  outros parâmetros e outros objetivos...

Tais casos localizados, devem ser tratados ao nível da Diocese, ainda que seja através de um interventor ad hoc. O Papa não pode agir como populista. Não lhe compete entrar  em casos “deste nível”, sem comprometer a seriedade do cargo. Não pode buscar a veleidade dos holofotes que fazem as celebridades. Aqui, o caminho é outro.

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