sexta-feira, 23 de abril de 2010

Proposta de Novos Caminhos


XXVIII
PROPOSTA DE NOVOS CAMINHOS
Esboço de Caminhos  para possíveis  soluções


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Antes de iniciar as propostas, convido o leitor a rezar, com S. Francisco de Assis, em texto que eu reformatei:
Senhor, dai-me perspicácia
para distinguir o essencial, do circunstancial,
e o eterno,  do efêmero.
Dai-me força para mudar
O que pode ser mudado...
Resignação para aceitar
O que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir
Uma coisa da outra”.

Caminho 1: A Congregação do Evangelho – A Solução
Dizia que o Vaticano não pode ser um espaço privilegiado de burocratas. Deve ser um espaço de Missionários. Os burocratas precisam agir também como missionários, como evangelizadores, como Mensageiros de Cristo.
A Congregação da Fé deveria ser substituída pela Sagrada Congregação do Evangelho, englobando questões de fé, e ao lado da Congregação das Missões. É preciso substituir o predomínio do pensamento dogmático pelo pensamento evangélico, pelo maior dos mandamentos: O “Mandatum Novum do Vobis”.

Esta Congregação cuidaria das formas múltiplas como  se pratica o Evangelho, no espaço real da Igreja, da Missão; como aí se estimula o cumprimento do Mandamento Novo, não com uma perspectiva policialesca, mas com uma perspectiva Evangélica: como se cumpre a essência e os complementos do Evangelho? Como o Evangelho contribui  para a construção de um mundo de justiça, paz, liberdade, competência, solidariedade, responsabilidade e de generosidade.
Entusiasmo, solidariedade, generosidade e competência e espiritualidade.
O ritualismo esteriotipado não pode substituir a palavra, antes deve realçá-la; deve ser parte da palavra, do LOGOS.

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Caminho 2: Formatar  a Igreja do Século XXI
Há muitas estruturas, em Roma, há muito superadas. Se não somam; atravancam. Roma precisa abrir o diálogo franco, consciente e responsável. As estruturas medievais da Igreja não dizem nada, ou dizem pouco às pessoas  do século XXI.
Queremos ver a Igreja do século XXI.
Quem levantará essa bandeira?!
É hora de despertar. A Igreja do século XXI faz muita falta.
Resta saber o que é a Igreja do século XXI.

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Caminho 3: Ouvir as vozes do tempo
É urgente recuperar o valor de alguns pensadores ousados, leais, que excluímos da estante. É preciso trazer de volta o Pe. Arrupe e Teilhard de Chardin, e muitos outros, como leitura de mesa de cabeceira. É preciso voltar a Sócrates,  Platão, além de Tomás de Aquino e outros luminares. É preciso acrescentar Fritjof Capra e outros.

Algumas obras que hoje alguns priorizam de perspectiva mais dogmática, precisam ir sendo acompanhadas por algumas mais genuinamente de vivência evangélica... Precisamos ouvir Tomás de Aquino: “Timeo homo unius libri”.
Precisam ser renovados os livros da mesa de trabalho, de todos os operários da messe.
Precisamos recuperar alguns dos grandes valores da Igreja de Cristo pré-Constantino, pré-fase imperial, pré-Nicéia.

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Caminho 4: Ouvir Conselho dos 70 Sábios
Que sejam convocados os 70 (setenta) sábios mais destacados de nosso tempo, cristãos ou não, para definir o que poderá  ser a Igreja do século XXI; Qual a Igreja  que as pessoas de nosso tempo propõem para, com total credibilidade, competência e sabedoria, dar sua palavra certeira que o mundo precisa ouvir.
Alguns sábios judeus,  muçulmanos, budistas, etc. Não poderiam faltar.
Na dimensão de grandes propostas para a humanidade, todos podem somar forças.  Dividir o que Deus quer unir não é certamente de bom alvitre.
A Igreja precisa de um amplo Conselho de Consultores leia à Mensagem e à Humanidade, acima de qualquer suspeita.

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Caminho 5: Uma igreja de todos, por toda  a parte

Um posicionamento é essencial:
As fronteiras da Igreja não estão no Rio Tibre.
Num mundo multipolar, a Igreja deve ser focalizada, tanto dos grandes centros humanos e culturais dos quatro cantos do mundo, do Oriente ao Ocidente e de Norte a Sul, como das pobres aldeias da África, da Ásia e da América e da Oceania, e também dos grotões de pobreza que se multiplicam pela Europa. A Igreja/ sua mensagem nem discrimina pobres nem ricos; ela é de todos e para todos, qualquer que seja  a religião de cada um.

A Igreja não é só de Roma: é do mundo todo, sem diáspora. Precisa apagar suas marcas imperiais. Não temos Imperador, mas “Pai” -  (Papa=Pai).
Ela deve pensar no bem-estar da humanidade. Esta é a sua missão, sem proselitismo.
Até recentemente ela preservava esse status, como instituição trans-religiosa universal, num diálogo fraterno, sem fronteiras..., quase como uma “ONU”, na perspectiva espiritual.
Hoje, parece que algo mudou.. O quê? Por quê? Onde? Como? Quais as conseqüências e soluções? Quais as perspectivas dos novos parâmetros?

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É hora de perguntar: afinal, qual a missão da Igreja, neste mundo múltiplo e multipolar?  No mundo da produtividade e de resultado? A Igreja interessa a quem? Só aos Cristãos, só aos Católicos, ou a todos, teístas ou não?
A Igreja precisa ser capaz de compreender, em toda a sua complexidade, a nova realidade do nosso mundo,  para dar alguma resposta às suas angústias.


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