quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sermão do Mandato II - Mensagem do Calvário

IV
MENSAGEM DO CALVÁRIO


1. Na 3ª Parte, sem palavras, Cristo é julgado e condenado; arrasta a cruz aos ombros até o Monte Calvário, é chicoteado e é pregado na cruz, entre dois ladrões.
Condição de injúria repelente, degradante, própria das pessoas desqualificadas e bárbaras.
A Cruz é içada e lá está o homem, Ecce homo [Eis o homem] de braços abertos; um sofrimento atroz até expirar.
Ainda tem tempo de nova lição: garante o paraíso a um ladrão arrependido.

Este homem sofredor, pendurado na cruz ignominiosa, é um homem inocente e muito consciente e lúcido. Veio expiar os pecados do mundo... Veio trazer esperança aos desesperados; veio trazer luz aos desiludidos; veio trazer um rumo aos desorientados, veio trazer fé aos injustiçados. Veio pôr as coisas no seu lugar, num mundo desconcertado...

2. Precisamos saber, sem ilusões, que Cristo não veio tirar o sofrimento do mundo.
Ele veio sim ensinar-nos a suportá-lo e a superá-lo com esperança, de peito erguido. Veio ensinar as pessoas a serem solidárias e fraternais: a se amarem uns aos outros.
Também não veio para fazer todas as pessoas iguais, a não ser nos direitos fundamentais. Quanto ao mais, somos e sempre seremos diferentes, em muitas dimensões, pois é a diferença harmonizada que faz a beleza da sociedade, onde cada um tem o seu lugar e sua Missão a cumprir, com dignidade. Que ninguém se omita.

3. Por outro lado, Cristo não aboliu as forças do mal. Elas continuam atuantes. Em todas as searas, o capeta irá, sem dúvida, na calada da noite, semear o joio no meio do trigo. Ninguém está imune ao capeta. Apenas podemos nos precaver e acautelar.
Cristo não aboliu a dor e nem a morte, apenas ensinou a ver outras dimensões da vida, superando o pessimismo, com a esperança. Ele nos ensinou a praticar a Misericórdia...

Esses braços abertos na cruz parece que querem abraçar o mundo e lembrar-nos:
- Não há amor maior do que dar a vida pelo irmão.
De braços abertos, ele parece convidar a todos: Vinde a mim todos os humilhados, injustiçados, cansados ou vítimas da ganância, da maldade, da arrogância que a todos persegue. Vinde a mim e eu vos aliviarei. Eu vos ajudarei a carregar a cruz, como Simão Cireneu me ajudou no caminho deste Calvário. Posso vos ajudar, pois eu bem sei o que é carregar uma cruz pesada e ainda sendo agredido e desdenhado, condenado injustamente...
E, sem palavras, reitera:

Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.
[Texto em Construção]
Grupo Kairós

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