quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ESPIRITUALIDADES







CRISTIANISMO SEM RELIGIÃO


CRISTIANISMO SEM RELIGIÃO

 Movimento Alfa-Ômega

[TEXTO PROVISÓRIO]                                    O que sobe, converge
                                                                                    Teilhard Chardin

NOTA INTRODUTÓRIA:
           
1.                  O presente trabalho, do Blogue “Alfa-Ômega
(www.alfa8omega.blogspot.com) é uma instigante e quase provocante proposta de reflexão e posicionamento em relação a algumas questões que, de modo geral, não se costumam abordar. Este é um desafio às pessoas de boa vontade.
Trata-se de superar a tensão moderna entre o sagrado e o profano e entre os valores éticos e morais. Há ainda a tensão entre a igreja formal e a informal...
Sabemos que, dialeticamente, essa tenção sempre subsistirá: faz parte da dinâmica da vida.
 Diante de um mundo em convulsão, escondêmo-nos atrás do “deixa como está para ver como  é que fica”. E deixamos a vida correr sem pensar. Deixamos sem respostas questões fundamentais. Na era do conhecimento e da informação esta atitude gera mais dúvidas e descontentamentos e depois desilusões.
É preciso agir e reagir com altivez. A pusilanimidade não é boa conselheira.

2.         Esta obra é dirigida a pessoas especiais que vivenciem e assumam compromissos no recesso de sua consciência humana e cidadã; pessoas que, para além das sensações físicas, sejam capazes de vivenciar uma espiritualidade ativa, regeneradora e criativa.
Este trabalho é um apoio singelo a toda uma imensa cruzada que se espalha pelo mundo e que aceita o Cristo como “Luz do Mundo” e “Sal da Terra”... Também o reconhece como “caminho, verdade e vida”, aliado a outros princípios de outras procedências, sem discriminar o Espírito. O essencial é ser fiel à Aliança de Deus com a humanidade. Nosso mundo rejeita o obscurantismo que por toda a parte se dissemina. Toda a pessoa consciente precisa ter e assumir compromisso com o seu ser, em todas as dimensões que o constituem, em busca da auto-realização.

3.         Leia os textos a seguir para se inteirar da proposta, e dos princípios que a sustentam. Mas não faça apenas uma leitura formal. Medite, questione, busque o caminho. Leia com a alma.
Não se detenha apenas nas palavras e frases deste texto, garimpando defeitos. Se quiser, achará muitos defeitos mas não ganhará nada. Leia antes o espírito deste texto e encontrará algumas sementes que poderão germinar, pois é o espírito que vivifica.
Participe deste evento transformador, de rejuvenescimento e de júbilo interior.

4.         Deste tema matricial nascerão mais sete capítulos, para desenvolver algumas das idéias aqui apontadas.
Precisamos saber que o ser humano, consciente e sábio, é solidário em dimensões universais, no mundo material e espiritual. É solidário com toda a natureza que faz o seu meio ambiente: a água, a terra, o ar,  o fogo e também com os espaços siderais: o sol e a lua, as estrelas  e os planetas e os cometas; e é solidário com o Deus Criador.
As possibilidades e reais vantagens e benefício que pode trazer  a reflexão  e convivência de pessoas de todas as filosofias, religiões e tendências está patente nos fóruns multilaterais e nas assembléias e congressos da ONU, onde todos têm vez para falar e decidir juntos propostas decisivas para os rumos do mundo. O cristianismo é um
sistema de idéias e ações e atitudes que, por si, não faz distinção  das pessoas por motivo de raça, de cor, de nacionalidade ou de condição social. Perante Cristo todos somos iguais, como perante a natureza e a ONU, ao menos na teoria.

5.         Se este texto lhe acrescentar algum entusiasmo criativo, então é um sinal. Você é convidado a ingressar neste movimento de renovação total da humanidade partindo do despertar de cada pessoa.
Este é um movimento de reconciliação universal, das pessoas de boa vontade, aceitando a diferença e a diversidade, com unidade no essencial. Não é questão nova. É apenas mais um passo, a somar-se a tantos outros, que, através dos tempos, tanta gente tentou e não desistiu.
Na fé, na esperança, na consciência e na solidariedade está o alicerce de todas as grandes religiões.
A idéia motriz do movimento Alfa-Ômega é a convergência universal para um princípio único que tudo articula.

Nota:  Este é um texto em construção. Ainda não está acabado; ainda tem quase incoerências. Ainda passará por uma geral lapidação. Assim mesmo achei que não devia mantê-lo na gaveta à espera de tempo para revê-lo. Outros podem me ajudar a aperfeiçoá-lo. A alguém, assim mesmo como está, pode fazer algum bem. Se nele houver luz poderá iluminar quem o aborda.

São Paulo, dia 1º de novembro de 2008
Luciano Reis





Caixa de texto: Para ler CRISTIANISMO SEM RELIGIÃO
Clique aqui

Para voltar ao menu
Clique aqui


 















CRISTIANISMO SEM RELIGIÃO

1
TEMPO DE SE POSICIONAR E
REJUVENESCER

1.         Abordar algumas idéias basilares do sentido da vida no mundo e seus caminhos, descaminhos e tensões, é o que nos propomos.
A primeira questão em debate é o cristianismo, filosofia de vida e a religião de mais alta abrangência, no mundo atual.

2.         No início desta reflexão, preocupado com o rumo que tomavam as idéias, perguntei-me a mim mesmo, que credenciais alguém tem para abordar tão graves questões. Decidi, então, abordar tais questões como ficção: atribuí a inspiração dessas idéias a um personagem  de alta sugestividade: Gabriel, o Mensageiro. Daí por diante tranquilamente prossegui minhas reflexões “sob” a quase “inspiração” do grande Mensageiro anunciador do Messias. Minha grande preocupação, daí por diante foi a fidelidade a um pensamento consistente, inspirado na mensagem do Evangelho, com genuína apreensão. É paradoxal o esforço de dizer adequadamente uma mensagem de outrem.   

3.         No percurso da confecção dos textos, senti que precisava registrar também a presença de Miguel, o Guerreiro, que me apoiou, na luta contra certas idéias mais afoitas que eu mesmo procurava descartar. Não posso deixar de registrar ainda a ação de Rafael, o Conselheiro, que ajudou  a sanar certas e possíveis incompreensões... Tomo como ficção a presença dos três arcanjos, por não saber se sua passagem por estes textos tem algo de real que eu apenas pressinto. Ao apelar para os três, senti mais firmeza e confiança e coragem. São presenças simbólicas muito auspiciosas.

4.         Num mundo cada vez mais dessacralizado e laicizado, é preciso repensar, com muita seriedade, consciência e responsabilidade a mensagem do Evangelho: a mensagem do Cristianismo e sua relação com a vida humana na Terra e com as múltiplas dimensões e inteligência das pessoas. Cristo é o Caminho? Que caminho? De onde viemos e para onde vamos? Quando, onde, para onde, para quê e com quem?
Qual a linha divisória entre o lado humano e espiritual da mensagem de Cristo? O que é terreno e o que é sobrenatural nesta mensagem?
Na consciência humana, estes valores têm uma área de intersecção; fazem parte da pessoa integral do homem consciente.

5.         Homem Consciente é o que sabe, pensa e sente o que faz; sabe quem é, o que quer, de onde vem e para onde vai; conhece suas responsabilidades pessoais e sociais, seus direitos e deveres e assume compromissos vitais e os cumpre; busca viver dos próprios méritos e se dedicar; busca harmonizar as suas contradições e diversidade social, compartilhando saberes e responsabilidades e tem brio no seu caráter; que não adotam cegamente os “marqueteiros” como os grandes gurus de seu pensar, querer e decidir. Não são “birutas” de aeroporto que apenas seguem o vento. Homem consciente é capaz de navegar contra o vento e contra a corrente quando estas não o conduzem pelo rumo que quer seguir.
O normal é que a pessoa não sabe tudo isto. Ninguém sabe tudo. Gente consciente é a que sabe o que precisa saber e toma atitudes para enriquecer seu saber e sabedoria, num processo que não termina.
Vale o adágio grego: “Conhece-te a ti mesmo e dominarás a terra”.

5.         Tudo que é humano precisa de permanente vigilância, para não monotonizar a sua prática, tornando-a anódina. Em tudo que é humano, como na natureza, tudo deve estar em constante revitalização. As igrejas, como as casas, precisam, de vez em quando, ser reformadas e repensadas para atender os novos anseios dos novos tempos e das pessoas, num mundo onde tudo é dinâmico. Que reformas fazem as igrejas?!

6.         Deveríamos aprender com a natureza que está sempre se renovando a cada estação, de primavera a primavera, passando pelo verão, outono e inverno. O ano vai de janeiro a janeiro, passando pelos outros onze meses e a semana vai de domingo a domingo passando por mais seis dias. E, no dia, se sucede manhã, tarde e noite, contando com os deslumbramentos de alvorada a alvorada, passando pelo pôr-do-sol. Faz bem observar os ciclos da natureza, sempre em mutação e ver o resultado dessa dinâmica.
Como o Cristianismo se vai adequando a esta mudança sistêmica?

7.         É urgente repensar o Cristianismo principalmente quando sabemos, por estatísticas, cientificamente elaboradas, que 95% dos brasileiros crê em Deus e busca a auto-realização espiritual. Quando sabemos que dos 75% dos brasileiros que se declaram católicos, só uma porcentagem diminuta frequenta regularmente a igreja. Muitos só a visitam em dia de batizado e casamento.
Certamente são muitíssimos mais os que vivem nos parâmetros do Cristianismo. Será que há uma igreja visível e outra invisível? Como apreciá-la?


2
PARÂMETROS DO
CRISTIANISMO

1.         Todo ser humano, antes de qualquer opção religiosa, ou em concomitância, precisa ser um cidadão saudável e prestativo, consciente e competente, dedicado e solidário, empreendedor, generoso e altruísta. Ser um bom e saudável cidadão é cultivar o que faz um ser humano integral, física, psíquica e espiritualmente, procurando a própria auto-realização. O que significam estas condições?
Qual o sentido da vida humana da terra? Qualquer que seja a sua opção de vida, todo ser humano precisa ser saudável e prestativo e desenvolver adequadamente seus talentos humanos; você precisa ser um cidadão útil e dedicado, competente e altruísta.
Queremos pisar no mundo real, de mente erguida e altiva, como pessoas conscientes. Mas o que é o mundo real?

2.         Todos sabemos muito bem o que é religião cristã sem cristianismo, mas ainda não sabemos o que é cristianismo sem religião. Cada um o saberá muito bem se o experimentar em seu coração, em sua alma, e em sua mente e olhar em volta a sementeira que desabrocha...
O semeador semeou a sua semente. Uma parte caiu em terra boa e deu muitos frutos.
Quando retornarmos da aventura de experimentar um cristianismo sem religião talvez entendamos então o que pode ou deve ser religião cristã. É que o sal e a luz entraram em nossas entranhas espirituais.
Os princípios que definem as religiões, podem nos atingir  e interferir em nossos pensamentos, mesmo sem a religião. No entanto, como a pessoa é um animal sociável, é natural,  num segundo momento, a adesão a uma comunidade, com mútuo apoio, em todas as dimensões. A comunidade é o lugar privilegiado de compartilhar o pão do saber.
Na pré-religião há sempre uma grande sementeira de idéias e atitudes que reúnem as pessoas que as assumem com convicção.
As boas idéias são sempre patrimônio da humanidade. Podem ser usadas mesmo sem restrição.
Por outro lado, o Espírito não discrimina ao inspirar das pessoas.

3.         Efetivamente, na acepção cristã, o natural e o sobrenatural são duas faces da mesma realidade.  São realidades intercomplementares, inteiramente articuladas. Precisamos saber ver o valor divino do humano.

3
CRISTIANISMO DESCONHECIDO?

1.         Para a maioria dos cristãos, o cristianismo é ainda uma bela lembrança, um paraíso escondido no mais profundo seu ser, um espaço de felicidade espiritual para além da percepção física. Aí, nesse lugar, está o seu Cristianismo. Aí está o seu templo. É um cristianismo sem dogmas e sem hierarquia... um cristianismo doméstico e interior.
Aí está sediada a sua fé, a sua esperança, a sua solidariedade. Sua igreja espiritual os envolve.

2.         Todos conhecemos pessoas simples e conscientes, mais cristãs de alma e de ação do que outros que vão sempre à igreja e cumprem a sua “obrigação”; formalmente, na sua vida prática, são víboras sádicas, envolvidos em deplorável corrupção.
Para muitos, a Igreja vai ficando uma lembrança romântica sem outros compromissos... Nosso mundo mais pragmático e consumista, vai detonando outros valores essenciais e vitais. O marketing vira a cabeça das pessoas...
Os cristãos que assim se declaram, não conhecem mais a sua igreja; não conhecem mais o Evangelho e os seus princípios. A sua própria igreja interior vai ficando em ruínas, por falta de manutenção/realimentação.

3.         A mensagem do cristianismo hoje é  desconhecida, em sua essência e em seus pilares fundamentais. Por isso a igreja, o cristianismo não é mais atrativo válido para muitas pessoas, de 12 a 50 anos. Além de tudo isto, as “igrejas” ditas cristãs, gastam o tempo combatendo-se mutuamente: guerreando-se...
Há um certo obscurantismo em tudo isto. Cristo deu e dá sentido à vida de multidões de pessoas. Mas já pensamos quantas multidões morreram e sofreram atrocidades em nome de “Deus”...
Que paradoxo? Cristãos, católicos e outros, muçulmanos, judeus (do tronco de Abraão), e todas as demais religiões do mundo, através de milhares de anos, quantas atrocidades praticaram?! Guerras defensivas não dá para evitar. Quem é atacado, só não se defende se é covarde ou entreguista. A guerra só é legítima, neste caso, se for inevitável.

4.         É urgente reconstruir o Cristianismo genuíno que transforma a sociedade, semeando caráter, bem querença, justiça, liberdade e solidariedade. É preciso reconstruir o Cristianismo que quebra as cadeias e as algemas da escravidão mental em que, sem o saber e até enganados muitos vivem. Prisioneiros de idéias feitas, sem criatividade, nem se apercebem de sua real condição. Pior que a prisão injusta ou a escravidão física, é a escravidão mental, da qual os “escravos” não dão importância.

5.         Muitos já estão voltando ao tempo das “catacumbas”, pois dizer-se cristão, na modernidade, às vezes tem sabor de carola, de antiquado e de hipócrita. Efetivamente Cristianismo não é o que se propaga aos quatro ventos, mas o que se pratica  e que cimenta a nossa ação... O estereótipo de cristão, como carola, é muito incômodo, resultante de uma religião que se compraz com formalidades e nem sempre cultiva o essencial, de que às vezes nem se fala.

4
O CRISTO ENCOBERTO?

1.         O mundo que se diz cristão não conhece a doutrina do evangelho. O Evangelho é um ilustre desconhecido; é o Encoberto. Ser cristão, para a maioria absoluta dos cristãos, não passa de uma palavra bonita mas vazia que ainda tem certo prestígio.
Quando precisam de socorro espiritual, vão buscá-lo em outros lugares ou em livro de auto-ajuda. Poucas pessoas ainda querem uma igreja de formalidades, sem alma. As igrejas vão sendo trocadas pelas “catedrais” do consumismo: as lojas e os shoppings.

2.         Diz Vieira que se os que se dizem cristãos, o fossem de verdade, já teriam transformado o mundo.
Para além do consumo, as pessoas precisam aprender que “nem só do pão vive  o homem”. A mente de todos precisa estar atenta a outros valores; na dimensão das suas diversas inteligências. Precisamos ganhar o pão, mas é preciso também cuidar de outros valores para dar sentido a tudo.

3.         O Cristianismo veio prometer paz, concórdia, justiça, liberdade, solidariedade, com bem-estar e qualidade de vida para todos. Que houve? O Evangelho foi traído?! “Glória a Deus e Paz aos homens ...” foi a mensagem de Natal. Onde está a paz? Onde está a Glória? Cristo é um ilustre desconhecido em sua própria casa? Mas o que é conhecer ou desconhecer alguém de tais dimensões?

4.         No nosso mundo, envolto em tantos problemas, tanta mentira, tanto golpismo, tanta vileza, tanta falsidade, a maioria busca a verdade, a luz, a dignidade, a liberdade interior.
Há muitos problemas buscando soluções mas todas as soluções trazem novos problemas. Onde irão as pessoas encontrar o caminho se, para muitos, a igreja não lhes inspira confiança ou credibilidade? Quais as instituições que ainda têm credibilidade para aconselhar as pessoas e acertar seus passos na hora da angústia?
5.         Onde procurar a luz se a sua igreja é uma igreja triste, um tanto quanto derrotista e amargurada? Está mais preocupada com as aparências das estatísticas!... Com o triunfalismo:  a maior isto... a maior aquilo...

6.         Enquanto isto há muitas ratazanas em seus porões...
Há muitos paradoxos inadmissíveis:
-   Uma igreja que mais sabe condenar e proibir do que mostrar a luz.
-   Uma igreja que mais fala aos sentidos do que à alma.
- Uma igreja que fala da fé, mas não fala da esperança e da  caridade/solidariedade; e que nem mais sabe o que é fé. Sem esperança e sem solidariedade, portanto sem obras, sem prática, da fé é morta e vazia.

7.         Uma igreja sem alma?! Ainda é igreja?!
Uma igreja sem alma é como um sino que soa falso, desafinado.(I Co. 13,1-13)

5
A FORÇA MOTRIZ

1.         Cristianismo sem Religião foi uma idéia matricial que desabrochou sem ser esperada e nem programada. Achei-a útil e fui-a seguindo e construindo, como mineiro que escava túneis seguindo veios de ouro.

2.         Em dado momento senti-me impotente para fazer a proposta sozinho. Pedi então patrocínio de Gabriel, o Mensageiro, para lhe dar sustentabilidade. Gabriel está neste texto como personagem de ficção e como suporte da proposta. Foi o cajado que me deu apoio nesta caminhada.... Foi minha inspiração...
Na sequência vi que, nos pontos mais ousados, quem me acompanhava era Miguel, o Guerreiro. Miguel enfrentou as resistências, inclusive as minhas, viabilizando o sonho. Para sarar eventuais feridas e harmonizar o que é complexo e múltiplo, senti por perto a presença de  Rafael, o Conselheiro.
Neste meu atrevimento, nunca estive só. E nunca estarei. Mas ficou muito claro que eu fui apenas o receptor e transmissor de uma idéia que não é minha.

3.         Enfim surgiu o que talvez possa ser considerado uma velho Utopia: a vivência dos princípios e diretrizes do Evangelho, independentemente de estar ou não filiado a uma igreja e até independentemente de frequentar  ou não os cultos e festividades da religião.
Em tempos de vivências plurais e de diversidade estrutural, este conceito parece que veio na hora e lugar certo e adequado. Pode para alguns ser norma e para outros exceção.
Sou então adepto do individualismo?! De jeito nenhum... Até porque a vivência evangélica exige consciência social, altruísmo e generosidade.
Hoje as pessoas, sem preconceito, sabem buscar as boas idéias onde eles estão. As boas idéias quando divulgadas, estão à disposição de todos. Rejeitá-las, se são boas é obscurantismo.
4.         Em função dos crimes e atos autoritários, incontestáveis, praticados por autoridades das igrejas cristãs, muita gente tem rejeição quase irreconciliável, com qualquer igreja. Muitas autoridades perderam a credibilidade. Pois que siga as Diretrizes do Evangelho. Que faça do Evangelho um de seus livros de cabeceira e estará bem acompanhado, atento e de olhos abertos.
Bem sei que certas autoridades eclesiásticas logo se irritam e gritam: NÃO! Não resolve! E você perguntaria: por que não? E está aberto o diálogo...
Daí concluí que o alcance do Evangelho é mais abrangente do que as religiões cristãs.
Tudo o que ajuda as pessoas e a humanidade a melhorar suas condições de vida e sua consciência pode ser buscado.

5.         Num mundo plural temos de aceitar a pluralidade, desde que haja fidelidade aos grandes princípios. Muita gente, tanto do povo, como intelectuais e empreendedores, têm rejeição por certos padres ou pastores despreparados, mal informados e interesseiros que mais parecem mercenários ou que apelam para um sentimentalismo fácil e inconsistente. No entanto querem bem aos princípios que Cristo proclamou. Que o vivam. Mas que o vivam de modo cristão, assumindo seus compromissos como consequência; que ajam para transformar o mundo.
Que saibam que não podemos generalizar defeitos de indivíduos, e que cada um deve ser apreciado de acordo com os próprios méritos e com lealdade a princípios.
As pessoas no mundo atual devem ter uma visão, de ampla visão, com 360 graus de visão. Isto certamente só está disponível a quem tem mais condições de estudo e dedicação.
O garimpeiro de pedras preciosas buscá-as onde elas estão.

6
VIVÊNCIA RESPONSÁVEL

1.         No nosso mundo plural, os “ismos” vão sendo esfacelados, devido às suas limitações reducionistas naturais e desgastados por não conseguirem resolver os problemas a que se propusera.
Não se pode jogar fora o ouro, ao descartar a ganga.

2.         É patente que muita gente que pratica a religião, efetivamente,  não atende aos princípios do Evangelho. Porque não aceitaríamos que as pessoas vivenciem o Evangelho sem praticar as normas da religião? É questão de lógica, não?!
Para uma igreja burocratizada, isto talvez seja inaceitável. Mas o Evangelho não é burocracia. Burocratizar o Evangelho é traí-lo. O Evangelho é o Espaço da liberdade  consistente, consciente, responsável e altruísta.

3.         Por outro lado, o que propomos é centralizar-se na vivência das normas luminares do Evangelho, articulando-o com outros Livros...
Lembramos sempre que a pessoa que leu um só livro não consegue ter equilíbrio nem viver e ver em amplos horizontes: é sempre limitado com tendência a ser intransigente, inconversável e muito limitado, tende a ser tirano, fascista. Não aceita o diálogo. Para esse o mundo tem uma só face; não há o “outro lado”.

4.         Se as pessoas puderem viver em “comunidade” e puderem frequentar os templos, melhor. O essencial, de fato, é a vivência do Evangelho da paz, da justiça, da liberdade, da esperança, da solidariedade e do bem-estar. O essencial é o compromisso pessoal.

5.         A vivência do Evangelho necessariamente revitaliza a igreja. Este é o caminho da consciência responsável e atuante. Se todas as igrejas e todos os cristãos atuassem de fato, na humanização da sociedade, o mundo, não seria tão precário e tão injusto...
As pessoas precisam pensar juntas. Precisam se reunir para se inter-completarem. Um aprende com o outro ao pensar, ao agir e ao reagir...

6.         Cristianismo sem Religião é basicamente um movimento e um apelo à consciência com vivência responsável, sem burocracia.
Busca-se o espírito do cristianismo. Esta seria a base de toda religião eficaz, sadia e produtiva. São as sementes que desabrocham no segredo da terra, se desenvolvem, e dão frutos que alimenta quem tem fome e sede.
Aqui damos prioridade à vivência espiritual que depois fará germinar a ação transformadora comunitária.

7.         Sem uma atitude como esta, a religião é pouco mais que uma organização  burocrática: funciona como reunião, proclama-se a palavra, mas não se sente a alma que dá o entusiasmo interior, que leva ao compromisso transformador. Valoriza-se o ocidental e esquece-se o essencial. Cuida-se da aparência e esquece-se a essência. Importa fazer uma coisa sem esquecer a outra.

7
O EVANGELHO DESCONHECIDO?

1.         Uma igreja onde o Evangelho é conhecido apenas por pequenos textos antológicos, sem que as pessoas conheçam plenamente sua mensagem sistêmica, mas apenas por um amálgama de idéias tiradas dos contextos?
Uma igreja que não disponibiliza a chave da fé para entender os Evangelhos: os grandes pilares e os grandes arcos ogivais que tudo conectam e tudo harmonizam.
Uma igreja que não articula os seus pilares para estruturar a grande igreja que é o povo.
Uma Igreja Cristã sem Evangelho que, quando lido só nele se encontram palavras bonitas, sem alma.

2.         Evangelho sem alma é apenas um livro de crônicas interessantes para nosso entretenimento e deleite. Mas nele há algo invisível aos olhos das pessoas que vivem apenas de sensações biológicas (que também são muito importantes. O problema está no “apenas”).

3.         Precisamos despertar novos semeadores que semeiem sementes de liberdade, justiça e fraternidade, onde os achacadores não são proclamados heróis: os semeadores do Evangelho total. Está na hora de pensar, primeiro, em gente que assuma a palavra em seu espírito transformador. Vamos pensar, em vez de buscar resultados espetaculares, privilegiar a missão de ser fermento e sal da terra.

Precisamos voltar ao Gêneses e escutar a ordem do Criador: Fiat Lux”. Depois vamos escutar a voz do mestre: Eu sou a lux do mundo

8
A CHAVE DO EVANGELHO

1.         Enfim, por estas e outras observações chega-nos à mente uma idéia: É preciso voltar às origens do cristianismo e divulgar o Evangelho em toda a sua força original, dentro dos meios e coordenadas do mundo atual:

2.         O Evangelho precisa ser olhado como Boa Notícia, Boa Mensagem: mensagem que faz bem a todos, independentemente de raça, cor, ideologia ou condição social. O Evangelho do Cristo total; o Evangelho do Espírito Santo; o Evangelho do Pai. O Evangelho de João, Pedro, de Maria, de Paulo... de Agostino de Hipona, de Francisco de Assis, de Vieira...
Simplesmente: o Evangelho.

O Evangelho trouxe ao mundo uma mensagem muito bonita, muito sedutora, uma mensagem viva, vital e transformadora.
O Evangelho não propaga a tristeza antes vem superá-la.

Evangelho é Caminho, Verdade e Vida. [Via, Veritas et Vita]

O Evangelho exige compromisso, seriedade, responsabilidade? Claro que sim, como tudo que quer transformar a vida para melhor, sem enganar. Viver é optar.

3.         Cristianismo não é peso, não é enfado, não é desilusão. É auto-realização, é benquerença, liberdade, libertação, alívio, convivência, solidariedade e bem-estar...
O cristianismo convida a viver de bem com a vida e com os outros, numa vida produtiva, que busca resultados.

4.         Precisamos saber que, ao nascermos, somos convidados a continuar a obra do Criador. Devemos prosseguir a descoberta e a criação do mundo. Cada um precisa fazer a sua parte, com suor, competência, qualidade e generosidade.
Esta é a nossa contra parte, a tudo quanto nos foi dado ao nascer: a terra e os espaços siderais com todas as maravilhas que nelas se expõe. Poder trabalhar é honra e não castigo.

5.         Como é bom cada um “comer o pão com o suor do seu rosto” (Gn. 3:19).  Indigno é uma pessoa adulta e sadia tornar-se parasita social e comer o pão ganhado pelo suor dos outros, sem fazer a sua parte. Quem faz isto são os achacadores e golpistas de toda a espécie que pululam em todas as sociedades. Estes parasitas são detestados pelas pessoas de bem, mas sobre elas exercem a força da persuasão ameaçadora que subjuga.

9
EQUÍVOCOS SUPERÁVEIS?

1.         Estamos certos que, mais do que se reunir na igreja, é preciso viver o Evangelho no dia-a-dia, no cotidiano, no fundo de sua alma. Reunir-se sem vivenciar é falsear. No entanto é preciso fazer uma coisa e outra: reunir-se nas igrejas e vivenciar o Evangelho, mas sem equívocos... A comunidade desperta nosso sentido do altruísmo de generosidade, e de solidariedade e de alegria compartilhada.

2.         Estas idéias desabrocharam na minha mente e na minha alma, depois de ler um texto de Vieira, em que ele dizia que os índios dançavam e cantavam após a Missa, para que soubessem que o cristianismo é uma organização alegre e não triste. Isto ele escreveu no cárcere da Inquisição, falando aos Inquisitores, sobre os índios da Amazônia e suas missões.

3.         A idéia se completou ao refletir na forma como Vieira interpreta o Evangelho, apresentando-o como uma mensagem e um compromisso vital, transformador da vida na comunidade, transformando a vida da sociedade, reformando o mundo para os humanos viverem uma vida com mais qualidade e bem-estar.

10
CAMINHO? QUE CAMINHO?

1.         Propomos então, aqui, estrategicamente, voltar ao Evangelho total, ao Cristo total, à mensagem de luz, sal da terra; a procurar o caminho, a verdade e a vida que efetivamente reforma tudo.
Voltar a procurar no Evangelho o sentido da liberdade, da justiça, da esperança e da solidariedade; o Evangelho do LOGOS: a palavra que transforma: a palavra objeto carnal e sensível: a essência do cristianismo. Comunhão não é um simples ritual...

2.         Efetivamente o Evangelho é o Caminho. Luz e Sal. É preciso ler o Sermão de Santo Antônio aos Peixes. Ler e reler.
Sim, o Evangelho é um livro muito agradável, muito atraente para quem sabe o que lê; para quem nele penetra com toda a própria força vital, que nos mantém vivos e nos ilumina o Caminho.
O Evangelho se lê com a consciência e com a alma, com a razão e com o coração. O Evangelho é mais sabedoria do que conhecimento.

3.         O Evangelho é um livro para ler com a alma. É um livro iluminado, que ilumina. As palavras do Evangelho são palavras frias; só o espírito as vivifica, sem qualquer sofisticação. Não é um  livro de arrogantes, de afetados; é um livro de sabedoria eterna, consolidada no mundo em que vivemos.

4.         No Evangelho se cruza todo o Antigo e o Novo Testamento. Quem souber ler o espírito e a alma do Evangelho, ao encontrar a dimensão do Logos, certamente o lerá com o coração vibrando de exaltação e esperança. Daí um mundo melhor poderá resultar.

5.         Há outros textos que também nos exaltam e enchem de admiração e alegria. É que nesses textos também brilha a centelha do Evangelho, ainda que tenham sido escritos séculos antes.



11
ENCONTRO PLANETÁRIO

1.         Aqui, convido a todos, crentes e descrentes, cristãos, judeus, islamitas, agnósticos, espíritas, católicos, protestantes, ortodoxos, taoístas, shintuistas, budistas, comunistas, capitalistas, socialistas, monarquistas, republicanos, anarquistas, ambientalistas... Convido a todos os trabalhadores do mundo, a todos os estudantes, professores e doutores, padres, pastores; convido a todos, independente do credo, ideologia, profissão ou ocupação social.

2.         Convido todas as pessoas conscientes do mundo que querem alcançar a sabedoria e ser arautos da paz e do bem-estar... padres, freiras, bispos, cardeais e até o Papa. Vamos lá! Vamos repensar juntos. A “Mesa” é redonda. Não tem chefe. Quem manda é o Espírito. Vamos pensar juntos?
Convido a todos para que se encontrem neste imenso espaço virtual, via Internet.
Para nós, a terra toda é um templo imenso, coberto por uma imensa abóbada e iluminado, de dia pelo sol e à noite pela lua e pelas estrelas.
Já pensaram neste templo imenso, de tamanho tão descomunal?!

3.         Pois este é o templo que Deus  vivo fez para todos os homens de todas as crenças e de todas as consciências. É um Templo Ecumênico. Um templo magnífico, cheio de flores, árvores, pássaros,  peixes e animais. A abóbada!... Que bela... com belas pinturas de nuvens mutantes e com pássaros a planar!...

4.         Um templo cheio de belíssimas telas, por toda a parte e que os pintores apenas  conseguem delinear... Um templo onde todos vivemos e convivemos, compartilhando os mesmos espaços comuns e universais, respirando  o mesmo ar...
Este é o nosso templo que a todos nos reúne e nos une: é o Templo da Humanidade.

5.         Mais. É preciso ir mais longe:
Há um templo ainda bem maior dentro de nós, no âmago de nossa alma e de nosso coração: um templo onde reside a arca e o altar que esparge imensa luz,a Luz do Espírito Santo. “Não sabeis que sois o Templo de Deus?” Perguntou Paulo (1. Co. 3,16). O Espírito é quem vivifica (Jo. 6:63).

6.         Por isso se diz que, certos sábios como Vieira “têm um coração maior que o mundo”. E isto não são palavras de quem sabe mas de quem sente: são palavras de sabedoria.
No templo do universo, como em nosso templo interior, reúnem-se todas as forças do mundo, se despertarmos para a LUZ.


12
UM LIVRO SEDUTOR

1.         É neste espírito de Reunião que convido a todos a reler um pequeno livro que talvez seja a maior e mais consistente mensagem que a humanidade conheceu: O Evangelho.
Vamos olhá-lo como um livro belo e sedutor. Vamos vê-lo e interpretá-lo como uma mensagem viva e vital: o Evangelho como Caminho, como Luz e como Sal.

2.         Através da História dos humanos, Deus inspirou muitos sábios, às vezes pobres de bens materiais, “sem eira nem beira”.
Muitos belos livros foram escritos, às vezes precários, mas belos: os Vedas; o I-Shing; os livros do Antigo Testamento, com destaque para os Salmos, o Cântico dos Cânticos e o Livro da Sabedoria...; o Alcorão; os Vedas; e tantos outros belos livros, falando apenas na objetividade da mensagem e poesia que veiculam.

3.         Deus falou aos humanos através de grandes sábios como Abraão, Moisés, Confúcio, Laotsé, Sidarta, Sócrates... e tantos outros... Mas o mais profundo livro da humanidade é o Evangelho de Cristo, com todo o respeito a todos os outros.
Outros poderão achar outros livros mais belos. Respeitável opinião. De todos temos muito a aprender.
Não podemos ler um só livro, pois nesse caso ficamos muito fechados e limitados... Pelo desconhecimento poderemos discriminar os outros: Isto não seria justo.
Por isso Tomás de Aquino cunhou esta profunda sentença: “Temo o homem que leu um só livro”(“Timeo hommo unius libri”).
Precisamos abrir  nossa mente ao Espírito. Quem somos nós para querermos limitar a ação do Espírito?
É preciso aceitar algo como definitivo:
“O Espírito sopra onde quer” (Jo. 3,8)
“Não apagueis o Espírito” (Ts. 5,19)

4.         Os Evangelhos não foram escritos por Cristo, mas por seus discípulos.
Também Sócrates e outros grandes sábios, não deixaram no mundo sua obra escrita pelas próprias mãos, mas por seus discípulos.
No caso de Cristo, o Evangelho está tanto na doutrina como nos atos do mestre: pensamento e ação.

13
ALÉM DA RELIGIÃO

1.         Como não propusemos, como condição para aqui nos encontrarmos, que tenhamos ou não uma religião particular, também não chamamos nenhum dos convidados para alguma religião. São todos bem-vindos. Cada um traga a sua religião no coração ou venha só, apenas como observador, sem compromisso. Vamos meditar juntos com o único intuito: sentir a LUZ e o SAL.

2.         Aqui, o essencial é uma vital espiritualidade.
Mas a vida tem outras faces e outras dimensões. Todos já sabemos que:
O essencial só é perceptível aos olhos da alma.

3.         A base de tudo é o conhecer-se a si mesmo para descobrir o mundo profundo que nos cerca, nos envolve e nos energiza. Conhecer-se é a mais urgente tarefa. Por onde começar? 

4.         As pessoas nem sempre querem se conhecer de fato. Até porque, ao conhecer-se, confronta-se o que conhece e o que  não conhece ou desconhece.
Neste impasse, o sábio logo conclui a realidade: “só sei que nada sei”; assim está apto para continuar buscando conhecimento.

5.         O néscio, como pensa que tudo sabe, não tem nada para procurar ou para aprender. Continuará néscio incomodando os demais. Triste sina é ser um trambolho social!... Ainda que seja uma pessoa sadia...

6.         Aqui não se pede ao ateu ou ao agnóstico para que escolha uma religião. Não. Aqui é um espaço de total liberdade e responsabilidade e auto-determinação. Cada um venha com a sua religião, ou sem nenhuma. Que venha de coração e mente aberta, sincera e leal.

7.         O Templo é de todos os viventes. Como não pedimos para nascer, não precisamos pedir licença para nele vivermos; a não ser por gentileza e boa educação. Precisamos, antes de tudo, tomar consciência de nós e do mundo em que vivemos.

8.         É por isso que nos reunimos num espaço neutro, no maior templo da humanidade unificada. Os elos que nos unem são espirituais e benfazejos. É a mesma abóbada celeste que cobre esta fantástica construção e é o mesmo sol, a mesma lua e são as mesmas estrelas que nos aquecem a todos, nos iluminam e nos fazem sonhar e sorrir e às vezes chorar... Mas chorar de espanto e de satisfação pelas descobertas a que temos acesso.

9.         Para nos mandar o sol, a lua e as estrelas e o ar e a beleza das flores, das aves e do mar, Deus não perguntou por nossa religião ou por nossas crenças. Deus não discrimina ninguém. Porque nós discriminaríamos?!

10.       O Espírito de Deus está imanente em toda a parte a nos inspirar, sem carolices e sem beatices. A vida é energia... é vitalidade, é alegria, é liberdade, é ousadia...  Deus  não é uma entidade burocrática com nome, registro e nacionalidade. Ele é o Absoluto, presente. Aqui e em toda parte.





14
PARADOXOS E DESAFIOS

1.         É preciso fazer uma cruzada silenciosa para libertar as igrejas do vazio em que algumas estão envolvidas. É preciso libertar o Templo de nossa “Jerusalém” interior. Isto é: é preciso libertar as forças do Evangelho para que ele renove o brilho de sua luz no mundo.

2.         Quantas atrocidades se cometeram, através dos tempos, por milênios, utilizando “Deus” como escudo de nossas ganâncias, esquecendo a essência da vida e da sabedoria? É certo que o Deus verdadeiro não é o “Deus” da ganância e arrogância.
Deus foi consultado? Ou foi malvadeza dos homens que usaram o seu nome indevidamente e por abuso?! Tinham intenções escusas?!

3.         Estrategicamente vamos esquecer hierarquias. O LIVRO – EVANGELHO, nestas condições, tem muito a nos ensinar. O Evangelho é nosso manual de proprietário, para nos ensinar as regras de bem viver e conviver para construirmos a paz com prosperidade, solidariedade e justiça.

4.         Diz o Evangelho: “Se quiseres ser superior, sê o servo de todos” (Mt. 23,11 e Mc.10,44). Aqui acaba, em cheque mate, toda a arrogância e toda a ganância, mas brilha o ideal.
Ninguém pode esquecer o lado pragmático da vida, sob pena de virar parasita e viver de esmola numa condição inaceitável para quem é saudável.

5.         E quanto ao nosso ganha-pão? Não se diz nada?! Não. Aqui não é o lugar adequado. Não dizer não significa esquecer.
Todos sabemos que, sem trabalho dedicado e de qualidade, cada um sendo bom na sua profissão, a vida fica prejudicada, desconjuntada.
Que ninguém se sinta “coitadinho” por precisar levantar cedo para trabalhar. Isto é coisa de alienado. O trabalho honra a pessoa. Não é castigo. Não.

6.         É o trabalho que constrói o mundo... e a nós mesmos. Mas o trabalho se exerce na ordem material e na ordem espiritual.
Como somos seres materiais e espirituais, o trabalho se dá nas duas dimensões, concomitantemente. A dimensão espiritual está no coração de quem age.  Ou não está.
Mas não esqueçamos que o essencial não é perceptível aos nossos sentidos físicos, mas não é menos real.

15
GENTE! COMO É BELO!!
 QUE BELA UTOPIA!

1.         Encanta-nos e exalta-nos a mente e o coração, só de sentir a possibilidade de um espaço como este, onde reina a Liberdade, a Harmonia e a Luz, sem complexos nem preconceitos, sem lutas de religião contra religião, sem falcatruas, sem vilões e sem vilezas. E mais: sem desempregados, sem gente perdida pelas ruas ou dormindo ao relento; sem gente desnorteada e sem caráter; sem terra e sem teto; sem gente com fome e sem gente sem escola de qualidade, sem violência pela cidade e, pelo campo e sem outras mazelas deploráveis. Pena que ainda é um sonho!
Que deslumbramento, ser agentes do bem-estar, com justiça, cooperação e com o suor de todos, sem complacências com os acomodados parasitas que só perturbam e se aproveitam do suor dos outros, mas podem mudar de rumo se alguém os ajudar e for convincente.

2.         Este é um espaço de criatividade e de felicidade, com angústias, mas sem preconceitos, sem discriminações, sem tristezas e sem asfixia de nossa livre respiração.

3.         É uma desafiante utopia. Esse mundo novo e renovado não está em nenhum lugar: está dentro de nós. Se, por irradiação estiver dentro de todos, renova o mundo e implanta a justiça, a paz e o bem-estar para todas as pessoas de boa-vontade...

4.         O EVANGELHO é nosso LIVRO maior. É o maior presente que Deus deu à humanidade. Depois vêm as Epístolas e outros livros Sacros e poéticos. Vêm também os Salmos, a Sabedoria e outros, todos cheios de poesia.

5.         Vêem também os grandes interpretes dos LIVROS SACROS.
Podemos analisar outros Livros santos, de religiões não cristãs, sem preconceitos, com mente aberta às suas belezas inquestionáveis. É que desde a CRIAÇÃO, o Espírito já pairava sobre as águas e sobre os vales, planícies e montanhas... Já estava fecundando com sua sabedoria a terra, a água e o ar dos viventes.
Aí já estava o Evangelho pré-anunciado.

16
ESSE ESPAÇO EXISTE?

1.         Este espaço não é contra religião nenhuma. A todas respeita. Esta é uma exigência mínima e leal de nosso mundo, reconhecido como plural, e que rejeita qualquer espécie de tirania. É pura espiritualidade. Aqui não é lugar de polemizar.
Quem não concordar , pegue o seu farnel e o seu cajado e prossiga sua viagem. Vá em paz. Se um dia quiser voltar, estaremos aqui para dialogar.
Este espaço busca a auto-consciência: preparar o terreno para que a semente germine: Quer aplanar os caminhos para a luz.
É um trabalho de Batista: prepara o caminho ao Senhor.

2.         Este não é um websítio religioso, nem agnóstico e nem ateu. É um espaço para pensar e vivenciar com liberdade, tudo o que tenha algo de melhor a nos dizer.

3.         Já pressinto os burocratas a reclamar, apressados, buscando  falhas e contradições. Pois elas existem e existirão. Dependem da alma de quem as lê.
Alguém pode surgir, reclamando do que chama heresia, sem conhecer o espírito da Sabedoria? Mas quem quiser pense o que quiser; mas pense em algo. Não ser frio nem quente é o que dói.

4.         Esta é outra face da mesma vida. Este é apenas um espaço livre. Quando estamos numa sala de aula na Universidade ou vamos a uma livraria ou pegamos uma condução, ninguém nos pergunta nossa religião ou nossas crenças. Apenas se certifica de que somos humanos e cidadãos responsáveis.

5.         Questão de religião é outro nível de cogitações que não estão nos parâmetros deste websítio. Religião precisa do poder de um gestor. Aqui o gestor é apenas o Espírito.
Nosso templo não precisa de manutenção; só as pessoas. O sol nasce todos os dias na hora certa e as estações do ano cumprem seu calendário, sem apontador e sem salário.

6.         Este é um espaço de despertar para certas vivências essenciais que vamos esquecendo. Daí por diante o que vale é a consciência e o livre arbítrio.
Estes conceitos fazem-nos bem. Para os cristãos, o Evangelho é a Mensagem e o Caminho essencial.
A religião é a face comunitária, o caminho comunitário: a Eclésia: a reunião. Cada religião tem seus templos e seus rituais. Mas o LIVRO pode ser o mesmo. Cada um frequente a igreja que quiser sem o monopólio de Cristo ou do Evangelho.

7.         Ler o Evangelho não é apenas ler palavras; é buscar a mensagem subjacente, muito humana e muito divina.

8.         Simplesmente aconteceu que, de repente,  vimos no EVANGELHO um livro fantástico, um livro de muita BELEZA  e que merece este olhar diferente.
Vimos que este olhar diferente pode ajudar muita gente a olhá-lo também com outros olhos menos burocráticos, menos preconceituosos, com mais alma. Por isso abrimos esta porta e esta ponte...
Todos, em sua vida, um dia poderão ter uma queda de cavalo, em seu caminho apressado para o seu “Damasco”. É então que percebemos que a luz fala...

9.         À felicidade plena das pessoas faltará sempre a liberdade  dos perseguidos e injustiçados, dos despojados, dos néscios, ainda quanto os bens materiais pululem em sua casa. Falta a responsabilidade dos irresponsáveis; falta a ética aos achacadores, e tantas outras mazelas que ele quer ajudar a solucionar.
Nos seus ouvidos ecoa a frase de Tagore;
É melhor acender uma vela do que maldizer a escuridão

17
MOMENTOS ESPECIAIS

1.         Tudo o que você faz na vida, do pensar ao agir, das ações mais complexas    às mais triviais, marcam para você um momento muito especial. Nas pequenas coisas está o germe criador. Tudo o que você fizer faça bem feito...
“Põe quanto és, no mínimo que fazes”.

2.         Energize o seu relacionamento humano. Não seja para ninguém um peso ou um empecilho. Seja caminho, atalho ou ponte. Seja passagem para os peregrinos...
Se você tiver filhos ou quando os tiver, procure fazer deles pessoas também especiais, sem moldes estereotipados, pré-fabricados e de pensamentos e costumes massificados. Proporcione-lhes sempre algo “diferente”, nos cuidados, nos sonhos e até na alimentação.

3.         Lembre-se: cada pessoa é um ser especial. Ninguém é igual a ninguém e cada um tem uma missão, onde é insubstituível, na ordem da Criação.

4.         O mundo do consumo quer homogeneizar as pessoas do mundo todo para a todos vender os mesmos produtos com a mesma publicidade. O consumista ganha, mas o mundo e as pessoas perdem, vítimas da perda de sua própria identidade, de sua individualidade e de sua liberdade de opção...

5.         As pessoas nasceram para serem especiais e não para serem todas apenas iguais, até no pensar e no penar.
Ajude seus filhos a ver a luz que dentro deles quer desabrochar.
Pense no que o Poeta, Fernando Pessoa, nos recomenda:
                        Para ser grande, sê inteiro:
                        Nada teu exagera ou exclui.
                        Sê todo em cada coisa.
                        Põe quanto és, no mínimo que fazes.
                        Assim, em cada lago a lua toda
                        brilha, porque alta vive”.
Esse é o máximo programa da vida dos humanos.

6.         Não procure milagres espetaculares, cinematográficos. O grande milagre ocorre a cada dia, em nossa vida cotidiana, dos mais sábios aos mais ignorantes, principalmente nas pessoas que pensamos que são mais insignificantes e anônimas.
Milagre é a vida, é a inspiração que nos ilumina.
Milagre é cada um, com estudo ou sem estudo, ser capaz de ouvir a voz do Espírito que o ilumina nos momentos mais difíceis.
É preciso libertar e desburocratizar a ação do Espírito Divino em Nós.
Escute:
Ter nome de pregador, ou ser pregador de nome, não importa nada. As ações, a vida, o exemplo, as obras são as que convertem o mundo”.
Antônio Vieira -  (Sermão da Sexagésima. Lisboa,1655)


18
NOSSA PONTE DE ENCONTRO
           
1.         Quando, quisermos nos encontrar é muito fácil: Na hora do meio dia, às doze horas em ponto, onde quer que estejamos voltemos nosso rosto para o Norte, onde está o Sol e pensemos em nosso Deus, o Sol, a Luz do Mundo. Pensemos uma frase “bela”, anotada antes, ou numa cena. Só isto.
Nesse momento uma multidão pode estar reunida na luz da vida, personificado pelo sol. Se quiser toque a mão ou o ombro de um amigo que estiver por perto; compartilhe esse momento mágico e santo, talvez apenas alguns  segundos. E a luz do espírito brilhará em você e em toda a abóbada celeste.
Combine este gesto com alguém a quem você quer bem.

2.         Quer fazer algo mais? Sem muitas formalidades, use a criatividade. Sem prejudicar a sua rotina diária. Este é um lampejo de grande beleza. Você perdeu a hora? Não faz mal. Sempre é meio dia em algum lugar, seja criativo em Espírito, sem burlar... Comunique-se assim, em qualquer lugar, até andando no seu carro ou num transporte coletivo lotado.

3.         Você pode fazer o mesmo ritual às seis da manhã, voltado para o sol nascente/Oriente e às seis da tarde, voltado para o sol poente/Oeste. Se quiser repita o ritual à meia noite, 24 horas, se estiver acordado:  olhe a estrela polar que fica ao Norte.

4.         Em todas as casas há uma vela, num castiçal, talvez guardado num armário. Coloque essa vela no castiçal num lugar visível da casa. Acesa ou apagada, a vela é sempre lembrança da luz e da vida interior. Olhá-la apenas um segundo, num relance, já é se energizar...

5.         Aquela Bíblia que você tem em casa, tem o Evangelho. Não a coloque na estante. Coloque-a, antes, exposta, aberta ou fechada, em um lugar nobre de sua casa. Olhá-la traz boas lembranças no subconsciente.

6.         Então fica combinado: Quem quiser seguir este ritual e pensar positivamente na luz, que o faça. Este é o segredo de cada um, um segredo compartilhado. Nada impede que compartilhe este segredo com seus amigos e com quem quiser. O segredo é a simplicidade desburocratizada. O seu compromisso está entre você e o seu Deus. Se puder, faça essa corrente se propagar.
Este será o broche de ouro místico pregado no seu coração.

7.         No seu computador ou no seu celular, às horas marcadas, uma luz do Sol ou uma estrela pode brilhar no canto alto direito da tela e tocar a campainha um toque discreto. É um lembrete e uma celebração em que a máquina se confraterniza.   Divulgue este ritual. Faz bem a todos esta corrente.
Pode trocar a luz por um peixe estilizado...

8.         Agora não deixe de frequentar a sua Igreja Comunitária, a sua Sinagoga, a sua Mesquita, se esta é a sua vontade. Faz bem conviver e ajudar os irmãos.
É bom orar e pensar juntos. Mas faça isto com alma, com sinceridade e de coração, com os pés firmes no chão, na realidade cotidiana. O Evangelho nos ajuda a ser humanos mas não vestais.

9.         A comunidade de verdade, fortalece a nossa fé, esperança e solidariedade. É o lado humano manifesto de nossa realidade terrena. A espiritualidade é a argamassa da construção comunitária. Parede de pedras, sem argamassa, desmorona.
Só Deus sabe quem somos, pois dele é o templo  em que nos reunimos... Ele anota a nossa presença, no seu livro da vida.


19
VAMOS COMPARTILHAR A VIDA?

1.         Na hora oportuna daremos sequência a esta peregrinação pelos caminhos do EVANGELHO. Outros poderão colocar aqui o seu recado...
A peregrinação passará por outros livros sagrados, para outros povos e para outras civilizações, com alta representatividade no concerto das nações: visitaremos o Alcorão, os Salmos, os Vedantas, o I-Shing, etc, etc.

2.         Vamos peregrinar por alguns desses grandes textos  sagrados que tiveram mais projeção e influência na humanidade. É uma visita cordial e amistosa, respeitosa e sem polêmicas inúteis e inoportunas. Vamos aprender a vivenciar mais.

3.         Acredito que mais de 50% de todos os demais livros sagrados tem orientações idênticas às do Evangelho pois faz parte do grande patrimônio cultural da humanidade e Cristo adotou esta sabedoria multimilenar.
Este é um pequeno desafio. Considero-o plenamente viável e belo.


4.         Para todos os humanos, indistintamente, vale o poema de Gonçalves Dias:
“A vida é luta renhida.
 Viver é lutar.
A vida é combate
Que aos fracos abate.
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.”

Para todos os humanos vale o desafio de Vandré:
“Vem! Vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer!

20
O DESAFIO VALE A PENA?

1.         Acho que, em outros tempos mais tiranos, outros quiseram fazer viagens semelhantes, mas as portas foram-lhes aferrolhadas, com monstros à porta, ou cortaram-lhes as pernas... ou a voz.
Hoje é outro tempo. Talvez seja o tempo do EVANGELHO PLENO, sem embargos, sem barreiras e sem trincheiras.
Não sei se alguma voz quererá contestar esta viagem. Que fique à vontade.

2.         Sei que muitos querem pegar o seu bastão, com uma cabaça de água e roupa adequada, para conosco iniciar a caminhada ou prosseguir. Aguardo você. Embora só Deus saberá quem somos... talvez... Nesta viagem todos somos convidados.
O Espírito sopra aonde quer”.
Escutêmo-lo e vamos em frente. No fim da viagem, todos nos reencontraremos.


3.         No final, certamente escutaremos o Poeta:
Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
É necessário passar o limiar da insensatez e prosseguir, destemidos, rumo ao nosso destino, buscando um mundo melhor, com mais paz, bem-estar e prosperidade e solidariedade.

4.         O Poeta nos dá novamente a senha da peregrinação:

 Quem quer passar além do Bojador
   tem que passar além da dor.
   Deus, ao mar, o perigo e o abismo deu,
   mas nele é que espelhou o céu”.
           
                                  F. Pessoa.


21
NOSSA HERANÇA CULTURAL

            1.         O Evangelho e, por tabela toda a Bíblia,  o Antigo e o Novo Testamento, fazem parte da grande herança cultural da humanidade; portanto é patrimônio da humanidade. Para o povos cristãos, o Evangelho está nas suas próprias raízes culturais e espirituais.
            O Evangelho está, subjacente, em nossos princípios éticos, morais e  comportamentais e até nas leis que nos regem: na lei natural e na lei positiva.
Está em nossa vida cotidiana, na dimensão do pensar, do sentir e da ação, em nível individual e sócio-cultural. Quer queiramos quer não, ele está dentro de nós, no nosso consciente e no nosso subconsciente. Melhor se estiver em nossa alma e em nosso coração; com toda a sua luz, energia e vitalidade, sem complexos e sem visão apequenada.

A presença da Bíblia no mundo é tão marcante que continua sendo o livro mais vendido e certamente, de longe, o mais lido. Isto é fantástico.
Segundo dados confiáveis, no mundo são vendidas, por ano, 500 milhões de Bíblias. No Brasil, são vendidas aproximadamente 10 (dez) milhões por ano.(São dados de 2008).

2.         Mas é preciso saber que ás vezes a arrogância nos cega. O fato de a Bíblia, para nós, ser o mais extraordinário livro produzido na humanidade, não nega a beleza de outras obras também fantásticas, produzidas por sábios de outras religiões. Certo é que ninguém é detentor do  monopólio as sabedoria. Mas este é outro assunto para tratar posteriormente.

3.         No nosso modo de pensar, ser, agir e sentir interagem muitas outras forças e ideologias, ancestrais ou modernas, Estas também fazem parte de nosso substrato cultural que forma nosso ser, em todas as sua dimensões.
No grande teatro de nossa vida, muitos pensamentos, de muitas procedências, interagem e se cruzam e interferem. Muitos são às vezes antagônicos e paradoxais. Daí a necessidade de sermos cidadãos conscientes e de caráter, capazes de optar e tomar decisões adequadas e produtivas.




22
CRISTIANISMO SEM FRONTEIRAS

1.                  Diante da realidade do mundo, de tão fantásticas dimensões e de tanta
complexidade, propomos um Cristismo sem Fronteiras.
Para todos, o Evangelho seria a obra máxima, o mais sagrado de todos os livros, o maior tesouro de ensinamentos, veiculados por alegorias, parábolas e por ações paradigmáticas que precisamos saber interpretar. Esta obra magna seria sempre acompanhada pelos demais livros da Bíblia que dele fazem parte, como desdobramento e concretização e às vezes como contraponto da grande mensagem.

O cristianismo sem fronteiras exige que derrubemos os muros que nos separam dos outros, (com cuidado, é lógico) para ver o que se passa no campo do nosso vizinho. Assim aprenderemos mutuamente e compartilhamos o pão do saber, de portas abertas.

O Cristismo é uma etapa de saber e compromisso a que têm acesso todos os seres humanos, de qualquer religião ou até ateus. O Cristismo levaria a mensagem de Cristo por toda a parte, para aperfeiçoar o modo de pensar, ser e conviver das pessoas. Com o saber dos outros também muito aprenderíamos se deles nos aproximássemos com a humildade dos sábios e sem a arrogância dos apequenados. É assim que muitos cristãos buscam a sabedoria de filosofias orientais.

2.         A adesão ao Cristianismo, como religião é outro passo que tem outras condicionantes socioculturais e até políticas. É questão do livre arbítrio de cada um.
Dentro do Cristianismo haveria outras subdivisões, com o status que se atribuiu às congregações religiosas, mas com maior autonomia. A igreja Católica Romana é uma delas, e a que mais se destaca, célula mater, respeitando as demais, no espírito ecumênico e de ação inter-religiosa fraternal que é base da doutrina Cristã. (“Amai-vos uns aos outros”, ou “amai os vossos inimigos”, lembra-se?!).

A rivalidade entre os outros cristãos não é obra de Deus, mas de satã. Este trabalhou muito bem. “Divide et impera” (Divide as pessoas para garantir teu poder).

A diversidade, com respeito e dignidade é uma questão fundamental em nosso mundo. É estratégia de eficiência. Por que nos degladiamos ou nos rejeitamos ou nos esquecemos mutuamente, em vez de somar esforços cada um por seu lado? Por que muitos pensam mais em fazer prosélitos e “reserva de mercado”, em vez de cada um se alegrar com os reais sucessos do outro, na linha do Evangelho e procurar, com todas as suas forças, ser eficiente em sua ação.

3.         Mas em que consistiria um cristismo sem fronteiras?
Seria um cristismo tocado pela consciência das pessoas. Estas então não seriam movidas pela inércia, não seria um cristismo movido por interesses políticos partidários ou econômicos. Seria um cristismo veiculador dos grandes valores essenciais da pessoa humana e de nosso mundo, alimentando as forças básicas do espírito, da mente e do físico. Um cristismo integrado e integrador, unido na grande mensagem - o Evangelho – “para que todos sejam um”. Um cristianismo com alma, para além das belas aparências de grandes celebrações. Um cristianismo em que Deus se compraz de brincar conosco em nossos sonhos e idéias.

4.         Cristista é todo aquele que adota os princípios essenciais do Evangelho, quer seja cristão quer não seja. Enfim, um cristianismo solidário, que compartilha o pão do saber.
Para todo o cristão de verdade, vale a frase de Terêncio:
“Nada do que é humano me é estranho”.
            Então como eco da  frase de Cristo: “que todos sejam um”, ousamos aqui convocar a todos: “Cristãos, de todo o mundo, uni-vos. Cada um faça a sua parte por um mundo melhor, com mais qualidade de vida, bem-estar e auto-realização de todos.”

23
ESPIRITUALIDADE  NO
TERCEIRO  MILÊNIO

1.      O mundo continua seu percurso sem parar, de “era em era”, de milênio em
milênio, de época em época e de estação em estação. O mundo segue a linha do tempo, e não se repete, sempre se inova, de estação a estação.

2.      O terceiro milênio é considerado a era das incertezas. Foi nessa condição
que ele nos trouxe novas aberturas mentais e novos horizontes existenciais. Novas luzes iluminaram nossas vidas e superaram-se estruturas repressoras e arcaicas que algemavam as mentes.

3.      Fala-se de um mundo dessacralizado mas não se diz o que é isso exatamente.
O fato incontestável é que um  novo conceito de espiritualidade percorre o mundo em todos os quadrantes do planeta. Há, por conseguinte, uma tendência a buscar o valor divino do humano...

4.      E um milagre está se revelando: Não mais olhamos com preconceito e
infundada precaução as espiritualidades orientais e nem de nossos “bárbaros” ancestrais. Há sempre valores que não podemos desconhecer ou rejeitar. Aceitamos a pluralidade de conceitos desde que preservada a verdade, a dignidade, a solidariedade, a liberdade, a justiça e a ética.

5.      Certos dogmas burocráticos vão sendo esquecidos, respeitosamente, em
favor de um mundo múltiplo e plural. Há uma real e consistente mudança de mentalidade...
            Hoje, por toda a parte, se sente uma espiritualidade mais densa e mais orgânica. Do Oriente ao ocidente e de nossos ancestrais aos contemporâneos, todos podemos nos curvar e orar diante do mesmo altar, com respeito e dignidade, cada um orando ao seu próprio Deus, sem ninguém se sentir alienado.
Os déspotas vão sendo aposentados, inventando novas estratégias para se perpetuarem.

6.      Descobrimos hoje que todos temos algo para aprender e algo para ensinar e
compartilhar com nossos semelhantes.
            Hoje difunde-se silenciosamente o grande esforço de comunhão universal que leva à grande reconciliação, com justiça, paz e prosperidade.
 
7.      Mas não esqueçamos que os aproveitadores de sempre continuam de plantão.
Eles mudam de roupagem como o camaleão. É preciso saber distinguir o trigo da cizânia que nunca se confundem. A cizânia sempre está camuflada.
            Precisamos de uma espada e um escudo, sempre à mão, para garantir a paz.



24
COMPARTILHAR O PÃO

1.      Que todos distribuam e compartilhem o pão da palavra, e o pão da justiça e
da dignidade, da consciência e da solidariedade; o pão da reconciliação, o pão da eucaristia, o pão da vida e o pão das obras, numa universal comunhão, para que “todos sejam um”, sem preconceitos e sem discriminação. 
            Com muitas pedras iremos tropeçar e por muitas tempestades passar. Mas essa é a condição para um mundo melhor preparar. Há um preço pesado a pagar.
           
2.      Aos poucos, esta vai sendo a grande realidade, a grande revolução dos
tempos modernos, em micro e macro dimensão. O que isto representa é o que todos precisam procurar entender e celebrar. Não há receituário nem guião...
            O caminho se faz ao passar.

3.      Uma questão é essencial: para pessoas hábeis e sadias, nunca dê o peixe;
antes, ensine-o a pescar. Dar um peixe ao pedinte é torná-lo dependente, envergonhado; ensiná-lo a pescar é libertá-lo, fazendo-o auto-suficiente e altivo.
            No Evangelho está escrito:
“Glória a Deus na alturas e na terra paz às pessoas de boa vontade”
Quem não tiver boa vontade não se enquadra nesta proclamação natalina.

25
AGENDA SUPRA-CONFESSIONAL

1.      Para alavancar o grande movimento de reconciliação mundial, propomos
que  seja pensada uma agenda de eventos e de publicações, onde alguns que “ontem” se degladiavam, se coloquem lado a lado, para ações efetivas e eficazes, rumo a um mundo melhor, mais sadio, e ecológico, com mais prosperidade, solidariedade e bem-estar.

2.      Todos precisam ser chamados, convidados. Adesão é decisão pessoal,  às
vezes fruto da inconsciência, da acomodação ou da irresponsabilidade. A grande barca  metafórica da paz precisa zarpar para novo rumo seguir, por nossos mares revoltos, em meio a relâmpagos, trovões e tempestades. De todos os portos precisam zarpar barcos para anunciar o novo espírito da reconciliação universal.
            É preciso hastear a bandeira da paz em todos os corações. A pomba da paz precisa ser solta da gaiola em que a retêm.

3.      Mas precisamos saber que a paz  é sempre precária: é um processo
contínuo,  em que muitos/todos  se envolvem. A PAZ não é apenas uma palavra bonita, agradável com flores perfumadas por perto e uma pomba branca a esvoaçar.
            A paz é fruto de uma educação séria, competente e eficiente, que se processa no lar, na escola e em toda a sociedade, inclusive pelos meios de comunicação, que forme pessoas com dignidade, competência, responsabilidade e caráter.
            A paz e o caráter são dois lados da mesma moeda: este é o preço do bem-estar social, fruto da dedicação de todos, sem  parasitas e sem chupins...

4.      Todas essas ações a que as pessoas são convidadas e que todos almejam  não
são ações mecânicas, meramente de contabilidade bancária.
            As pessoas precisam agir com a força da inteligência e da alma.

5.      Os espiritualistas de todos os naipes e de todas as cores têm nessa campanha 
um papel fundamental. Cristãos , agnósticos, ateus, budistas, islamitas, schintuistas... Todos somos convidados  para essa Praça Universal, onde se decide o destino do mundo e da sociedade.

6.       A responsabilidade não é só da ONU, do G7 ou do G21. Não é uma questão
burocrática: é uma questão de alma, é uma questão de convicção. Diz respeito a todos, em ação direta.
7.      Cada um faça sua agenda alfa.ômega (a w)  e mude o mundo aí no seu
quarteirão, dentro de sua casa, no seu coração.

26
NOVO CONCEITO DE ESPIRITUALIDADE

1.         Um novo conceito de espiritualidade percorre o mundo do Terceiro Milênio: algo mais orgânico, mais denso e menos burocrático: do Oriente ao  Ocidente.
Os nossos ancestrais e os modernos se curvam diante do mesmo altar...
Todos temos algo para aprender e algo para ensinar e compartilhar, sem ninguém ao outro se submeter: é o reino da solidariedade, onde a lei é compartilhar.

2.         O Cristianismo não pode se deixar pasteurizar. É preciso preservar a ousadia que lhe é congênita: “Tantum potes tantum aude”. “Ousa tanto quanto puderes” Para Deus, é tudo ou nada..
Um certo sincretismo pode ser benéfico. Não é verdade que alguns jesuítas, no séc. XVII, no Oriente, adotaram também o budismo como filosofia, a par do Cristianismo, enriquecendo-o? Hoje, cada vez mais cristãos adotam o budismo como apoio ao seu cristianismo. Por que o inverso não pode ocorrer?

            3.         Veio-nos a idéia deste trabalho ao estudar a obra do P. Antônio Vieira, “Clavis Prophetarum, “Chave dos Profetas sobre o “Reino de Cristo na Terra Consumado”. 
Sobretudo chamou-nos a atenção o nível das arguições que Vieira enfrentou na Inquisição... Têm sabor de implicância e arrogância  da parte dos Inquisitores.
Daí veio-me a idéia do Reino e suas diversas dimensões, e os obstáculos a enfrentar. Perguntâmo-nos então: a quem interessa tão bela questão?

4.         A base de tudo é a busca leal do caminho, seguindo a luz, sem se submeter a nenhuma espécie de tirania, por mais bem intencionada que pareça, mas sempre com respeito, inclusive a quem discorda. Por isto é preciso cultivar a ciência, a consciência e a sabedoria. O Mestre é sempre solidário, generoso e justo.
Na era da incerteza, é preciso levar mais vida e mais esperança às pessoas.

5.         O Cristismo deixa inquietas as pessoas conscientes. Inquietas sim porque se sentem detentoras de um mandato, de uma missão: ser sal da terra e luz do mundo. Levar a toda a gente a fé, a esperança e generosidade; a liberdade e a justiça e a solidariedade; para construir um mundo com mais saber, sabedoria e bem-estar, com trabalho e qualidade de vida para as pessoas de boa vontade.
Mas é preciso encarar a realidade sem se espantar: não há um bom jardim sem ervas daninhas. Também não há belas borboletas sem as detestáveis larvas. A rosa, a mais bela, a rainha das flores, tem espinhos em todo o seu caule para a proteger e nos afastar.

27
DESCUBRA UM NOVO MUNDO

            1.         Pode crer: existe um novo mundo bem ao alcance de nossa mão. Quem quer conquistá-lo? Haverá quem não queira?! Mas precisamos de um querer efetivo  e não um simples querer afetivo. Precisamos estar dispostos a conquistá-lo e saber que isto tem um custo que precisamos estar dispostos a pagar, sabendo de antemão que vale a pena.

2.                  Todas as conquistas começam dentro das pessoas, na sua mente e no seu
Coração. Precisamos construir um arquétipo do mundo que queremos, esboçando paradigmas e buscar as condições para reconstruí-lo, em cima das ruínas que deixam nosso mundo cheio de chagar repelentes para as mentes esclarecidas. Precisamos vencer a idéia derrotista de que “o mundo não tem jeito


3.                   A violência e o vandalismo na cidade e no campo, que deixam as
instituições aterrorizadas pelo medo,  precisam ser superados;
            A depredação da natureza e do meio ambiente, que envenenam a terra, as águas e o ar;  que depredam gratuitamente as árvores e enviam para as águas, o ar o solo e o subsolo dejetos de toda a espécie que envenenam nosso espaço vital, pondo a vida em perigo, precisa encontrar uma solução economicamente sustentável.
            A ganância, a arrogância, a ignorância e o sadismo que vegetam por toda a parte  precisam ser superados com uma educação séria, competente e responsável que saiba contabilizar, além dos resultados financeiros, os resultados sócio-culturais.

4.                  A educação institucional que pensa em dar um diploma às pessoas, sem
se incomodar em saber se tal diploma representa  real saber, com competências e habilidades, precisa mudar.
A educação que não procura formar cidadãos de caráter, competentes, conscientes,  responsáveis e altruístas, precisa ser rapidamente reformada.
Uma educação que não seja alicerçada em valores humanísticos, a par com a formação de competências técnico-profissional, empreendedorísticas, com criatividade, que possa levar à auto-realização das pessoas, precisa ser seriamente repensada e destituída.
Uma educação que tenha em vista apenas o lucro financeiro, com os esperados  dividendos, mas descuida do bem-estar das pessoas e de sua qualidade de vida na comunidade , está fadada ao fracasso social. Deve ser descartada como prejudicial à humanidade.

5.                  É preciso investir na empresa com perspectivas de bons resultados
empresariais, seguindo metas de sustentabilidade social, isto é, levando no seu bojo o desenvolvimento humano, com qualidade de vida para todos, compensando sempre eventuais prejuízos ao meio ambiente, quando estes forem inevitáveis.

6.                   Uma civilização em que os meios de comunicação, que é uma imensa
máquina de imenso poder, estão mais preocupados no lucro rápido e fácil do que na qualidade de seus programas e no seu eventual dano à mente das crianças, adolescentes e jovens; onde a mesma poderosa máquina de comunicação introduz,  sem defesa, na mente das pessoas ainda em formação, os valores mais deletérios, como a violência, o desacato, a ganância, a primazia do sucesso a qualquer preço, o preconceito e a discriminação, endeusando tão trágicos paradigmas, é sem dúvida uma civilização doente, a caminho da UTI, precisando de remédio adequado e urgentíssimo.

7.                  É urgente convocar todas as pessoas de boa vontade para traçarem os
caminhos que levem a uma civilização séria, com alma, que conduza ao bem-estar das pessoas, com desenvolvimento sustentável e prosperidade solidária.
            É preciso lembrar sempre que todos precisamos do pão para viver e que esse pão se conquista com o próprio suor com competência, responsabilidade e dedicação. Mas é preciso acrescentar que nem só do pão vivem as pessoas: que todos precisam cultivar outros valores além da prosperidade econômica.
            É preciso criar, dentro de nós, na nossa mente um novo paradigma de um novo mundo  e por ele lutar, unindo forças e mais forças na mente de muita gente.

           
8.                  Você já descobriu esse novo mundo dentro de você? Vá tentando. Esse
mundo é possível; está ao alcance de sua mão. Mas não se corporifica em sua mente num triscar de dedos. Vá . Estude. Pense. Medite. Reúna pessoas em torno dessa idéia.
Esta é uma questão de grande responsabilidade, que precisa e pressupõe o saber, o querer e o dedicar-se. Pressupõe competência, consciência, responsabilidade e aptidão altruísta para compartilhar. Mas vale a pena.

9.                   O querer humano é sempre poder se soubermos encontrar as pontes, os
caminhos e os atalhos que levam as grandes realizações.
            É preciso que saibamos que as grandes realizações são gestadas no poder criativo da mente das pessoas mais simples de boa vontade.

28
SENTINELAS ATENTAS

1.                      Todos já sabemos, por experiência e na prática diária, que nada do que é
bom nos chega sem muito trabalho, sacrifício e dedicação. Buscar é investir.
            A paz, a justiça, a liberdade e a responsabilidade são conquistas que vamos alcançando a cada dia, a cada mês e a cada ano, passo a passo, com muita dedicação e sacrifícios... Deus não nos dá os bens gratuitamente, sem o nosso trabalho e dedicação. Ele nos deu talentos que precisamos cultivar. Deus não protege, nem premeia os acomodados e os preguiçosos. Ajuda quem se ajuda.
É verdade comprovada viver é lutar.
A vida é luta renhida que aos fracos abate e os fortes, os bravos só pode exaltar.”

2.              Precisamos saber que dentro de nós se debatem valores diferentes e até opostos  e contraditórios.  São as forças do Bem e do Mal sempre em conflito, em campo de batalha. É preciso saber tomar decisões adequadas aos princípios em que cremos. Com o Mal não pode haver complacência ou frouxidão. Não podemos deixar entrar o “inimigo” em nossas trincheiras. Não podemos ser otários.
Não. Não se resolve tudo em diálogos envenenados de lobos em pele de pacifistas.
A lassidão no diálogo pode amanhã custar caro, honras e muitas vidas, por não nos termos prevenido.
A lassidão/frouxidão ante compromissos, posições e responsabilidades assumidas é atitude própria dos pobres de princípios que não são capazes de ver além de onde alcança a própria mão.
Não podemos nos descuidar... É preciso lutar e persistir.
Um ato irresponsável pode nos custar muito caro. Por uma omissão perdemos uma partida.  Às vezes perdemos uma oportunidade. Podemos até perder a vida.

3.         Diálogo sim, mas com lealdade comprovada e não apenas  estrategicamente declarada, para ludibriar os incautos.
Os criadores de víboras, não podem se queixar se amanhã são picados no tornozelo, com bote fatal, certeiro.
Lembre-se: “Os filhos das trevas são mais sagazes que os filhos da luz.” Acautele-se: você pode inverter esta equação.
Precisamos de um manual do cidadão.
Precisamos superar nosso inaceitável complexo de inferioridade, também chamado de complexo do “coitadinho”, de vira-lata, que sorrateiramente entronizaram no nosso subconsciente, na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial.
Foi um trabalho deletério de certos “pescadores de águas turvas”... Foram eficientes em sua “cruzada” predatória. Muita gente decente ficou enlameada...

4.         Esse complexo nos subjuga de tal modo que, às vezes, ao combatê-lo com arrogância, mais o aprofundamos, em vez de o desfazermos, substituindo-o pela honra, altivez, responsabilidade e competência. Não podemos nos calar, sendo passivos e omissos; calar é compactuar com a desonra.

5.         Como soldados, em campo de batalha, precisamos seguir em frente mas com cuidado; sempre atentos e sempre alerta, para não sermos surpreendidos  desprevenidos.
Precisamos preparar-nos para a realidade da vida. A vida não é um mar de rosas sem espinhos; exige sacrifícios e dedicação. É a luta que a faz grande.
Precisamos nos preparar para o sacrifício que faz parte da vida normal.

6.         Nada se conquista sem maiores ou menores sacrifícios. O mundo sem sacrifícios é muito vazio e falho. Quem o promete sabe que engana. Mas o sacrifício por uma boa causa, a todos honra e nunca humilha. É o trabalho dedicado, consciente e competente que nos faz gente.
As pessoas precisam aprender a viver conforme suas possibilidades e sempre com alguma sobriedade.
Atenção: o inimigo está à espreita; nunca esqueça.
            Mais importante de tudo é sentir-se fazendo parte de uma grande aliança pela mundial confraternização; é estar disposto a fazer a sua parte , com força interior própria, sem impor condições.




29
HOMMO SAPIENS
- O homem Consciente -
            A chegada do hommo sapiens foi um passo decisivo e brilhante no processo de ocupação e povoamento do globo terrestre. Nosso planeta era ocupado por águas , solos, ventos, vegetais, minerais e animais, articulados e sustentados por energias vitais que a tudo presidiam.
Faltava-lhes algo fundamental que tivesse  o poder vital do raciocínio, da reflexão e da consciência que tudo presidisse, buscando tudo harmonizar dentro  da imensa diversidade que tudo enriquecia. As contradições existentes deveriam ser articuladas e não extirpadas. O globo não foi  feito como uma  orquestra de um só instrumento ou com uma canção de uma nota só. Da diversidade se faz a harmonia  através da articulação da diversidade...
30
FÉ E/OU RELIGIÃO

            Após acurada reflexão cheguei a mais um paradoxo a ser equacionado.
            1. O problema do cristianismo está na religião: na organização social que gerencia os princípios de fé, moral e as diretrizes de pensamento e comportamento dos “fiéis”. É uma questão de gerência. Por isso há um só Evangelho e muitas religiões “cristãs”. O cristianismo é também uma diretriz plural? Certamente. Mas quais os parâmetros para garantir a fidelidade ao Evangelho? Qual a essência do cristianismo? Por que “condenamos” quem apenas pensa diferente, nos parâmetros do Evangelho?       O Evangelho admite a pluralidade? Certamente. Mas quais os limites? Quem pode traçar tais limites? Em que condições de credibilidade?
A “Gaudium et Spes” – (Alegria e Esperança), do Concílio Vaticano II oferece alguns parâmetros.
            2. Onde entra a gerência, entra a questão do PODER. Onde há poder há disputa, há vaidades, há invejas, há interesses em conflito e até interesses escusos.
Aí começa o espaço onde o semeador de cizânia pode se esgueirar e fazer estrago...
Por isso podemos afirmar: o problema está na Religião e não no Cristianismo. E daí? Questão para pensar... A “religião” pode sobrepor à fé, à espiritualidade?
Em vez de sair revoltado, perguntado quem se atreveu a fazer tal afirmação, é melhor parar e fazer um amplo, geral e irrestrito exame de consciências das políticas sociais adaptadas, das próprias missões e das opções menos adequadas a que aderiu a sua igreja. Depois abra o diálogo e pense junto.
[Em construção]