sexta-feira, 12 de junho de 2009

Macrópolis - Carta de Princípios do Pacto

MOVIMENTO PACTO MUNDIAL
– SÓCIO-CULTURAL
= Forças matriciais de novo amanhecer =

Luciano Reis

Nota Preliminar:
Com este texto da série MPM, fica instituído o Movimento Pacto Mundial como um Movimento Sócio-Cultural, pela Cooperação Universal.
A partir dos posicionamentos que propomos a seguir, temos os elementos básicos para a definição posterior, mais específica, dos Princípios e Diretrizes que orientam o movimento para possibilitar a cooperação e o espírito de compartilhar valores culturais transformadores. O Movimento Pacto Mundial é Plural em suas concepções e em sua atuação. Seu núcleo básico é a auto-consciência das pessoas.
Este Movimento procura criar um ambiente propício à descoberta de novos caminhos e novos talentos. Aqui esboçamos os parâmetros específicos do Movimento.

I
ESBOÇO DE PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

1. O Ponto de Mutação
Tudo leva a crer que o nosso mundo está chegando a um ponto de mudanças radicais articuladas pelo despertar das forças matriciais que sustentam a Vida no Globo. Sente-se no ar uma certa tensão que parece apontar uma virada de rumo nas forças dialéticas que regem os ciclos da vida, a que chamamos tese, antítese e síntese.
Depois de muito sofrer, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, o efeito de inúmeras crises que vão se sucedendo, parece que as pessoas vão caindo na real. Vão concluindo que o crime e corrupção não compensam; que não dá para todos levarem vantagem em tudo, pois esse princípio só beneficia os manipuladores de sempre, que atiram a pedra e escondem a mão.
Hoje sabemos que a arrogância, a ganância e a ignorância estão na base dos grandes males da sociedade. Este é o combustível que faz o mundo derrapar, as baterias descarregarem e a inquietação se espalhar.
Certas ocorrências de nosso mundo chegam ao cúmulo da insensatez e do farisaísmo. Ultrapassam os limites de todas as tolerâncias que permite a razão. Os crápulas sabem se disfarçar em qualquer ambiente, como o camaleão.
Na era do conhecimento, precisamos vencer avalanches de preconceitos sedimentados e recuperar valores essenciais à espécie humana que os complexos sociais e interesses políticos e/ou econômicos circunstanciais soterraram e tiraram de circulação. O único compromisso da nossa modernidade é com a verdade com responsabilidade, pelo bem-comum. Esta atitude faz parte da mística do Pacto.
Precisamos saber descartar armaduras há muito sucateadas e guardá-las em museus para a memória preservar. Hoje só atrapalham e fecham os caminhos.
As circunstâncias mudam inexoravelmente. No mundo, se forma ou de outra, tudo muda inexoravelmente, como o tempo.
É preciso descartar o que for entulho do passado e servirmo-nos de tudo o que é bom e útil que herdamos de nossos antepassados. A questão é saber separar o ouro do entulho: é saber estabelecer os critérios de decisão.
Cada pessoa que nasce tem uma missão a desempenhar, da qual não tem informação. Com o tempo seus passos o guiarão. É preciso saber implantar uma fraternidade sem fronteiras, físicas, econômicas, morais ou intelectuais reunindo pessoas de boa vontade, sem medo nem temor, mas com lucidez e consciência cidadã.
Quem é consciente, criativo e dedicado, nas circunstâncias mais difíceis, sempre encontra uma saída. Todo o artista preparado sabe que, dos cacos, pode fazer o mais belo mosaico.

2. Nova Equação de Princípios
Parece que chegou a hora de se propor um grande e responsável PACTO SOCIAL, nas dimensões dos pequenos, médios e grandes grupos humanos até à sociedade global.
Tal Pacto tem como objetivo estabelecer os princípios, diretrizes e práticas que deram suporte á construção de uma sociedade melhor para todos.
Sendo as religiões teístas, da estirpe de Abraão, o grupo mais denso, propomos o início do movimento à partir destas. Mas este seria um movimento sem fronteiras.
O gérmen matricial deste pacto já está em todas as religiões e em todas as pessoas de boa vontade, mas é preciso reativá-lo na dimensão universal, estabelecendo Alianças.
É preciso repensar juntos e reelaborar, para levar à prática, algumas convenções já firmadas:
1) Os grandes princípios de “Convivência e Tolerância”, de “não discriminação” injusta e de cooperação inter-classes e inter-étnica e entre grupos, países e blocos de influência internacionais;
2) O princípio de soberania e auto-determinação dos povos;
3) O princípio de liberdade, de crer e de pensar, com respeito ao outro e à dignidade humana e sem prejuízo à comunidade;
4) O Direito à Educação de Qualidade, em todos os níveis...
Tudo precisa ser reequacionado, pois, na prática, muitas vezes , a teoria é outra.

3. As pessoas desconcertadas, metem os pés pelas mãos e vão perdendo o rumo. A sociedade vai construindo um labirinto de que não tem saída. E a inquietação se espalha
Todos sabem que os parasitas e os falsários não cabem mais numa sociedade consciente, livre e responsável. Cada um deve fazer a sua parte.

II
COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO VITAL

1. Como Diretriz precisamos estabelecer algumas normas de convivência sadia e
eficaz:

1) Todos devem cuidar da sua saúde e da educação dos filhos. Devem cuidar que não seja apenas uma educação livresca, mas uma educação holística, comprometida com a vida do mundo, das pessoas e das sociedades. Uma educação de olhares positivos que não discrimine ninguém..., que crie harmonia e não constrangimentos. Devemos cuidar da saúde física, psíquica e mental de nossos filhos e das novas gerações.
2) As pessoas sadias devem trabalhar com dedicação e competência para ganhar o seu pão, em vez de, sorrateiramente, tomarem o dos outros ou buscarem esmola a que não fazem jus. Dar esmola a quem pode trabalhar é humilhar a pessoa e criar dependência.
3) A ninguém é permitido o desperdício; é preciso economizar, principalmente os elementos essenciais à vida: a Água e os Alimentos.
4) A ninguém é permitido poluir o solo, o ar e as águas; quem poluir está comprometendo a vida sobre a Terra. Toda a gente sabe isto.

Mais do que o patrimônio material amealhado, vale o patrimônio moral que queremos legar às futuras gerações.

2. Outras Diretrizes e Normas
5) Deve-se buscar sempre uma educação que leve à auto-realização pessoal e profissional e conduza ao bem-estar.
6) A educação deve ser baseada em alguns valores gerais básicos, perfeitamente identificáveis e comprometidos com a prática do dia-a-dia e que não sejam apenas belas intenções que ninguém sabe respeitar.
7) Deve-se educar as pessoas para a auto-consciência, para a liberdade com responsabilidade, para a solidariedade, para o respeito à dignidade humana, própria e dos outros. Deve-se formalizar o conceito pleno da justiça real e não venal, como algo sagrado para a paz social, sem máscaras.
8) Deve-se educar a pessoa para o mundo real e não para uma sociedade romântica imaginária. Educar a pessoa capaz de saber que tudo o que é humano tem limites. Que no mundo nada é absoluto. Educar para a sociedade real, onde todos precisam cooperar. O educador não pode enganar.
9) Educar as pessoas para a competência, solidariedade e responsabilidade social. Pessoas que trabalham por uma sociedade onde sejam suprimidas as grandes desigualdades, em todos os níveis, mas sempre respeitando as diferenças.
10) Deve-se educar o homem multidimensional, com as múltiplas inteligências constitutivas de sua personalidade.
11) As pessoas devem ser educadas para, sós e em grupo, terem mentalidade empreendedora que os induza à construção de mundo melhor para todos.
12) As pessoas devem ter uma educação baseada no respeito mútuo de todas as pessoas, de todos os países e de todos os grupos sociais, buscando compartilhar valores e interesses comuns e universais.
13) Deve-se ver e pensar a escola como instituição formadora de cidadãos conscientes, competentes, responsáveis e atuantes.
14) A educação deve ensinar o educando a entender o mundo, a ler os sinais da civilização e a aprender a aprender sempre.
15) Toda a Educação deve ter como base os quatro pilares básicos e os quatro pilares complementares, numa visão construtiva transformadora. O aluno deve ser educado para: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e a aprender a ser; complementarmente precisa aprender a querer, aprender a decidir, aprender a cooperar e aprender a compartilhar.
16) As Novas Gerações devem ser educadas para um mundo real, onde convivem a saúde e a doença, a esperança e o desespero, a alegria e a tristeza, o otimismo e o pessimismo, o sucesso e o fracasso. Devem saber que essas são, condições pelas quais passam todas as pessoas, em estágios mais ou menos passageiros. Devemos aprender que a vida não é fácil para ninguém. Que cada um deve aprender a buscar o melhor e superar as fases negativas. O mérito de cada um está em sua própria dedicação, competência e responsabilidade. Isto faz a pessoa cidadã.

3. Toda a educação deve levar à consciência do mundo, à auto-consciência, à auto-
realização e à transformação social, com justiça e liberdade. Este é o caminho da Paz.
Esta é a tendência do mundo globalizado, como uma Aldeia Global ou uma Praça Universal.
Precisamos saber ver a história, como um movimento ondular e não retilíneo. As idéias se sucedem, umas em alta, outras em baixa, sucessivamente, mas o mar é o mesmo e a água também. O que muda são as circunstâncias. O barco sobe e desce e pode até naufragar, se não for resistente ou se o piloto se descuidar ou se for incompetente, ou despreparado.

4. Hoje todos estamos no mesmo barco: todos somos solidários com todos, na
alegria e na dor.
É esta realidade o que demonstra a crise global que o mundo atravessa, provocada pela irresponsabilidade de alguns. Pensando levar vantagem, acabaram caindo no turbilhão geral que ajudaram a detonar.
A sociedade, desnorteada, está chegando a um colapso ético, por falhas na política de Educação das Novas Gerações.
O Pacto Mundial não se propõe atirar pedras em ninguém; propõe-se apenas como uma atitude construtiva. No entanto, quer ser um movimento de pessoas atentas ao que se passa em seu redor para poder superar os elementos viciados e deletérios da sociedade real.


III
MUDANÇA E RECONCILIAÇÃO

1. Renovação do que está Superado
Certas linhas ideológicas e dogmáticas de um passado recente, começam a ir para o cesto de descarte. Alguns ainda tentam preservá-los, embalsamados, porque tais princípios lhes trazem algumas vantagens, embora venham poluindo e embaçando o ar que todos respiram. Apesar dos esforços de alguns, muitas idéias superadas vão sendo soterradas por nova realidade. Ninguém consegue embargar o ciclo do sol. Quem o fizesse seria um desastrado. O ritmo de tentativa, acerto/erro e novo começo cria a dinâmica da história. A vida é assim. Às vezes, no que foi soterrado está a chave do novo rejuvenescer.
O Educando precisa adquirir a competência da auto-avaliação, detectando seus valores e carências e desenvolver motivação para progredir sempre.
Estamos num mundo onde vai se impondo o Espírito Reconciliador Dinâmico e de tolerância, o espírito que assume a diferença, em todos os níveis e em todos os setores das sociedades, respeitando aqueles que são e pensam diferente, desde que não sejam predadores mas construtores de uma sociedade mais solidária.

2. Mudar o que deve ser mudado
Os grandes pensamentos e ações da história sempre encontram opositores. Quando se luta pelo bem comum, sempre alguns se sentem incomodados. Quem está do lado do bem tem opção de se acovardar ou enfrentar as dificuldades que sabe que virão.
Diz Vieira que é melhor ter inimigos do que não os ter.
Nas grandes viagens, por alto mar, o barco encontra altas ondas que virão ameaçá-lo. A oposição, se lhe resistirmos, nos deixa mais fortes...
O ciclo natural do dia sempre tem diversas fases complementares: à noite sempre sucede outro dia, é a noite que sucede ao dia?
Por suas análises enviesadas, sem apreciação do outro lado, certas visões da história assumem contornos injustos e injuriosos.
A História deve ser vista em suas diversas perspectivas e circunstâncias e em suas múltiplas dimensões e por todos os ângulos, sem sonegar informações.... Só assim ela é a mestra da vida. A História sem o outro lado, é falsa, por ser parcial, escamoteada.
Omitir as reais e múltiplas dimensões da história é falsear a verdade e enganar os incautos. Quem sonega um dos lados constitutivos de uma realidade é falsário e perde a credibilidade. Não tem lugar entre os construtores mas entre os demolidores.
Em algumas associações, reza-se ainda hoje, uma bela oração de Espírito criador:
“Senhor,
ajudai-nos a mudar
o que pode e deve ser mudado
e a saber preservar
o que deve ser preservado.”
É a pessoa humana assumindo, consciente e dedicada, seu papel na dinâmica história da criação.

3. Olhar para a Frente
A escola deve ensinar o educando a olhar para frente e seguir o percurso da história, estamos dispostos a ajudar a melhorá-la sempre. Olhar para trás só pelo retrovisor. Fazer piadinha ou deboche de personagens históricos em sala de aula é abuso de autoridade. A liberdade de cátedra exige responsabilidade funcional; não libera a injustiça.
A nossa e as futuras gerações não podem ser reféns de eventuais ou presumíveis “erros” de gerações passadas, quando as leis eram outras e as circunstâncias também. Como incomodar ou acusar quem não estava lá e portanto, em nada interferiu.
Atribuir a alguém presumíveis “erros” de seus antepassados é injúria fascista e farisaica e afronta à dignidade humana. É um grave erro de estratégia educacional, pois prejudica e deforma a mente dos educandos. Alguém deveria zelar por isto.

Os grandes feitos da história, que têm o condão de iluminar e abrir novos caminhos, devemos registrá-los em granito, para que sejam lembrados. Os feitos degradantes da história devemos escrevê-los na areia da praia, para que o vento ou a próxima onda os apague para sempre.

Temos de agir e reagir sem culpa, pelo que não nos compete, para cumprir nossa missão e responder por nosso tempo, sem deixarmos ou cedermos a quem nos quer empurrar para a imobilidade dos atoleiros artificiais.
O professor não deve se arrogar o papel de juiz da história, injuriando atores do passado, sem dominar as circunstâncias dos fatos, apenas manipulando opiniões baseadas em preconceitos... Embora a maledicência atraia a atenção dos incautos, não é um recurso ético aceitável.
Não podemos, sem grave desvio de caráter e inaceitáveis injúrias, julgar ou tentar condenar o passado pelas leis e modos de pensar do nosso tempo. Cada tempo tem o seu cuidado. É tempo de estimular a harmonia construtiva e não de espalhar atitudes deletérias e deformadoras de caráter.
É notório que, muitos que condenam erros do passado, agem com o inacreditável farisaísmo.

4. Superando a Injustiça pela Reconciliação
Na nossa sociedade cometem-se atrocidades, condenando pessoas inocentes ao “desemprego”, à desonra, à miséria (os condenados e suas famílias), por crimes que não cometeram, às vezes por sentenças negociadas de onde alguém tira torpes vantagens.
É preciso convencer-se de que a “Inquisição” não acabou, ela resiste com novas roupagens.
Em que muitas das atrocidades de nossa sociedade diferem, de fato, das atrocidades da Inquisição de um passado trágico? Em que diferem estas sentenças, da ação de grupos de assaltantes armados que roubam e injuriam e sentenciam à morte inocentes de todos os níveis sociais?
E que diríamos dos corruptos e corruptores, dos achacadores, dos perdulários e de todas as castas de maus-caráter que infestam as sociedades, como os piratas do passado?
É tempo de reconciliação e de exame de consciência. Rememorar misérias da sociedade ou curtir complexos de culpa, às vezes artificiais, não leva a soluções.
Enquanto nos perdermos, nos chamados erros do passado, perdemos ótimas oportunidades de construir um mundo melhor para nós e para as futuras gerações.
O Movimento Pacto Mundial – MPM é independente em termos políticos e religiosos. O apoiador tem liberdade de opção. A união básica está nos Princípios adotados.


IV
RESGATANDO VALORES SEM FRONTEIRAS

1. Ver, Ouvir, Pensar e Agir
Então, é, preciso mudar de atitude e mudar de refrão.
É fácil criticar os outros sem se olhar no espelho. Todos têm de mudar algo, não só os outros.
Cada um comece a mudança no próprio espaço e todos teremos mudado.
Se cada um limpar a testeira de sua casa, toda a rua ficará limpa.
Somos todos responsáveis por um futuro melhor.
Se sabemos disto, porque não começamos nós mesmos a fazer a nossa parte?
Jogar a culpa nos outros é fácil, assumir a própria responsabilidade... preferimos adiar.
Ao criticar, com tanta liberalidade, desenvoltura e pseudo-revolta, os presumíveis erros dos outros, do passado e do presente, porque não olhar os erros certos que cometemos, embargando os rumos de uma sociedade melhor?! Lembremos o que disse o filósofo: “Eu sou eu e as minhas circunstâncias”. Nunca deixaremos de lado o passado que está em nós.
Vamos olhar para frente para não corrermos o risco de dar trombadas e de atropelar alguém. Mas não deixemos de usar o retrovisor.

2. O Mundo que queremos: Novo Pacto
É neste contexto de crise e de superação de muitas barreiras e de muitos complexos que consideramos a hora certa para elaborar um Pacto Social Mundial, por uma sociedade mais solidária e fraternal, que, com os pés firmes na terra, paire além das ideologias, das políticas, e das religiões; que envolva todos os políticos de todas os níveis, todas as escolas e todos os sistemas de educação, saúde, nutrição e meio-ambiente; que comprometa todas as pessoas de boa vontade, de todas as profissões e todos os trabalhadores.
O Pacto convida para aderirem todas as pessoas de boa vontade, conscientes, qualquer que seja o nível social, o nível de sua formação intelectual ou o nível de sua situação econômica. A única condição é ser uma pessoa de boa vontade, comprovada na ação. A adesão é livre e a nível de consciência cidadã. Manifestar-se adequadamente é um exercício de cidadania.
- O núcleo do Pacto é o desenvolvimento da auto-consciência da pessoa humana. É o “Nosce te ipsum” – (Conhece-te a ti mesmo) que prega Sócrates.
- Os quatro pilares do Pacto são: Solidariedade, Verdade, Justiça e Responsabilidade.
- Os grandes objetivos são: o desenvolvimento sustentável e solidário, educação responsável e a paz entre as pessoas e as nações. É um Pacto pela Vida, pisando em solo firme.
As religiões, igrejas e outras formas de espiritualidade poderiam buscar o que os une, mais do que, o que os separa.

3. Unindo Forças Dispersas
Sempre que houver ao menos cincoenta por cento (50%) de semelhanças vitais, as pessoas deveriam se unir para o bem da humanidade, naquilo que todos forem unânimes que é a melhor alternativa, o melhor caminho a seguir.
Precisamos saber o mundo que queremos construir, e o que, nele, é efetivamente contrário ao bem comum, para evitar, sem concessões...
Devemos considerar as divergências bem fundamentadas e responsáveis como manifestação de maturidade política das organizações.
A firmeza de convicções deve ser respeitada. Deve, no entanto, ser evitada a prática estéril do confronto que leva ao impasse e é contraproducente.

V
PACTO DE MÚTUO APOIO

1. Envolvimento de todos: Solidariedade
Todos, nos pontos teoricamente semelhantes, trabalhariam, com afinco, pelo bem da humanidade, sem preocupações de proselitismos.
Isto envolveria questões de assistência à saúde, à justiça, à alimentação e à educação e à vivência espiritual.
Com o desenvolvimento desta mentalidade de mútua cooperação, Igrejas diferentes poderiam chegar a se servir dos mesmos templos, em horários específicos, como já é feito em alguns países.
Muitas outras estruturas poderiam ser compartilhadas, sem exploração do outro, no princípio mútuo do “É dando que se recebe”, de que falou S. Francisco de Assis.
“Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”,
disse Cristo. Esta é a filosofia do grande Pacto Social.
Ao menos os Cristãos de verdade, deveriam se reunir num diálogo inter-religioso construtivo, nas condições que o pacto mútuo estabelecesse.
O judaísmo também está muito próximo dos cristãos... O Deus do Islã é o mesmo Deus de Abraão. Somos parentes espirituais.

2. Por Uma Espiritualidade Revitalizante e Transformadora
Pensamos a religião como agente do desenvolvimento e da promoção da ascensão da humanidade.
Por todos os meios queremos que os humanos superem uma certa alienação que os torna inertes e busquem a consciência para a sua plena realização, em todas as suas dimensões, materiais, psíquicas e espirituais. Pensamos na pessoa multidimensional.
Pensamos a religião como fazendo parte do ser humano, na busca das forças superiores e do sobrenatural: faz parte da auto-consciência, quando o humano se supera.
O sentido da religião está na competência de ouvir a voz de Deus em todas as manifestações da natureza e no mais profundo da essência humana.
Por isto cada um tem um caminho próprio para se encontrar com Deus, para além das próprias religiões. O essencial é descobrir alguma espiritualidade revitalizante e transformadora.
A Festa do Divino pode ser um de nossos paradigmas anuais pelas lições que nos traz.

3. Neste Pacto têm lugar os membros de todas as religiões e filosofias de vida.
Os Teístas ou Deístas são uma força imensa que poderia contribuir para criar
mais bem-estar para todos.
Em termos apenas estatísticos, vejamos: Cristianismo: 2,1 bilhões; Islamismo: 1,2 bilhões; Judaísmo: 15 milhões.
Estas três religiões são aparentadas e consideram Abraão como seu pai.
Lembramos ainda: O Shintoísmo (3 milhões), o Budismo (330 milhões), o hinduísmo (900 milhões), religiões africanas (20 milhões), religiões indígenas (190 milhões), religiões chinesas (225 milhões) (etc).
Ao Pacto Mundial são convidados todos, sem distinção de religião ou de filosofia de vida. Condição: Que sejam pessoas de vontade.
Sabemos que 90% dos habitantes humanos do Planeta Terra, bem ou mal, professam alguma religião. Assim sendo, o fundo religioso, sem discriminação nem preconceito, deve ser um dos Polos básicos de dinamização da Força Vital do Pacto Social Mundial.
(Nota: os dados desta pesquisa são compilados da Wikipédia).
4. Pactos Setoriais
É possível iniciar o Pacto, na prática? Lógico. Cada um sabe ou poderá saber como. Sua mente dirá.
O Pacto Mundial é, antes de tudo uma atitude cívica e espiritual pessoal que pode se tornar alguma organização social, mas sem estatuto. Tem apenas Princípios.
Para levar o Pacto Mundial às bases onde estão as pessoas, propomos a difusão dele,
caminhando livre, através das células em que se organizam as sociedades. Haveria um Pacto Lusófono Mundial, um Pacto Francófono, etc...um Pacto Cristão, um Pacto Supra-religioso, um Pacto Educacional, um Pacto Ecológico, etc, etc.
Única Base Comum: Formar grupos de pessoas de boa vontade para troca de mensagens estimulantes que façam algo por um mundo melhor, mais consciente e responsável, que valorize os valores superiores da vida e não se deixe iludir pela banalização da existência, superando as forças deletérias da sociedade consumista, e que saiba que “nem só de pão vive o homem”.
O Movimento Pacto Mundial posicionar-se-á sempre acima das categorias: esquerda/direita, conservador/liberal, ortodoxia/heterodoxia, teístas/ateu, pagão, gnóstico/agnóstico e de outras formas de carimbar as pessoas que se posicionam.
O MPM acredita que toda a pessoa por mais impotente e débil que se julgue, pode fazer algo por um mundo melhor para todos. Os pequenos gestos podem mudar vidas.

O MPM preza, acima de tudo, a liberdade responsável e a busca da auto-consciência.
O Pacto Mundial pode organizar núcleos de debates temáticos, centro de publicações, etc, em convênio com outras instituições especializadas.

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