sexta-feira, 23 de abril de 2010

Corresponsabilidade

XXII
CORRESPONSABILIDADE DA IMPRENSA FARISAICA

A Liberdade como Ícone da Civilização
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[Convido o leitor a ler este capítulo, sob a égide da LIBERDADE. Para ouvir o canto da Liberdade,  com música de Verdi, de “Va Pensiero”, cantado por Nana Mouskouri (clique no LINK e  prossiga a leitura: http://www.youtube.com/watch?v=46abhZpuSWc )]

De partida devo enfatizar que a Liberdade com “L” maiúsculo, deve ser considerado um dos valores básicos da dignidade humana.
Considero o Evangelho como um dos mais Épicos  Cantos à Liberdade, para quem sabe ler os sinais. Para garantir à LIBERDADE precisamos preservar sempre a verdade e a dignidade humana.
Passamos, neste capítulo, a abordar o papel da imprensa comercial neste episódio da “pedofilia na Igreja”. Previamente  devemos deixar  claro  o quanto o mundo moderno deve ao papel desempenhado pela Imprensa livre. 
Ela impôs  e exigiu mais transparência  no trato  da coisa pública e respeito à dignidade humana. É um grande fator de desenvolvimento sustentável. Mas em seu meio ainda carrega muitos vícios. Os Manuais de Redação exigem comportamentos que nem sempre são seguidos.
Os interesses comerciais  e outros, às vezes,  falam mais alto. Ao falar, a seguir, da Imprensa, ou da Imprensa comercial neoliberal,  acreditamos estar falando de não mais do que 15%  do que acontece na imprensa Comercial. Em casos como este de que aqui tratamos, é um peso insuportável.
A Imprensa comercial tem sim alguns problemas estruturais a sanar, como todas as instituições humanas. 
É desta parte da Imprensa que aqui criticamos. Não podemos  deixar de reconhecer que, na Imprensa  há um grande e sério trabalho por uma sociedade mais justa e mais humana.
Não podemos desmerecer tantos méritos que a Imprensa pode exibir, a cada dia que passa.  Mas também não podemos calar, quando a realidade é deturpada. É questão democrática.

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Estranhamente, a imprensa comercial neoliberal internacional, sem o mínimo de respeito, elegância ou fidalguia, caiu, com todo o seu poder de manipulação, em cima dos fatos de pedofilia, verificados em espaços restritos da Igreja. Atacou os fatos (lastimáveis), como leão faminto dando-lhe dimensões absurdas e abusivas. Sem novidade. Não teve o mínimo de dignidade, para ver os outros lados da questão. Saiu atirando, como bêbado tresloucado. Onde foi parar o Manual de Redação?! Isto é LIBERDADE?!

Essa é a praxe da imprensa  comercial “nanica” (?!). Ataca. Quem souber e poder, que se defenda. É a sua regra de jogo. Faz assim com autoridades de todos os níveis, Presidentes, Papas, Ministros, Prefeitos,  Cientistas. Só não incomodam quem tem respeito incondicional da Sociedade. Enfoca os mais debilitados.
Segue a conhecida estratégia do leão que persegue o rebanho, para atacar alguma ovelha desgarrada...
A histérica, provocante, insistente, escandalosa e agressiva reação de certa imprensa falada, escrita e televisiva, não passa de um lastimável e  imenso farisaísmo. Fazem verdadeiros “arrastões” na vida de empresas, instituições e na vida das pessoas, quando querem vingança ou jogo de forças, ou impôr apoios...
Antes de atacar, com tanta sofreguidão, a imprensa e os políticos deveriam  se olhar no espelho. Mas a questão é outra: para os oportunistas, a questão ética não conta. A questão é “vender” algo que traga leitores...

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Numa sociedade fria, em que se matam diariamente milhares de pessoa, a sangue frio, ou feridas pela desonra e pela calúnia; numa sociedade sádica onde,  pelo mundo afora, morrem  milhares de pessoas por dia, de fome, de frio ou de falta de emprego ou por falta de médicos e de hospitais; numa sociedade onde a corrupção e a ganância dos políticos, (com honrosas exceções), é insaciável, do Brasil à Tailândia, passando pela África, pelos EEUU, por quase toda a Europa (Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra); onde o desvio do dinheiro do povo cria milhares de  mortes diárias, etc, é difícil entender os ataques que se fazem à Igreja.
Mais difícil é ver que a Igreja não soube se defender das afrontas. A estranheza do assunto a estarreceu...
Num mundo onde notícias arranjadas, por interesses, levam dor e prejuízos incalculáveis a muita gente... destruindo amizades e famílias bem  constituídas...
Enfim, num mundo onde se negocia o sexo e a vida, em todas as idades e condições, em todos os gêneros, números e casos, sob o beneplácito da imprensa falada, escrita e televisiva; numa sociedade que faz do sexo uma das mais rentáveis mercadorias,
é triste, e puro farisaísmo e fascismo deslavado, escandalizar-se e atacar  umas poucas dezenas de Padres desequilibrados, doentes, fracos, homens como os outros homens, sujeitos a taras,  que agiram irresponsavelmente, abusando de crianças que deviam proteger, mas num percentual estatisticamente nulo. Se a própria imprensa faz a apologia do sexo sem limites, que moral tem ela para atacar alguém?!
Acaso a imprensa não pode ser  arguida como corresponsável por tantos  descalabros ?!
O ônus da defesa e da prova cabe ao denunciado. É assim em toda a nossa sociedade, embora seja norma questionável.
À imprensa comercial, como a outras instituições modernas, falta autoridade e sobra autoritarismo.
Onde falta o saber e a sabedoria, sobra a ignorância e a arrogância.
A imprensa comercial amplia e trombeteia aos quatro ventos que há um agreiro no olho da Igreja. Mas não vê que nela mesma e na sociedade, há traves densas que lhe perturbam a visão e a razão.


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