quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Sermão do Mandato II - Mensagem de Ressurreição

V
MENSAGEM DE RESSURREIÇÃO

1. A Semana Santa, palco de grandes lições, que se projetam no tempo, com palavras de vida eterna, encerrou-se discretamente, com chave de ouro, no espírito do Cristianismo. Foi a lição maior: depois da dor do Calvário, vem a alegria da Páscoa da Ressurreição, mas uma alegria profunda, interior...silenciosa. Comemora-se numa explosão de alegria interior...
Ficou atestado e garantido que a dor, a alegria e a esperança não são atitudes vãs.
A Páscoa é silêncio, meditação. É vivida no fundo da alma: Não há espetáculo.
A Nova Aliança está selada. Aleluia!
A Grande Revelação: no sonho, na alegria, na dor e na esperança, há sempre uma luz que brilha no nosso mundo: a luz da Ressurreição: a luz da nossa páscoa, que se projeta na eternidade e em nossa vida cotidiana.
O Calvário e a Ressurreição fazem parte da dialética da vida.

Mas ainda falta algo essencial:
Falta a confirmação do Espírito. Ele vem depois de cincoenta dias de meditação: na Festa de Pentecostes.
Na Páscoa, as igrejas exultam em mil Aleluias. Rejubilai-vos! Alegrai-vos!
Aleluia! À dor sucedeu a alegria. À noite sucede o dia.
No nosso psiquismo vibram, nesta hora, os acordes magníficos do “Aleluia” de Hendel. “Aleluia, Aleluia, Aleluia”.


2. As Pegadas do Mestre: O Caminhante Solidário

Permitam-me contar uma alegoria que aprendi na minha infância:

Certo dia, Cristo, andando pelo mundo,
encontrou um homem comum,
com um perfil humano simples:
O homem era dedicado
e sempre disposto a fazer o bem.
Vendo os obstáculos que ele sempre enfrentava,
Cristo olhando-o nos olhos prometeu-lhe:
“Onde tu fores, na alegria,
na esperança ou na dor,
eu sempre estarei ao teu lado”.


Saindo dali, ao pisar na areia,
ouvindo incerto ruído,
O homem voltou o rosto para trás
e então sentiu-se gratificado:
do lado esquerdo das pegadas dos seus passos,
havia as pegadas de alguém invisível
que o acompanhava.
Seu rosto iluminou-se
com um sorriso silencioso e agradecido.

Nas horas de incerteza e nas angústias,
sempre olhava para trás,
para verificar se ainda
estava na confiança do Mestre.
As pegadas do Mestre lhe davam
confiança e esperança...

Preocupava-se quando,
nas circunstâncias mais dramáticas,
quando o peso da vida e a maldade
e injustiça dos homens
quase pareciam derrubá-lo,
ao olhar para trás, só via duas pegadas.
Sem desanimar prosseguia seu caminho...
confiante, mas apreensivo.


Na hora de encerrar sua jornada nesta vida,
cansado, o corpo já ficando frio,
desfalecendo, apareceu-lhe o Senhor
para o acompanhar na nova jornada.
Foi quando o homem, sorrindo,
desabafou, feliz:
Senhor, pensei que não irias comigo nesta caminhada!

Mas por que pensaste isso? disse o Mestre,
com um sorriso enigmático.
É que, Senhor, em todos os momentos
mais difíceis da minha vida,
quando tudo desmoronava,
ao olhar para trás, sempre vi só duas pegadas...
Onde estavas nas minhas horas mais amargas
de incerteza e angústia?!

Amigo, disse o Mestre,
as pegadas que vias na areia, não eram as tuas.
Eram as minhas.
Nas horas em que não tinhas mais forças
para andar, eu te carregava nos braços
e prosseguíamos juntos,
até retomares as forças
e poderes continuar com teus pés.
Agora, como prometi, estou ao teu lado,
para seguir contigo na nossa jornada.

Esta talvez seja uma história comovente, porque é muito verdadeira. Muitos já a vivenciaram pelos caminhos de sua vida...
Quem confia e segue o Mandamento Novo, nunca está só.
O Mestre estará sempre ao seu lado.

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