sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Ovelha Perdida

XXV
A OVELHA PERDIDA, OS FIÉIS E O PONTÍFICE

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Senhores,
Há, num livro que bem conheceis, uma alegoria: A ovelha perdida. O pastor vai atrás dela. Retira-a dos espinhos onde se perdeu; fere-se para salvar a ovelhinha perdida, e, alegre, volta com ela, aos ombros, reintegrando-a ao rebanho, após cuidar das feridas dos dois.
Não, não gritou; não a Insultou; não lhe deu chicotadas ou pancadas com seu cajado, não registrou o fato numa carta à posteridade.
Às 1.000 ovelhas de seu rebanho faltava uma que,  por fraqueza, se desgarrou.
Trouxe-a de volta. Uma, em mil, não faria falta? Sim. É que cada uma valia  por todo o rebanho. Sem uma o rebanho estaria desfalcado. Cada uma era única.
Em vez de violência, para fazer espetáculo para os demais, discretamente, todos se alegraram, em silêncio obsequioso.

Acredito que esta alegoria pode nos levar a rever nossa atitude, na cidade do espetáculo vazio e arrogante.
O “espetáculo” é como as andas (pernas-de-pau), para os pigmeus. É o modo de parecer maior do que é.
Preocupa ver Bispos serem alijados de seus cargos por (pretensas) omissões, ou para satisfazer a sede dos meios de comunicação. Esses Bispos também são gente. Alguém está lançando ignomínia e infâmia em seus nomes.
Pergunto sem saber a resposta: É Justo?! Está certo?!

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Há pessoas que não querem que nada mude, com receio de perderem mordomias. A mudança, para alguns, é assustadora, ainda  que a reconheçam necessária e urgente.
Deixar de cultivar o soturno em nosso meio: deixar de perpetuar a Sexta-Feira Santa por todo ano,  esquecendo a Páscoa e o Pentecostes...
O Cristianismo tem uma doutrina  e uma prática multifacetada. Como  a natureza, tem primavera, verão, outono e inverno. Por que alguns  prolongam a 6ª Feira Santa por todo o ano?  É como se alguém prolongasse artificialmente o inverno nas quatro estações. Seria insuportável. E é.

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Acredito que a Igreja de Roma, em vez de tentar colocar remendos na bela e imensa barca, de que o Papa é timoneiro chefe, poderia fazer grandes reformas de base. Por que deixar aberta a porta do redil?! Por que deixar livre o espaço para o lobo avançar?

Repito:
A Igreja precisa se adequar ao mundo a que serve. Precisa ser  reformada sempre, como as células dos seres vivos, que se renovam a cada 7 anos. A Igreja é gente que sente e ama.
A igreja não é uma instituição férrea, fria como as pedras... A Igreja é gente que sente, ama e sofre.
Na Igreja, a autoridade essencial revela-se na manifestação do amor e fraternidade.
O cajado é para momentos excepcionais. A autoridade é serviço.
O Papa é servo de Deus e servo do Povo... Não o contrário.
Non ministrari sed ministrare”,  deve ser o seu lema. Não vim para ser servido, mas para servir.
Enumeramos algumas questões, dentre muitas outras, a repensar. 

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