XXIII
BUSCA DA EQUIDADE
BUSCA DA EQUIDADE
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O caso é grave, como milhões de outros casos, porque nosso mundo é fabricante de tresloucados, por um capitalismo neoliberal, onde as pessoas são convidadas a levar vantagem em tudo, abolindo princípios basilares do bom convívio social. A grande imprensa é coautora deste descalabro.
A arrogância da imprensa comercial neoliberal levou a se impor como quarto poder no mundo. Mas age como se fosse o primeiro poder absoluto. Nada contra a salutar liberdade da imprensa. Lastima-se a prepotência, onde quer que se manifeste, mas defende-se a Liberdade responsável..
Evidentemente, apenas uma pequena parte da grande imprensa age de modo tão sádico. Há jornais e Jornais, jornalista e Jornalistas. Não podemos generalizar. Mas não dá para passar ao lado da imprensa e de sua corresponsabilidade pelos desmandos que ocorrem, por responsabilidade direta, indireta ou por omissão.
O valor econômico não pode ser guindado ao valor maior.
A imprensa seria mais respeitável se desse aos casos as suas dimensões reais, sem escândalos grotescos, histéricos, farisaicos e discriminatórios; mais ainda se combatesse todos os escândalos sexuais ou outros, em suas causas, em todas as esferas da sociedade, com igual ardor, ajudando a criar uma sociedade mais adulta, responsável e mais equilibrada e igualitária.
No entanto, a imprensa comercial também se julga situada além do bem e do mal. Este é o grande paradoxo: Quem deveria e poderia cooperar pela justiça social está alheio a essas questões... A ganância viceja em todas as instâncias da nossa sociedade arrogante.
Mais ainda se combatesse todas as afrontas, abusos e injustiças que fazem milhões de pessoas infelizes, quase mortos-vivos, por todos os caminhos e atalhos de nosso mundo.
Na imprensa, como em todas as instituições humanas, em maior ou em menor dimensões, agem as aves de rapina.
Liberdade sim, mas com a sua contraparte, a responsabilidade.
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A imprensa comercial neoliberal teria alguma moral se começasse por abolir toda a corrupção e jogo de interesses e discriminação de seus noticiários; se atendesse mais ao bem da sociedade, ao bem-comum, do que aos próprios bens, cuidando daqueles sem descurar estes.
Algumas leis do capitalismo também precisam ser reformuladas, para o bem de todos.
Numa sociedade que apregoa a permissividade sem limites; onde tudo é proibido; onde “é proibido proibir”, tudo é permitido.
Mas esta “lei” vale para os mais fortes. Os mais fracos sofrem os abusos: só lhes resta permitir, subjugar-se e morrer no opróbrio.
Neste caso, adeus liberdade; adeus dignidade humana.
É a apologia do direito da força contra a força do direito. É a instauração da barbárie. É o que está aí. Quem responde por esta degradação?
Quem paga por esses desmandos?! Isto não é violência?!
Resta-nos pedir socorro...
Como nos fazem falta os profetas. Isaías, onde estás? Vieira, onde estás? Onde estão os PROFETAS?!
Diríamos então que toda a sociedade precisa de uma audaciosa restauração para garantir a justiça, a paz e o bem-estar e trabalho para todos.
Também a Imprensa precisa de uma vigorosa restauração.
Fica claro que não dá para desdenhar do agreiro nos olhos dos outros, sem primeiro tirar a trave que cobre os nossos olhos.
A Grande Imprensa tem seu Manual de Redação. Quem o cumpre, em circunstâncias como esta?
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