sexta-feira, 23 de abril de 2010

Patrimônio Moral

XVI
PATRIMÔNIO MORAL DA HUMANIDADE

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Repito: A Igreja é um imenso patrimônio  moral da humanidade. Ninguém pode deixar que a depredem em seus valores humanistas essenciais, nem em nenhum de seus valores essenciais constitutivos.
Nem o Papa, nem os Cardeais, nem os Bispos, nem o clero... Ninguém é dono da Igreja. Os homens passam e a igreja continua.

Senhor Papa, senhores Cardeais e senhores Bispos, servos da Igreja de Cristo, conservem, cultivem e expandam esse patrimônio moral da Humanidade. Sede sábios, prudentes e ousados.
Mudem o rumo da barca de Pedro. Nesse rumo há risco de encalhar em baixios...
Resolvam por amor e sabedoria e não por temor. Temor não leva a nada... Só afasta.  E nem digam que um não faz falta. Faz. Filho não se descarta, ainda que se desgarre. Quem perde um perde um milhão e se perde na solidão. O bom pastor não despreza suas ovelhas...

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Há um fato de que ninguém duvida: vivemos num mundo em convulsão.
É o homo sapiens transformado (transtornado?!), em homem fera, homem onça, homem bomba.
“O homem é o lobo do homem”, disse Tomas Hobbes.
Holocausto? Lastimavelmente, sim.  Os holocaustos não se acabaram. Mas precisam acabar.
Muitos holocaustos se repetem, por toda a parte, com requintes de crueldade e de atrocidade, às vezes invisível a olho nu (?!). A plebe ignara aplaude tantas e trágicas atrocidades, fruto de injustiças, calúnias ou da  malvadeza. A Imprensa faz o coro, pois vive também de escândalos.

A massa humana quer “espetáculo”. Quanto mais cruel, mais se encanta e aplaude, enquanto alguns ainda choram, em silêncio, a desdita, a injustiça insana de quem caiu nas malhas de certa gente que tem “autoridade” e se  coloca  “além do bem e do mal”.
A nossa civilização, envergonhada, definha, na barbárie de alguns. Esta é a voz corrente e propagada.
Precisamos sair deste “sonho de alma, ledo e cego que a fortuna não deixará durar muito”.

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Mas, espere! Quantos são os que aplaudem? Quantos são do povo ignaro?! Que percentual representam, em relação ao todo?
Acho que estamos a cair em outra armadilha. Poucos, muito poucos se comprazem com tal situação. Mas cada um fala muito alto e faz crer que é legião; fala em nome de um povo, que fantasiou, mas está só... Os meios de comunicação repicam ideias de todos os naipes... Seduzem a plebe. Faz uma voz débil parecer voz de trovão ou rugir de leão...
muito farisaísmo, tanto na Imprensa, como também na Igreja.
Isto me lembra uma quadra popular, que minha mãe gostava de lembrar aos filhos:

Ó mar alto, ó mar alto,
Ó mar alto sem ter fundo!
Melhor andar no mar alto
Do que  nas bocas do mundo”.

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A Igreja, (como toda a sociedade), precisa fazer o próprio exame de consciência,  sincero e leal, como já fez outras vezes, entre escombros. É a hora! Agora!
Os méritos precisam ser exaltados e ampliados e os erros reais devem ser reconhecidos e corrigidos; (nunca ocultados).
Atos aviltantes precisam ser punidos exemplarmente, sem ofensas à Instituição. Pessoas desajustadas há-as por toda a parte. As taras de alguns não podem ser coladas no rosto da Igreja. Seria uma grande injustiça para os demais.


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