quinta-feira, 30 de abril de 2009

O SERMÃO DO MANDATO - I
O Gesto Paradigmático

I
ARTICULAÇÕES DA PÁSCOA CRISTÃ

1. A Páscoa como Eixo Articulador
Estamos celebrando a Páscoa Cristã. Este é um evento comunitário que rememora e revive a mensagem de Cristo, no seu ponto mais alto, como eixo articulador do cristianismo. Reproduz-se e analisa-se aqui a linguagem dos gestos na ação de Cristo, nas perspectivas de um professor humanista cristão, especialista na análise da linguagem simbólica.
Vamos procurar interpretar a alta simbologia do que se passou na chamada Semana Maior ou Semana Santa.
Pensamos os gestos como linguagem, como mensagem a ser “lida”, sem entrar em querelas teológicas que deixamos para os profissionais do ramo.

A Páscoa Cristã celebra a passagem das pessoas, da escravidão para a liberdade, isto é, o fim da escravidão das pessoas, escravizadas por sua própria ignorância, por sua insensatez, por sua pequenez de caráter, por suas omissões, por seu desrespeito à dignidade humana e ao meio ambiente, por sua subjugação à mentira. Estas são experiências que todos vivenciamos e que precisamos superar, com a nossa Páscoa.
Disse Cristo: “A verdade vos libertará”. E Cristo é “o caminho, a verdade e a vida”. Cristo é a nossa ressurreição. Este é o centro de nossa reflexão, subjacente em todo o texto.
A mensagem do MANDATO INTEGRAL é muito forte, mas vai sendo banalizada, reduzida a exterioridade.
Lembrá-la é muito oportuno, num mundo em que as pessoas se perdem em violência, desonra, mentiras e falcatruas. O Mandato convida-nos à responsabilidade social e reativa uma nova espiritualidade em nossa vida: revigora a nossa esperança.
Mandato quer dizer: Mandamento = Mandamento Novo.

2. Esta Celebração Evangélica tem início com a Chegada “Triunfal” de Jesus a Jerusalém, o Dia de Ramos e a oração no Templo de Jerusalém, seguida da expulsão dos vendilhões do Templo. Prossegue na Última Ceia e o Lavapés, passa pela Condenação e Morte na Cruz e chega ao Dia da Ressurreição. Os Evangelhos dão grande destaque a esta Semana.

A Semana Santa é uma alegoria da vida humana: na vida, convivemos com os amigos, trocamos ideais, empreendemos, ousamos, sofremos, servimos os outros; compartilhamos e sofremos injúrias e injustiças; às vezes temos tropeços e reveses, também temos sucessos; mesmo na derrota, cultuamos a esperança... Passamos pelo dia de Ramos, pelo Lavapés, pela sexta feira da paixão e pelo sábado de aleluia.

O ápice de tudo ocorre no Dia de Pentecostes, que dá a partida à Difusão do Evangelho para todos os povos: É o dia da iluminação.

3. A Páscoa da Ressurreição é a chave, a grande marca do cristianismo. Ocorreu no Primeiro dia da Semana. Por isso esse dia foi chamado o Dia do Senhor: O Domingo.
Tais as dimensões dos fatos que ocorrem nesta última semana da vida de Cristo, que ela ocupa quase a metade do espaço ocupado por todos os livros do Evangelho: desde a Viagem e Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, até ao Dia da Ressurreição, o dia de Páscoa.
Uma reflexão que reúna a Semana Santa numa só grande mensagem, pode abrir novas perspectivas à nossa cosmovisão, ao nosso modo de ver e viver no mundo. É um único drama em alguns atos.
Lembramos que, no judaísmo, a Páscoa comemora o fim da escravidão dos judeus no Egito: a passagem da escravidão para a liberdade e a travessia do Mar Vermelho.
A Páscoa Cristã liberta da escravidão interior que é mais dramática...
A Páscoa Judaica é, no Novo Testamento, considerada como Metáfora a Páscoa de Cristo.



Grupo Kairós

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