XXIX
NOVAS ESTRATÉGIAS DA EVANGELIZAÇÃO
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Caminho 6: Articulação e Flexibilização da Estratégia de Evangelização
Como esboçamos no segmento 49 deste estudo, acreditamos que a Igreja precisa, urgentemente, reformatar toda a sua estratégia de Evangelização, toda a sua Ação Missionária, nos quatro cantos do mundo: nos grandes centros urbanos, como nos espaços rurais e na periferia das cidades de todo o mundo: com as comunidades cultas e incultas, pobres ou abastadas.
Precisa formar líderes, com base em princípios e objetivos. Tem de seguir as estratégias da atualidade, para falar às pessoas de todas as classes.
O pregador precisa falar das coisas de Deus, das Mensagens do Evangelho, voltadas para a vida cotidiana das pessoas. Precisam falar a língua de seu povo. Precisa entender o espírito do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis (clique)
Os Padres e líderes das comunidades precisam aprender técnicas e estratégias modernas para falar a todos e serem ouvidos com o máximo de interesse, e não apenas por obrigação e cortesia.
Os pastores e líderes religiosos precisam ter orgulho de sua missão e assumi-la com entusiasmo e alegria contagiante e generosa.
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A Igreja de Cristo, há muito, vem se omitindo nesta questão nevrálgica, não adequando sua estratégia de evangelização e de pregação: sua estratégia de formação de lideranças efetivamente comprometidas com a evangelização.
A omissão da Igreja vem, há muito, deixando imensos vazios na sociedade contemporânea.
Não dá para falar, às pessoas, de Deus, sem falar da vida delas próprias e dar-lhes esperança.
É difícil pensar em Deus, vendo os seus passando fome, doentes ou sem emprego, se nessa palavra de Deus as pessoas não se encontram, se nela não encontram esperança.
O Padre Antônio Vieira, no século XVII, atraía multidões para ouvi-lo, porque do púlpito focalizava toda a vida social do seu tempo, à luz das Escrituras. Era ouvido com agrado, pelo Papa, pelos Cardeais, pelos Bispos e pelo Povo Cristão.
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Para focalizar a Palavra de Deus e tirar a Igreja de um certo marasmo em que vai se enfraquecendo, às vezes por pura inércia, a Igreja precisa se dispor a fazer uma séria reforma de suas estratégias.
A Igreja precisa abrir os olhos para a realidade de nosso mundo, com seus imensos valores e suas lastimáveis misérias. Precisa articular melhor e flexibilizar toda a sua estratégia de evangelização e de formação de líderes e de Pastores (Padres, Bispos, Cardeais e Pregadores Leigos).
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Caminho 7: Socializar os Meios de Comunicação
Os meios de comunicação da Igreja devem falar ao homem todo, e a todas as pessoas, no seu mundo, com seus problemas. Devem ser marca de uma Igreja presente, em toda a vida das pessoas.
Para isso precisam deixar a intenção dogmática de combate e apologética e ir à vida.
Os meios de comunicação, muitas vezes, não podem ser extensão da sacristia. Deve falar ao mundo, do mundo e para o mundo dos humanos.
“Venha a nós o vosso Reino”
“Vinde a Mim e eu vos aliviarei”
Os meios de comunicação da Igreja, muitas vezes, parecem feitos para o Convento ou para a sacristia. Não parecem dirigidos para as pessoas, no seu mundo, com seus problemas, suas angústias, suas doenças, suas esperanças e suas lutas.
A Igreja não pode se fechar na Sacristia. Essa não é a Igreja de Cristo. Precisa redescobrir sua missão no mundo.
Acaso Cristo ficou no templo?! O lugar que escolheu foi entre o povo.
A Igreja precisa preparar novas e atuantes lideranças, com o novo espírito, que não confundam a vida cotidiana com a sacristia, distinguindo, sem opor e sem conflito. É preciso ser criativo e ousado.
O Povo de Deus precisa ser o sujeito e não o objeto da Missão, na perspectiva do construtivismo. Na perspectiva da Maiêutica de Sócrates.
Precisamos recolocar a espiritualidade na vida, em toda a vida das pessoas, ocupando um lugar privilegiado e permanente. Mas uma espiritualidade imanente, agindo no interior das pessoas e transformando e revitalizando suas forças vitais, na sua vida pessoal e na convivência social.
Precisamos, hastear, de novo a bandeira branca, nos céus do Vaticano, no pináculo da humanidade.
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Há sempre alguns apressados em julgar, em apor carimbos e perturbar quem pensa e quem passa, com dignidade e muita dedicação e generosidade...
É a Igreja do “Anatema Sit”, a Igreja do Cyllabus. Mas esta é a parte menor da Igreja de Cristo, cujos métodos precisam ser revistos, à luz do Mandamento Novo.
Cristo não deixou atirar pedras e anátemas à mulher adúltera.... Alguns paradigmas da Igreja precisam ser repensados... Precisamos recuperar a liberdade dos Filhos de Deus... Alguns nem sabem o que é isto!!
Precisamos retomar algumas documentações oficiais, com destaque para a “Gaudiam et spes”. É preciso abrir as janelas para deixar entrar a luz natural, a Luz Divina, a Luz Razão. É preciso espantar o mofo que ainda se confina em alguns espaços.
A Igreja jogou grandes patrimônios morais, pelas janelas. É preciso recuperá-los. É urgente retomar o Vaticano II.
O mundo vai se posicionando em novos parâmetros. A Igreja não pode se sentar na beira da estrada, respirando pó de quem passa. Quem não anda é atropelado. Vamos andar...
A Igreja vai perdendo o diálogo, num processo contínuo. Só não vê quem não quer. Alguém precisa tocar o toque de despertar...
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