IV
ANÁLISE CRÍTICA E PROPOSTAS
INTRODUÇÃO
Caros amigos
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Considero de grande interesse sócio-político-cultural o presente texto,
que publiquei, no “Alfa8omega”
O trabalho tem como motivação a grande e inconsistente polêmica que teve e ainda tem eco em praticamente todos os meios da imprensa mundial: falada, escrita, televisiva, com grande e abusiva insistência. Chamam-lhe: “Lama na Igreja”, etc. Seria mais adequado se falassem da “Lama na Civilização”. Não é algo típico da Igreja. Ela aí é vítima de algo exterior a ela.
Fui muito além da motivação inicial... fugindo de atitudes românticas ou líricas. Procurei ser realista. O nosso mundo exige atitudes corajosas, sem subterfúgios...
Procurei contextualizar a questão e propor soluções...
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Diante de assuntos incômodos, muitos se omitem. Fecham os olhos, os ouvidos e a boca, como se não lhes dissesse respeito. Como se o problema não os atingisse. Atinge sim. Afronta...
Por isso não consegui me omitir. Falei. Fiz minha parte?! Tentei colaborar. Adiei outros trabalhos e dediquei-me, com afinco e senso de responsabilidade. Algo muito sério está sob ameaça...: a Mensagem.
Precisamos reunir todas as forças vivas da Igreja e do Cristianismo, e de toda a Humanidade, para traçar novos rumos, consistentes e eficientes, com transparência, verdade e solidariedade. A causa merece.
O Evangelho propõe ao mundo uma mensagem de paz e harmonia. No entanto, precisamos pensar o que fizemos com a mensagem. Não precisa ser um grande teólogo para ser um grande evangelizador, um missionário, um bom pastor; para ser sal da terra e luz do mundo. Para ser Papa precisa ser um bom pastor.
Se a alguém incomodam algumas palavras deste estudo, daqui lhe mando um ramo de oliveira. A Igreja do Evangelho pede paz, com justiça e solidariedade.
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O estudo começa por denunciar a hipocrisia e o farisaísmo da polêmica.
Efetivamente, a pedofilia é um problema de nosso tempo; faz parte de um mundo doente, carente de princípios; uma doença, talvez uma tara que envolve gente de todos os estratos sociais e se alastra nos últimos 50 anos.
Uma tara de adultos que envolve meninas, meninos e adultos. Algo degradante e lastimável.
É uma questão de violência social que atinge e agride toda a sociedade, de todas as formas... Uma tara social.
Em termos sexuais, envolve tanto crianças como adultos; haja vista a praga de estupros e de assédios sexuais. É um problema gestado por uma cultura permissiva que se gestou nos últimos 50 anos.
Os meios de comunicação, às vezes, são uma escola que nos entra pelo lar a dentro, com a hipótese de todos os distúrbios. Antes isto era confinado à espaços restritos.
Manifesta-se como violência social, através do assalto, roubo, furto, farsas, chantagens, assassinatos, etc., está por toda a parte.
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Questões Fora de lugar
Se é uma tara social, uma doença, não é de estranhar muito que tenha contaminado alguns membros do clero, em alguns países. É uma questão de fraqueza humana, ou doença, sempre estimulada por uma ideologia permissivista.
Infelizmente, algumas vezes, o Cristianismo deixou de tratar a sexualidade como algo natural e essencial, na vida e na preservação da espécie, ajudando a criar alguns distúrbios evitáveis. Mas isso é passado. Olhemos para a frente.
Quem errou, pague por seus erros. Mas que tais erros não sejam atribuídos à Instituição a que pertencem as pessoas delinquentes.
Os recalques sociais tendem a degenerar. É preciso tratá-los, para contê-los. Sem dar de ombros.
Precisamos não só ser idealistas, mas também ser realistas. Precisamos ter consciência que, se estamos numa sociedade de valores e conquistas fantásticas, estamos também numa sociedade doente, eivada de graves patologias.
As patologias de nossa sociedade precisam de tratamento adequado. Não podemos fechar os olhos, os ouvidos e a boca, ante todos os desmandos doentios que perturbam a vida nesta sociedade que precisa de mais atenção e de alguns cuidados. Esquecer esta realidade é multiplicar o sofrimento de muitos e a degradação da natureza que nos energiza.
O trabalho mostra que precisamos pensar, de forma sistêmica e crítica, a forma inadequada da reação da Igreja.
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A polêmica levantada, em todo o mundo, capitaneada pela grande imprensa, e a precária reação da Igreja revelam que há outras questões muito sérias a resolver, numa Igreja que precisa saber dialogar com seu tempo, e , afinal, vai perdendo seu discurso e a competência de diálogo.
Todo esse vexame serve como alarme. É hora de despertar, com lealdade, sem se esconder... e sem subterfúgios. É preciso dar os primeiros passos... e prosseguir com responsabilidade e segurança.
Não há instituição no mundo que resista incólume, ao ser abalada por uma campanha “publicitária” de tais dimensões, com alvo certo. Foi uma campanha desestruturante, deletéria e arrasadora. Se fosse paga, custaria trilhões de dólares. Enquanto os lobos uivam precisamos agir com sabedoria.
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