sexta-feira, 23 de abril de 2010

Prefácio 2

II
UNIDADE NA DIVERSIDADE

Alerto para que escutemos  as lições da história, para podermos optar pelo rumo mais adequado à missão da Igreja no mundo.
Superando alguns preconceitos e comodidades, precisamos abrir os olhos, os ouvidos  e a boca para o mundo real, e para os grandes anseios do subconsciente coletivo dos humanos e de seu “habitat” natural.
Precisamos observar os rumos e ouvir as “vozes dos novos tempos”.
Apelo à sensatez que ainda viceja e brilha entre as  pessoas de caráter e de boa vontade.
Está na hora de todas as pessoas  hábeis se darem as mãos, superando antagonismos inúteis, e se reunirem em torno de seus valores comuns; tal  atitude pressupõe a aceitação da diversidade, num humanismo multidimensional, e garante a valorização das especificidades dos povos, das comunidades e das pessoas, reunidos em torno do bem-comum.
Teríamos assim consolidado o princípio  da Unidade na Diversidade.
Nessas condições, cada um  mantém a liberdade consciente  e responsável, em  torno de valores maiores a preservar e a cultivar.
Precisamos ter atitudes conscientes, consistentes, coerentes e responsáveis diante da vida e do mundo. Diante da história.

Sabemos que os grandes Impérios ruíram todos. Até o poderoso Império Romano.
“Por uma omissão, perde-se um reino”, diz Vieira.
Nos arraiais da Igreja, os jesuítas, um grande “império” sócio-religioso, caiu fragorosamente. Foi banido da cristandade e espoliado de seus bens, por muitos anos.
As ordens religiosas também foram banidas e espoliadas de seus bens, por muitos anos.
Muitas e muitas ocorrências desse gênero aconteceram. Ninguém se apercebeu de que precisamos  ouvir a voz do tempo?
Não entro no mérito de quem tinha ou não tinha razão. Atenho-me ao fato trágico que é histórico.
Quem se julga eterno toma atitudes obtusas e paga o preço da própria insensatez. Depois dos fatos consumados, não adianta apontar  os “culpados”.

Nosso mundo, materializado, tecnicista, aético vai repelindo todos os valores que possam incomodar sua trajetória triunfal.

Enquanto isso, as forças espiritualistas mostram-se despreparadas, para oferecer sua contribuição que mantenha o equilíbrio a favor da humanidade.
É preciso repetir: “nem só de pão vive o homem”.

Se não pensarmos no outro lado da vida o monetarismo põe a humanidade a perder. A perder a dignidade, a saúde e a depredar a natureza.
A teoria taoista do Yin-Yang poderia ilustrar e ajudar a ilustrar e ajudar a consolidar uma  civilização altamente desenvolvida, humanista e espiritualista.
A partir de uma lúcida e consistente  articulação de todas as forças  da humanidade, a partir de um Humanismo Multidimensional; poderíamos chegar  a uma grande síntese dos grandes valores, essenciais à vida e à convivência no Planeta Terra.

Está na hora de propor e de iniciar as tratativas para organizar a União Mundial das Religiões e Espiritualidades [UMRE]. Seu foco estaria a serviço da humanidade e não seria mais uma instituição de poder. Algo  como uma ONU ou UNESCO das organizações sérias, de alta credibilidade que pugnam pelos valores espirituais da humanidade, a partir de filosofias de vida próprias, sem objetivos econômicos.
Já propus algo deste gênero em outro estudo, publicado há alguns anos: “Teístas de todo o mundo, Uni-vos”:
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