sexta-feira, 23 de abril de 2010

Prefácio

PREFÁCIO
BUSCA DE UMA GRANDE SÍNTESE PARADIGMÁTICA
J. Jorge Peralta

I
Convergências e Divergências

1. Escrever ou falar pode ser  um grande compromisso que, às vezes nos traz grandes surpresas.
Nunca pensei em escrever um livro deste gênero.
Veio naturalmente a ideia. Como Semioticista, senti-me compelido a expor minhas interpretações de alguns fatos e a propor alguns rumos.
Os temas também  foram chegando, sorrateiros.
São diversos os temas abordados.
O trabalho foi tomando corpo e rumo próprio. Com diversos estímulos, ele foi tomando figura e aí está.
Ao final da redação impôs-se o título definitivo:
COLUNAS DA IGREJA  - OS NOVOS TEMPOS

Regularmente ponho todo o meu empenho e todo o meu espírito, em tudo o que faço. Aqui não foi diferente.
Não quis defender uma tese. Quis apenas dar a minha opinião, do meu ponto de vista, como contribuição a um grande debate, que  já se vê como urgente e imprescindível, para que não percamos o rumo da história. Quem fica para trás pode perder-se.

2. No fundo, este trabalho foi tomando o aspecto de uma declaração de amor à Igreja, à Humanidade e à Vida, nas dimensões em que as concebo. Não vejo na Igreja uma instituição acabada, perfeita, petrificada. Vejo antes, na Igreja, as ideias matriciais que lhe dão vida e vigor. Este é o foco de todo o trabalho.
Vejo nela mais um espaço de serviço do que um espaço de poder. Até porque o poder legítimo é sempre serviço à comunidade. Penso a Igreja,  num universo mais amplo do que as suas dimensões: penso-a como algo a serviço da vida e da humanidade.
Vejo que, com o tempo, ela foi se petrificando, em algumas de suas dimensões, sem prejudicar a sua essência. No entanto, prejudicou a sua agilidade e até a sua credibilidade. Prejudicou a sua atuação pela humanidade.
Sei que é condição de percurso, de uma instituição peregrina, que abarca, no seu bojo, a diversidade como condição: diversidade de povos, diversidade de ideias e diversidades de apreensão dos princípios e diretrizes que a regem, diversidade de costumes e de atitudes, diversidade de ideário. É a diversidade que a faz universal. A diversidade na unidade.

3. Vejo a Igreja como um grande, talvez o mais rico Patrimônio da Humanidade. Uma grande instituição, entre grandes instituições.
Vejo a Igreja, como uma seara muito promissora, onde o inimigo gosta de semear a cizânia, ou o joio, como outros dizem.

Estou com Vieira ao afirmar que o demônio gosta de ficar nas Igrejas, nos lugares onde tem muita gente de bom caráter e de boa vontade. Às ocultas, ou talvez disfarçado, ele aí vai semear sementes da discórdia, que é o que significa, metaforicamente, a cizânia.
Este é o motivo porque digo, na capa, que o “diabo usa estola”, para se disfarçar entre os melhores, para simular um poder e uma sabedoria que nunca terá; tem antes o contra-poder: semear arrogância, ganância, prepotência, discórdia, vaidade e pusilanimidade. Todos sabem que ele tem muitos sucessos a contabilizar, e não menos insucessos.

4. O texto nasceu das distorções e posições insustentáveis, com que foi tratada a questão da pedofilia que, afinal, é um problema dos rumos que vai tomando a nossa civilização atual, que lhe dá um aspecto claro de decadência, denunciando a necessidade de mudança de alguns rumos. Naturalmente.
O mesmo fato denunciou também as fraquezas da Igreja. O texto propõe um sério exame de consciência institucional que exige uma séria restauração e revisão de rumos, para rejuvenescer suas forças e contribuir para o bem-estar da humanidade.
A filosofia, que subjaz a este texto, é a Tetralogia Prática*.

5. O texto não se incomoda se, eventualmente, incomodar os acomodados, refestelados em suas glórias vãs. Que me desculpem, mas o Evangelho trata todos por igual, cada um por seus méritos, cujo parâmetro foi dado no Sermão do Mandato que tem início no Lavapés. Esse é o paradigma a seguir
O texto nasceu e foi divulgado na internet, com o título: “Abalos na igreja, Crise na Humanidade. A pedofilia não é o problema; é apenas um problema

O texto foi concebido como uma conversa ao pé do fogo, em noite fria: uma conversa de amigos, onde nenhum tema é proibido.
O estilo contundente e provocativo, que uso em alguns momentos, justifica-se pelo ambiente em que se posiciona .
É um texto para ler e discutir. Não quer deixar ninguém indiferente. É um texto que pode pautar nossas formas de pensar e agir e a formação da consciência cidadã, para a implantação de uma sociedade mais instrutiva, mais sábia e criativa, com mais justiça e bem-estar.
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( * ) Para saber o que é a Tetralogia Prática, clique

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