terça-feira, 27 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

c2






C3



A autoridade pode errar, porque é humana.
Mas precisa sempre dar testemunho
da luz que brilha na sua Igreja”



Flexibilização e Articulação das estratégias de Evangelização, são
condições necessárias para que a Igreja possa cumprir   
efetivamente a sua missão, no mundo do século XXI.



Entusiasmo, solidariedade, generosidade, 
competência e espiritualidade são atributos
 que não podem  escacear, em todo o Cristão;
não podem faltar na Igreja de Cristo e no Povo de Deus.



“Deus nos deu dois ouvidos e uma boca,
para sabermos ouvir mais  e falar menos”
P. Antônio Vieira


Apresentação

COLUNAS DA IGREJA
OS NOVOS TEMPOS







O Diabo usa Estola?!

ÍNDICE DO ENSAIO

1ª PARTE
VISÃO PANORÂMICA DAS QUESTÕES


PREFÁCIO: A BUSCA DE UMA GRANDE SÍNTESE PARADIGMÁTICA

MENSAGEIRO DA MARATONA – REFLEXÃO PRELIMINAR

2ª PARTE
DA PERPLEXIDADE À RESTAURAÇÃO


3ª PARTE
FORÇA E CONFLITO NA IGREJA


4ª PARTE
ABALOS E TERREMOTO NA IGREJA


5ª PARTE
NOVAS ESTRATÉGIAS
 NOVOS CAMINHOS


6ª PARTE
ESPÍRITO DO NOVO TEMPO
NOVOS RUMOS


7ª PARTE
DESAFIOS A QUEM PODE DECIDIR
(Posfácio)


8ª PARTE
FORÇAS E FRAQUEZAS DA IGREJA
- Uma Síntese -


9ª PARTE


10ª PARTE
11ª PARTE

Prefácio

PREFÁCIO
BUSCA DE UMA GRANDE SÍNTESE PARADIGMÁTICA
J. Jorge Peralta

I
Convergências e Divergências

1. Escrever ou falar pode ser  um grande compromisso que, às vezes nos traz grandes surpresas.
Nunca pensei em escrever um livro deste gênero.
Veio naturalmente a ideia. Como Semioticista, senti-me compelido a expor minhas interpretações de alguns fatos e a propor alguns rumos.
Os temas também  foram chegando, sorrateiros.
São diversos os temas abordados.
O trabalho foi tomando corpo e rumo próprio. Com diversos estímulos, ele foi tomando figura e aí está.
Ao final da redação impôs-se o título definitivo:
COLUNAS DA IGREJA  - OS NOVOS TEMPOS

Regularmente ponho todo o meu empenho e todo o meu espírito, em tudo o que faço. Aqui não foi diferente.
Não quis defender uma tese. Quis apenas dar a minha opinião, do meu ponto de vista, como contribuição a um grande debate, que  já se vê como urgente e imprescindível, para que não percamos o rumo da história. Quem fica para trás pode perder-se.

2. No fundo, este trabalho foi tomando o aspecto de uma declaração de amor à Igreja, à Humanidade e à Vida, nas dimensões em que as concebo. Não vejo na Igreja uma instituição acabada, perfeita, petrificada. Vejo antes, na Igreja, as ideias matriciais que lhe dão vida e vigor. Este é o foco de todo o trabalho.
Vejo nela mais um espaço de serviço do que um espaço de poder. Até porque o poder legítimo é sempre serviço à comunidade. Penso a Igreja,  num universo mais amplo do que as suas dimensões: penso-a como algo a serviço da vida e da humanidade.
Vejo que, com o tempo, ela foi se petrificando, em algumas de suas dimensões, sem prejudicar a sua essência. No entanto, prejudicou a sua agilidade e até a sua credibilidade. Prejudicou a sua atuação pela humanidade.
Sei que é condição de percurso, de uma instituição peregrina, que abarca, no seu bojo, a diversidade como condição: diversidade de povos, diversidade de ideias e diversidades de apreensão dos princípios e diretrizes que a regem, diversidade de costumes e de atitudes, diversidade de ideário. É a diversidade que a faz universal. A diversidade na unidade.

3. Vejo a Igreja como um grande, talvez o mais rico Patrimônio da Humanidade. Uma grande instituição, entre grandes instituições.
Vejo a Igreja, como uma seara muito promissora, onde o inimigo gosta de semear a cizânia, ou o joio, como outros dizem.

Estou com Vieira ao afirmar que o demônio gosta de ficar nas Igrejas, nos lugares onde tem muita gente de bom caráter e de boa vontade. Às ocultas, ou talvez disfarçado, ele aí vai semear sementes da discórdia, que é o que significa, metaforicamente, a cizânia.
Este é o motivo porque digo, na capa, que o “diabo usa estola”, para se disfarçar entre os melhores, para simular um poder e uma sabedoria que nunca terá; tem antes o contra-poder: semear arrogância, ganância, prepotência, discórdia, vaidade e pusilanimidade. Todos sabem que ele tem muitos sucessos a contabilizar, e não menos insucessos.

4. O texto nasceu das distorções e posições insustentáveis, com que foi tratada a questão da pedofilia que, afinal, é um problema dos rumos que vai tomando a nossa civilização atual, que lhe dá um aspecto claro de decadência, denunciando a necessidade de mudança de alguns rumos. Naturalmente.
O mesmo fato denunciou também as fraquezas da Igreja. O texto propõe um sério exame de consciência institucional que exige uma séria restauração e revisão de rumos, para rejuvenescer suas forças e contribuir para o bem-estar da humanidade.
A filosofia, que subjaz a este texto, é a Tetralogia Prática*.

5. O texto não se incomoda se, eventualmente, incomodar os acomodados, refestelados em suas glórias vãs. Que me desculpem, mas o Evangelho trata todos por igual, cada um por seus méritos, cujo parâmetro foi dado no Sermão do Mandato que tem início no Lavapés. Esse é o paradigma a seguir
O texto nasceu e foi divulgado na internet, com o título: “Abalos na igreja, Crise na Humanidade. A pedofilia não é o problema; é apenas um problema

O texto foi concebido como uma conversa ao pé do fogo, em noite fria: uma conversa de amigos, onde nenhum tema é proibido.
O estilo contundente e provocativo, que uso em alguns momentos, justifica-se pelo ambiente em que se posiciona .
É um texto para ler e discutir. Não quer deixar ninguém indiferente. É um texto que pode pautar nossas formas de pensar e agir e a formação da consciência cidadã, para a implantação de uma sociedade mais instrutiva, mais sábia e criativa, com mais justiça e bem-estar.
__________________

( * ) Para saber o que é a Tetralogia Prática, clique

Prefácio 2

II
UNIDADE NA DIVERSIDADE

Alerto para que escutemos  as lições da história, para podermos optar pelo rumo mais adequado à missão da Igreja no mundo.
Superando alguns preconceitos e comodidades, precisamos abrir os olhos, os ouvidos  e a boca para o mundo real, e para os grandes anseios do subconsciente coletivo dos humanos e de seu “habitat” natural.
Precisamos observar os rumos e ouvir as “vozes dos novos tempos”.
Apelo à sensatez que ainda viceja e brilha entre as  pessoas de caráter e de boa vontade.
Está na hora de todas as pessoas  hábeis se darem as mãos, superando antagonismos inúteis, e se reunirem em torno de seus valores comuns; tal  atitude pressupõe a aceitação da diversidade, num humanismo multidimensional, e garante a valorização das especificidades dos povos, das comunidades e das pessoas, reunidos em torno do bem-comum.
Teríamos assim consolidado o princípio  da Unidade na Diversidade.
Nessas condições, cada um  mantém a liberdade consciente  e responsável, em  torno de valores maiores a preservar e a cultivar.
Precisamos ter atitudes conscientes, consistentes, coerentes e responsáveis diante da vida e do mundo. Diante da história.

Sabemos que os grandes Impérios ruíram todos. Até o poderoso Império Romano.
“Por uma omissão, perde-se um reino”, diz Vieira.
Nos arraiais da Igreja, os jesuítas, um grande “império” sócio-religioso, caiu fragorosamente. Foi banido da cristandade e espoliado de seus bens, por muitos anos.
As ordens religiosas também foram banidas e espoliadas de seus bens, por muitos anos.
Muitas e muitas ocorrências desse gênero aconteceram. Ninguém se apercebeu de que precisamos  ouvir a voz do tempo?
Não entro no mérito de quem tinha ou não tinha razão. Atenho-me ao fato trágico que é histórico.
Quem se julga eterno toma atitudes obtusas e paga o preço da própria insensatez. Depois dos fatos consumados, não adianta apontar  os “culpados”.

Nosso mundo, materializado, tecnicista, aético vai repelindo todos os valores que possam incomodar sua trajetória triunfal.

Enquanto isso, as forças espiritualistas mostram-se despreparadas, para oferecer sua contribuição que mantenha o equilíbrio a favor da humanidade.
É preciso repetir: “nem só de pão vive o homem”.

Se não pensarmos no outro lado da vida o monetarismo põe a humanidade a perder. A perder a dignidade, a saúde e a depredar a natureza.
A teoria taoista do Yin-Yang poderia ilustrar e ajudar a ilustrar e ajudar a consolidar uma  civilização altamente desenvolvida, humanista e espiritualista.
A partir de uma lúcida e consistente  articulação de todas as forças  da humanidade, a partir de um Humanismo Multidimensional; poderíamos chegar  a uma grande síntese dos grandes valores, essenciais à vida e à convivência no Planeta Terra.

Está na hora de propor e de iniciar as tratativas para organizar a União Mundial das Religiões e Espiritualidades [UMRE]. Seu foco estaria a serviço da humanidade e não seria mais uma instituição de poder. Algo  como uma ONU ou UNESCO das organizações sérias, de alta credibilidade que pugnam pelos valores espirituais da humanidade, a partir de filosofias de vida próprias, sem objetivos econômicos.
Já propus algo deste gênero em outro estudo, publicado há alguns anos: “Teístas de todo o mundo, Uni-vos”:
Ver mais:




O Mensageiro da Maratona

O MENSAGEIRO DA MARATONA
Quem tem o que dizer não pode calar-se

- Reflexão Preliminar -
J. Jorge Peralta

I
DIÁLOGO SEM FRONTEIRAS


1
Mensagem em Diálogo como o Mundo

Quando elaboramos certo trabalho é como quando plantamos árvores: Queremos que dêem boa sombra e bons frutos. Esforçamo-nos para que as pessoas tomem ciência  dos argumentos e reflexões que propomos. Mas o que propomos  não é nosso. Então compete a todos incrementar tais propostas, se forem realmente justas e  oportunas.
Certos anacronismos já foram longe demais. Fizeram estragos avassaladores...
O texto, “Abalos na Igreja, Crise na Humanidade”,  em alguns momentos, é abertamente  contundente, mas procura ser sempre muito cordato. Quer pensar junto. Expõe mas não impõe; nem claudica.
Estabelecemos, aqui, um diálogo sem fronteiras.

            Defende princípios; defende o bem da humanidade; defende uma visão espiritualista e humanista  da vida, numa posição plural; defende a fraternidade universal.  Defende a Igreja  do Evangelho, como algo de extraordinário, no mundo. Propõe a sua revitalização permanente, como é natural.
            O Evangelho não aboliu, antes,  completou, todos os tesouros de sabedoria que a  humanidade vinha  produzindo há milênios. A mensagem do Evangelho dialoga com o mundo do passado, do presente e do futuro.

2

Considera que a Mensagem do Evangelho parece que, para muitos, virou rotina. No entanto, ele deve ser lido com o mesmo deslumbramento de quem observa, pela primeira vez, o esplendor do alvorecer do sol, em manhã de Primavera.
Uma plêiade de muitos milhões de pessoas, pelos quatro cantos do mundo, estão redescobrindo a  força  da espiritualidade e a força  da Mensagem do Evangelho (de todo o  Novo Testamento) muitos à margem da Igreja.
            Propõe um diálogo franco, leal e aberto.
A Igreja é a mais forte marca da Humanidade.
Mas a Igreja não se faz com discursos mas com atuação firme, coerente e generosa. A Igreja faz-se  a cada momento no coração de sua gente.
Vivemos em tempos belicosos. Os contrastes e conflitos estão à flor da pele. Todas as grandes ideias e valores da nossa sociedade estão  na mira dos novos “comandos” ou de novas patrulhas. O que é indefensável deve ser descartado antes de desmoronar. Criticar o que é criticável é uma obrigação de quem sabe o que diz e faz.
Precisamos vencer o dogmatismo vazio de muitas autoridades. Pensar com responsabilidade e ousadia  é dever de todos. Precisamos estudar, estudar, estudar e ter a mente atenta. Denunciar ideias anacrônicas é atitude digna de gente generosa.  Negar o diálogo franco é autoritarismo anacrônico. “Crê e não perguntes” é passado. Hoje é heresia.
Querer que as pessoas aceitem passivamente tudo o que  lhe dizem é uma quimera. Não é evangélico. A pessoa é sujeito e não objeto. Diante da Mensagem, ela decide conscientemente.

3

 Consideramos que o Evangelho propõe, como essencial, um mundo de justiça, paz e dignidade. Um mundo de gente feliz. Propõe a abolição da tristeza. A Igreja do Evangelho nunca será uma Igreja de tristezas e frustrações, como alguns querem. A busca da felicidade, genericamente falando, é uma obrigação de todos. Lembrando sempre que somos peregrinos, por condição.
Criticar com lucidez é somar e multiplicar e não diminuir e dividir. O poder não exime a pessoa de errar. Criticar uma instituição, ou pessoa , não é necessariamente  desrespeitá-la. Respeitar alguém não significa  obrigar-se a uma aprovação irrestrita do que ele pensa e faz. Respeito é lealdade e verdade e não bajulação. É a verdade que constrói.

A pessoa consciente sabe o significado e o valor essencial do livre-arbítrio, na vida e no convívio das pessoas. Conhecem o conceito da alteridade como base da convivência humana.
As pessoas de boa vontade não podem ter medo de ter opinião e de expressá-la. É a verdade que liberta. Nem podemos nos ofender porque alguém nos contradiz.
Quem tem algo para dizer não pode se calar. Mas precisa ser razoável e respeitador.
O que falo aqui pode incomodar alguém. É condição natural. Não é possível agradar a gregos e a troianos. Quem a todos quer agradar, a todos desagrada, por falta de sinceridade. A pessoa  que trouxe a Mensagem mais revolucionária da história, agradou ao povo, mas desagradou a certos mandatários que foram à desforra, no Palácio de Pilatos.
É sabido que a estrada da vida tem naturais tortuosidades...


Mudança simples e arrojada

II
MUDANÇA SIMPLES E ARROJADA

4. Mudança Paradigmática

Na década de 60, quando trabalhei na CNBB – SP, como técnico, fui chamado pela equipe de Liturgia, dirigida, por Frei Luiz Gonzaga, um sábio franciscano, para participar da equipe de reformulação do Ritual do Matrimônio, dando-lhe uma linguagem mais atual.
Na redação final, a ser apresentada  ao episcopado, consegui que todos  concordassem, após muitos debates,  com uma mudança substancial: troca da fórmula clássica: “Até que a morte nos separe”, por:  “por toda a vida”,  uma fórmula  alegre, jovial e profunda. Fui convocado para, numa reunião do episcopado, discutir, juntamente com Frei Luiz, as alterações propostas.
Fomos sabatinados com muita seriedade.
As questões mais intensas foram sobre a mudança da fórmula  clássica e central , já citada. Defrontamo-nos com argumentos difíceis e complexos. Argumentei que “por toda a vida” é mais intenso do que “até que a morte  nos separe”. Que o amor é mais forte que a morte... Que Cristo veio trazer vida, etc, etc. O óbvio...
Ao final da sabatina, retiramo-nos, meio receosos de que a mudança não passasse... Todos achávamos a solução luminosa. Não queríamos que se perde-se. Não se perdeu.
 No dia seguinte recebi, comovido, um grande abraço de Frei Luiz, cheio de alegria: “O Novo Ritual foi aprovado...”. A vida venceu a morte, pensei. A igreja está rejuvenescendo...

Hoje, em todo o Brasil, e quero crer que em todos os países de Língua Portuguesa, é com essa fórmula que se chega ao ápice da Cerimônia Religiosa do Ritual de Casamento Católico. (“Por toda a Vida”).
Alegrei-me , discretamente, e continuei  o meu trabalho com a equipe. Foi um dia de muita alegria, como, aliás, todos eram. Vi muitos momentos assim... discretamente emocionantes...

Deste fato, tão simples, em si,  eu me convenci de que, em questões
sérias, nunca devemos falar gratuitamente, sem pensar. Mas, por outro lado, ideias bem pensadas e amadurecidas, não devemos nos acanhar de as propor à sociedade e a quem de direito. “O Espírito fala onde quer”.

Trajetória de um trabalho

III
TRAJETÓRIA DE UM TRABALHO RESPONSÁVEL

5

Este texto, “Abalos na Igreja”,  foi um trabalho intenso de mais de dois meses. Alegro-me porque o escrevi. Acredito que estou fazendo a minha parte, prestando serviço à humanidade. A Igreja representa uma parte significativa da humanidade.
Se a Igreja melhorar sempre, o mundo ficará muito melhor.
Precisamos cuidar mais da mensagem do que dos dogmas. Dogma sem Mensagem não diz nada.

            Este trabalho foi enviado na primeira versão, na 5ª Feira Santa - 01/04/2010, a diversos Departamentos da CNBB e a outras autoridades.
Recebi estímulos fortes e nenhuma “censura” nem  velada. De Lisboa, de um sábio Pe. Jesuíta, vieram-me os mais fortes apoios e estímulos. Os pastores teólogos têm mais sensibilidade. São mais atenciosos. Não são arrogantes. Mas os grandes teólogos também  podem ser bons pastores.

Prossegui o trabalho. Enviei-o, mais aperfeiçoado, a diversos Departamentos da CNBB, no início da última Assembléia Geral (4 a 13 de maio de 2010). Os Bispos são pastores e gestores. Precisam ouvir, mas podem não ouvir. Precisam de muito saber e mais sabedoria.
Sei que o trabalho que enviei exerceu alguma influência.
Diz Vieira que  o lugar privilegiado de o demônio se  refestelar é nas igrejas. Ele vai se imiscuir, disfarçado, entre os bons, para desviar-lhes o caminho...
É nas boas searas que o inimigo gosta de espalhar a cizânia.

Isto novamente me diz que a Igreja é, sim, o Povo de Deus e que “tudo vale a pena quando a alma não é, pequena”. Devemos falar, “oportuna e inoportunamente”.(II Timóteo 4,2).
A Mensagem não é nossa. Devemos repassá-la ao destinatário.

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Convergências e Divergências Estimulantes

Na Igreja, como em todas as Instituições, políticas, culturais ou religiosas, há “alas” distintas com posições eventualmente conflitantes, em termos de estratégias. Há também os que querem a Instituição imutável, com receio de perder vantagens pessoais ou grupais, ou com medo do mar tempestuoso...

Assim, certas afirmações  que marcam posicionamento, são rejeitadas por uns e exaltadas por outros. A unanimidade real é difícil e nem sempre é conveniente.
Todos os posicionamentos precisam ser considerados para que a Instituição não encalhe... Nem se quebre no próximo rochedo. A Igreja viverá sempre num equilíbrio instável, como tudo o que tem vida. As convergências e as divergências sempre nos acompanham.
Quando temos algo a dizer, não temos direito de nos calarmos. Mas precisamos ter convicção e sobriedade.
Precisamos  ser cuidadosos e fiéis como Mensageiro Filípedes,  após a batalha de Maratona, na Grécia Antiga.



7
Perspectivas de Revitalização
É com estas ideias que convido o leitor a ler este trabalho: “Abalos na Igreja, Crise na Humanidade”.
A motivação, à partida, foi a campanha sórdida, em torno da pedofilia na Igreja. Denota fraquezas que precisam ser superadas. Vemos agora que só a verdade constrói. Não somos pescares de águas turvas.
Escrevi do ponto de vista da sociedade civil, como cidadão, com uma visão plural. É nesta perspectiva  que quero ser lido. Este é o meu mundo, o espaço de minha vida.

Dou novo enfoque à questão e proponho uma atitude corajosa e séria  de revitalização da Igreja. Ao final sintetizo as ideias em 10 (dez) propostas iniciais. Faço um apelo à sabedoria. Esta é a marca que tem de nos identificar, como pessoas pensantes, conscientes e consequentes.
O trabalho quer contribuir para a reconciliação de Igreja, com a Dinâmica social, numa sociedade plural.
Leia e comente. Somos todos responsáveis.

Análise Crítica

IV
ANÁLISE CRÍTICA E PROPOSTAS
INTRODUÇÃO
Caros amigos

8

Considero de grande interesse sócio-político-cultural o presente texto,
que  publiquei, no “Alfa8omega”

O trabalho tem como motivação a grande e inconsistente polêmica que teve e ainda tem eco em praticamente todos os meios da imprensa mundial: falada, escrita, televisiva, com grande e abusiva insistência.  Chamam-lhe: “Lama na Igreja”, etc. Seria mais adequado se falassem da “Lama na Civilização”. Não é algo típico da Igreja. Ela aí é vítima de algo exterior a ela.
Fui muito além da motivação inicial...  fugindo de atitudes românticas ou líricas. Procurei ser realista. O nosso mundo exige atitudes corajosas, sem subterfúgios...

Procurei contextualizar a questão e propor soluções...

9

Diante de assuntos incômodos, muitos se omitem. Fecham os olhos, os ouvidos e a boca, como se não lhes dissesse respeito. Como se o problema não os atingisse. Atinge sim. Afronta...
Por isso não consegui me omitir. Falei. Fiz minha parte?!  Tentei colaborar. Adiei outros trabalhos e dediquei-me, com afinco e senso de responsabilidade. Algo muito sério está sob ameaça...: a Mensagem.
Precisamos reunir todas as forças vivas da Igreja e do Cristianismo, e de toda a Humanidade, para traçar novos rumos, consistentes e eficientes, com transparência, verdade e solidariedade. A causa merece.
O Evangelho propõe ao mundo uma mensagem de paz e harmonia. No entanto, precisamos pensar o que fizemos com a mensagem. Não precisa ser um  grande teólogo para ser um grande evangelizador, um missionário, um bom pastor; para ser sal da terra e luz do mundo. Para ser Papa precisa ser um bom pastor.
Se a alguém incomodam algumas palavras deste estudo, daqui lhe mando um ramo de oliveira. A Igreja do Evangelho pede paz, com justiça e solidariedade.

10

O estudo começa por denunciar a hipocrisia  e o farisaísmo da polêmica.
Efetivamente, a pedofilia  é um problema de nosso tempo; faz parte de um mundo doente, carente de princípios; uma doença, talvez uma tara que envolve gente de todos os estratos sociais e se alastra nos últimos 50 anos.
Uma tara de adultos que envolve meninas, meninos e adultos. Algo degradante e lastimável.
É uma questão de violência social que atinge e agride toda a sociedade, de todas as formas... Uma tara social.
Em termos sexuais, envolve tanto crianças como adultos; haja vista a praga de estupros e de assédios sexuais. É um problema gestado por uma cultura permissiva que se gestou nos últimos 50 anos.
Os meios de comunicação, às vezes, são uma escola que nos entra pelo lar a dentro, com  a hipótese de todos os distúrbios. Antes isto era confinado à espaços restritos.
Manifesta-se como violência social, através do assalto, roubo, furto, farsas, chantagens, assassinatos, etc., está por toda a parte.

11
Questões Fora de lugar

Se é uma tara social, uma doença, não é de estranhar muito que tenha  contaminado alguns membros do clero, em alguns países. É uma questão  de fraqueza humana, ou doença, sempre estimulada por uma ideologia permissivista.
Infelizmente, algumas vezes,  o Cristianismo  deixou de tratar a sexualidade como algo natural e essencial, na vida e na preservação da espécie, ajudando a criar alguns distúrbios evitáveis. Mas isso é passado. Olhemos para  a frente.
Quem errou, pague por seus erros. Mas que tais erros  não sejam atribuídos à Instituição a que pertencem as pessoas delinquentes.
Os recalques sociais tendem a degenerar. É preciso tratá-los, para contê-los. Sem dar de ombros.
Precisamos não só ser idealistas, mas também ser realistas. Precisamos ter consciência  que, se  estamos numa sociedade de valores  e conquistas fantásticas, estamos também numa sociedade doente, eivada  de graves patologias.
As patologias de nossa sociedade precisam de tratamento adequado. Não podemos fechar os olhos, os ouvidos e a boca, ante todos  os desmandos  doentios que perturbam a vida nesta sociedade que precisa de mais atenção e de alguns cuidados. Esquecer  esta realidade é multiplicar o sofrimento de muitos e a degradação da natureza que nos energiza.
O trabalho mostra  que precisamos pensar, de forma sistêmica e crítica, a forma inadequada da reação da Igreja.

12

A polêmica levantada, em todo o mundo,  capitaneada pela grande imprensa, e a precária  reação da Igreja revelam que há outras questões muito sérias  a resolver, numa Igreja que precisa saber dialogar com seu tempo, e , afinal,  vai perdendo seu discurso e a competência de diálogo. 
Todo esse vexame serve como alarme. É hora de despertar, com lealdade, sem se esconder... e sem subterfúgios. É preciso dar os primeiros passos... e prosseguir com responsabilidade e segurança.
Não há instituição no mundo que resista incólume,  ao ser abalada por uma campanha “publicitária” de tais dimensões, com alvo certo. Foi uma campanha desestruturante, deletéria e arrasadora. Se fosse paga, custaria trilhões de dólares. Enquanto os lobos uivam precisamos agir com sabedoria.

A Hora da Restauração

V
A HORA DA RESTAURAÇÃO REJUVENESCEDORA

13

Está na hora de distinguir a Igreja de Deus, dos homens  que a dirigem.
O cristianismo oferece uma mensagem genial, mas os homens que a dirigem  nem sempre são totalmente  confiáveis. Podem errar e erram porque são humanos..
 “Endeusar” os humanos é sempre uma aventura arriscada. Nem deuses nem semi-deuses; os humanos são humanos. Ponto. Com todas as consequências.
A Igreja vai perdendo credibilidade.
 Quando a Igreja perde a credibilidade, todo o Cristianismo perde a credibilidade.
Fazer de conta que não é conosco é covardia e traição (!)
É sabido que uma mentira, dez vezes repetida, vira uma “verdade” não questionável. Imagine-se algo repetido milhões de vezes por todo o globo. Imagine-se as consequências jurídicas... O desgaste à “imagem” é desastroso...
Neste momento, quem está atento não pode ficar indiferente.

14

Fica comprovado que a Igreja  precisa é de  uma substancial restauração. Todas as sociedades precisam de um trabalho sério de Restauração. O mundo está perdendo o bom-senso. Precisamos parar para  repensar.
A partir da Parte XXVIII,  o texto faz  10 propostas, para início de diálogo, como sugestões.
Meu desejo é que, esta Mensagem  despretenciosa chegue a Roma, ao Vaticano. Não sou Iñigo de Loiola, nem Francisco de Assis, mas quero que chegue  ao Vaticano. Ainda que precise esperar muito tempo ao relento, meu texto não esmorecerá. Se chega ou não, em nada muda minha posição. Fiz a minha parte  e procuro continuar fazendo, em outras plagas.
Precisamos superar os traumas que nossas omissões nos criaram.
A Luz do Evangelho, a Mensagem de Cristo,  nunca foi tão necessária como hoje, desde que mantenha seu vigor original pastoral. A Igreja não pode agir, como disco quebrado... Troque-se o “disco” para ouvirmos a música integral...

15

Bem sei que as autoridades ainda são arredias ao diálogo que venha com sugestões. Ainda há um certo imobilismo latente; e um certo medo de fantasmas. Mas é a verdade que liberta . Mudar de atitude, às vezes é um processo lento e até penoso. Mas é sabido que é característica  dos sábios  mudar de ideia, quando os fatos o exigem.
Quem ama cuida.
Preocupar-se com a Igreja é preocupar-se com a humanidade, a quem ela serve  e em que está inserida.
Precisamos saber  ouvir atentos , a todos, desde os sábios, aos mais simples habitantes do sertão... Precisamos saber ouvir a Voz de Deus, onde quer que ela se manifeste. Precisamos ser simples, porque a Igreja de Cristo é simples e a vida é simples...
Considero que algumas das teses que aqui desenvolvo merecem atenção e consideração.

16

 Este é um texto contundente, leal e sincero que apenas busca colaborar, sem pedir nada em troca. Não me omiti.
Leia, comente, discuta, repasse o link, se estiver de acordo.
Considere o texto em construção e ajude a melhorá-lo.

A primeira versão foi divulgada no dia 1º de Abril de 2010.
O trabalho foi longamente reestruturado e revisto, com mais de 60 dias de dedicação e reelaboração.